segunda-feira, 30 de junho de 2008

Letra Traduzida: Immortal Technique - The 3rd World

Este é o single da mixtape do Immortal Technique, intitulada também de The 3rd World. Nesta letra, ele praticamente resume o assunto do álbum e fala de coisas que certamente nós, aqui do Brasil, vamos concordar e nos identificar. Para mim, é a melhor faixa da mixtape. Talvez tenha alguns pequenos erros, porque não achei a letra em um site confiável, mas acho que no geral é isso aí mesmo.

Artista: Immortal Technique
Álbum: The 3rd World
Música: The 3rd World - O Terceiro Mundo

[ Parte I ]

Eu venho de onde ouro e diamantes são roubados da terra
bem perto dos castelos de escravos onde a água é amaldiçoada
de onde a brutalidade da polícia não é nem um pouco legal
isso faz de qualquer gueto dos EUA parecer um paraíso
comparado para a favela caribenha infestada de AIDS
ruas africanas onde o passaporte é uma arma norte-americana
de onde eles massacram pessoas e tentam esconder isso
e gastam os próximos 25 anos tentando negar isso
eu venho de onde eles cortam sua mãos fora se você erguer seu punho
e os manos plantam coca porque o mercado de trabalho não existe
exceto o trabalho escravo das empresas modernas
organizações de paz não vêm aqui nunca mais
eu venho de onde as bombas que eles costumavam jogar no Vietnã
ainda fazem nascer crianças deformadas 8 meses antes de irem embora
eu venho de onde eles esqueceram o verdadeiro significado do Corão
porque a heroína não é compatível com o Islã
e os manos sabem disso, mas plantam aquela erva de qualquer maneira
porque aquela comida que vem de pára-quedas não chega todo dia
eu venho de onde as pessoas rezam para o Deus de seus colonizadores
e praticamente todo presidente lava dinheiro sujo
do único lugar onde a democracia é aceitável
mas só se o candidato apoiado pelos EUA é elegível
e eles até podem ter um presidente negro, mas ele é inútil
porque ele não controla a economia, estúpido!

[ Refrão ]
Pegue e carregue sua arma, de onde venho?
Do Terceiro Mundo, estive em muitos lugares mas
sou filho do Terceiro Mundo
Guerrilheiros atiram e correm, de onde venho?
Do Terceiro Mundo, vocês poluíram tudo e agora
o Terceiro Mundo já era
A água está envenenada, de onde eu venho?
Do Terceiro Mundo, 700 crianças morrerão até o final
desta música
Os revolucionários estão vindo, de onde eu venho?
do Terceiro Mundo, ocupação constante deixa o
Terceiro Mundo destruído

[ Parte II ]
Eu venho de onde a Igreja Católica é racista
eles ajudaram a Europa e os EUA a estuprar esta vadia
eles rezam para o Jesus branco e espanhol, cuja face é esta
mas eles nunca falam sobre o papa negro Gelasius
eu venho de onde armas soviéticas ainda decidem eleições
o exército é como a máfia, você paga por proteção
viagens sexuais com jovens é o que o país vende
e homens de negócios brancos e ricos são os melhores clientes
eu venho de onde eles são fracos demais para participar do Survivor
e eles matam os organizadores da Coca Cola
eu venho de onde o sistema de justiça está apodrecido
foda-se o governo mano, política acima da cocaína
rebelde conhecido, enterrado vivo, como outro argentino
desaparecido
as leis de Porto Rico não se aplicam para a CIA, e os filhos da mãe produzem
tênis em um quarto de dia
eu venho de onde eles depõem líderes democráticos
não pelo povo, mas sim pelos leitores do jornal de Wall Street
de onde negros, indígenas e asiáticos eram escravos dos caucasianos
e é incrível como eles os treinaram para serem racistas contra eles mesmos
no lugar onde eles cresceram
vocês nos mantiveram enjaulados
destruíram nossa cultura e disseram que nos civilizaram
estupraram nossas mulheres e quando nós nascemos, nos desprezaram
nos gentrificaram e nos dividiram
e crucificaram todos os messias revolucionários
então eu vou iniciar uma revolta global
nem mesmo seus falsos ditadores anti-comunistas vão poder esconder isso
foda-se a sua medicia de caridade tentando me matar
a imunização que vocês nos dão estão cheias de mercúrio
e agora eu vejo o Terceiro Mundo como um soldado do jogo do rap
nacionalizo a indústria e a tomo de assalto!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Snowgoons: Black Snow

Snowgoons é uma dupla de produtores alemães, formada por Det e DJ Illegal. Black Snow é o segundo álbum deles, e segue a mesma fórmula do primeiro: beats produzidos para vários emcees americanos rimarem em cima. Neste álbum novo, a seleção de emcees foi muito boa, com nomes como Killah Priest, R.A the Rugged Man, Smif-N-Wessun, Ill Bill, Apathy, entre outros, além de alguns desconhecidos prontos para mostrar seu valor.

Com tanta qualidade no microfone, os beats precisariam estar no mesmo nível. Pois Det e Illegal conseguem isso com facilidade. O estilo de produção dos cara lembra bastante o de Stoupe, do Jedi Mind Tricks: samples predominantemente de música clássica - Stoupe também sampleia muita música latina - e refrões com scratches, o que remonta a uma influência mais antiga e lendária: DJ Premier. O legal de ver tantos samples de música clássica é que, de certo modo, os produtores estão valorizando suas raízes, afinal este gênero nasceu na Europa, e não tentando imitar os beatmakers americanos - algo que começa a ser feito também no Brasil, e tem tudo para dar certo, aliás. Além dessa valorização, os Snowgoons completam seu estilo com beats majoritariamente acelerados e bateria pesada, o que traz aquele ar de nostalgia dos anos 90.

Por outro lado, esta predominância nos samples pode dar a sensação de que os beats não diferem muito uns dos outros. Para quem ouve o disco um pouco distraído, esta sensação fica ainda mais forte. Entretanto, basta prestar um pouco de atenção para perceber algumas faixas muito boas: Casualties of War tem um sample vocal sombrio muito bom; Server Justice tem um Killah Priest inspirado, strings cortadas com estilo e refrão cativante; Lost tem um clima mais soturno se comparado às outras faixas, e funciona bem; The Hatred conta com um sample vocal de ópera diferente, o que dá um clima épico à faixa.

Estas foram as faixas que eu gostei, mas cada um vai ter suas favoritas, até porque não há nenhum beat ou rima ruim no álbum, embora também não haja nada muito destacado. Consistência é a palavra chave para Black Snow: beats pesados e originais e emcees com flows agressivos. Quem gosta de Army of the Pharaohs, Jedi Mind Tricks e derivados, vai gostar muito de Snowgoons.

Snowgoons - Black Snow
1. The Curse feat. King Magnetic Charon Don, Sicknature, Reef The Lost Cauze
2. Black Snow feat. ILL Bill, Apathy
3. Casualties of War feat. Smif-N-Wessun, Respect Tha God
4. Who? feat. Outerspace
5. Hold Up feat. R.A. The Rugged Man, Lord Lhus (of Bloodline), Savage Brothers
6. This Is Where The Fun Stops feat. Reef The Lost Cauze
7. Starlight feat. Viro The Virus
8. Knockatomi Plaza feat. Side Effect
9. Pay Attention feat. Decay, Astonish, Scheme (of Molemen)
10. Serve Justice feat. Killah Priest, Rasulallah, Richard Raw (of Lost Children of Babylon)
11. Still Got The Ammo feat. Main Flow, Godilla, El Da Sensei, J. Sands
12. Ride On feat. Defari, Maylay Sparks, Sondro Castro
13. Incite A Riot feat. King Magnetic, Adlib
14. Lost feat. Respect Tha God, Block Mccloud, Doap Nixon
15. Still Waters Run Deep feat. Supastition
16. Raining feat. Brainstorm, EDO.G, Jaysaun (of Special Teamz)
17. Sick Life feat. Sick Jacken, Cynic, Bacardi Riam
18. The Storm feat. Boom Bap Project
19. Avalanche Warning feat. Pace Won, Nervous Wreck, Adlib
20. The Hatred feat. Slaine, Singapore Kane, Lord Lhus (of Bloodline)
21. Helpless feat. Equinox

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Vídeo da faixa Who?:


Vídeo da faixa This Is Where The Fun Stops:

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Immortal Technique: The 3rd World

Depois de cinco anos sem lançar material, Immortal Technique volta com suas rimas ácidas e comentários sociais. The 3rd World é uma mixtape produzida pelo DJ Green Lantern, e serve de aquecimento para o novo álbum do emcee, que deve ser lançado ainda neste ano. Nesta mixtape, o cara conta com participações de nomes como Crooked I, Chino XL, Ras Kass e Psycho Realm.

A primeira coisa a ser notada no álbum é que Immortal Technique volta com tudo. Ele demonstra uma emoção no microfone que é rara entre muitos emcees. Além disso, as letras continuam afiadas e bem escritas. Seguindo o nome do disco, ele baseia várias faixas sob a perspectiva de um habitante do Terceiro Mundo, ou mesmo de um imigrante destes países que vive nos EUA. Entretanto, a produção deixa a desejar. Green Lantern não produz nada abominável, mas raramente consegue trazer algum beat excepcional. A sensação é que ele usa os mesmos drumkits para a bateria, e o uso dos samples é um pouco previsível e simplório. Estas falhas ficam ainda mais vísiveis em comparação ao único produtor de fora, Bronze Nazareth, que provê Technique com um beat com caixas pesadas, cheio de metais e samples vocais, em Payback.

A produção abaixo da média acaba comprometendo um pouco o álbum, mas ainda assim Immortal Technique consegue fazer faixas de qualidade. A faixa de início, Death March, tem um clima sombrio, enquanto IT cospe versos falando de tudo um pouco. Golpe de Estado é uma faixa na qual ele rima em espanhol, junto com outros dois emcees, com um bom sample, meio latino. Interessante notar que Temperamento e Veneno, os outros dois caras, mostram-se muito mais confortáveis rimando na língua materna, e são gratas surpresas. Em Reverse Pimpology, IT fala sobre como saber explorar o sistema e ainda critica a indústria do rap, ajudado por um bom refrão de Mojo. Mistakes é um dos acertos de Green Lantern, um sample diferente, bateria mais agressiva que casa bem com o flow de Technique. Crimes of the Heart tem um clima mais épico, também um pouco mais pesado. Por último, The 3rd World, o primeiro single, resume o que há de melhor no disco: letra afiadíssima sobre o Terceiro Mundo e um sample latino muito bom.

De decepção, apenas Lick Shots, com Crooked I e Chino XL, que não entregam versos no nível a que estamos acostumados. Hollywood Driveby tem um sample muito parecido com o de Peruvian Cocaine, não sei ao certo se é o mesmo. Harlem Renaissance parece um remake pouco inspirado de Harlem Streets, também do último álbum. Talvez este seja o problema: os beats mais fracos acabam tirando um pouco a empolgação natural de Technique, o que resulta em uma faixa "monótona".

No mais, ainda mais por se tratar de uma mixtape, o resultado é satisfatório. Immortal Technique manteve seu estilo e seu compromisso com as letras, embora a produção tenha deixado a desejar. Para o álbum oficial, seria muito bom que IT pudesse recorrer a outros produtores, inclusive alguns com os quais já trabalhou. As letras estão lá; falta o devido acompanhamento sonoro para termos mais um clássico.

Immortal Technique - The 3rd World
01. Death March
02. That's What It Is
03. Golpe De Estado (feat. Temperamento y Veneno)
04. Harlem Renaissance
05. Lick Shot (feat. Crooked I & Chino XL)
06. Apocrypha
07. The 3rd World
08. Hollywood Driveby (feat. PsycoRealm & Sick Symphonies)
09. Reverse Pimpology (feat. Mojo)
10. Open Your Eyes
11. Payback (feat. Diabolic & Ras Kass)
12. Adios Uncle Tom (Skit)
13. Stronghold Grip (feat. Poison Pen & Swave Sevah)
14. Mistakes
15. Parole (Evil Genius Mix)
16. Crimes Of The Heart (feat. Maya Azucena)
17. Apocalypse Remix (Feat. Poison Pen & Swave Sevah) **
18. Watchout Remix Rebel Arms (feat. J.Arch & Da Circle) **

** = As duas últimas faixas estão escondidas na faixa 16.

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RZA: Digi Snacks

Mais um álbum que saiu nos últimos dias. O mentor do Wu-Tang Clan volta à ativa com seu álbum solo, mais uma vez encarnando o alter-ego Bobby Digital. O álbum tem apenas uma participação de um membro do Wu - Inspectah Deck -, além de vários artistas desconhecidos, uns cantores, outros novos emcees. David Banner e a lenda do funk George Clinton são os nomes mais notáveis no álbum. Ao que parece, o racha no grupo é bem sério...

Falando do álbum, em entrevistas recentes RZA disse que o álbum seria para ele se divertir. Confesso que fiquei preocupado com esta definição, e tinha poucas expectativas para o álbum. Mas interpretei a frase de forma errada. A diversão de RZA é produzir e rimar da forma que ele quer, sem precisar agradar aos outros. Portanto, enquanto eu achava que o álbum viria cheio de músicas "fáceis", alegres, para pista, o resultado foi, majoritariamente, oposto.

A atmosfera do álbum é predominantemente sombria, com beats lentos e melodias discretas. RZA mantém o estilo de 8 Diagrams e continua usando instrumentação em vez de samples. E parece que ele vem aperfeiçoando este seu novo estilo. Alguns bons exemplos desta evolução são Good Night, uma faixa sobre relacionamentos, com um instrumental lento e atmosférico; Money Don't Own Me, com caixas pesadas, ótimo refrão e, novamente, um clima mais soturno; Put Your Guns Down traz pra linha de frente uma bateria pesada e marcante, com RZA tocando em uma tema delicado, que é a violência nos bairros; Don't Be Afraid mantém a bateria agressiva, agora mais acelerada e com um sample vocal no refrão, enquanto Love Is Digi Part II volta ao clima soturno e lento do álbum, dessa vez com ótimo refrão. Up Again, com um piano cativante no fundo, teria ótimo potencial radiofônico, não fosse a falta de um refrão e um uso errado de George Clinton, que aparece tímido no final da faixa.Por fim, Drama, um dos singles, é um remake de uma música de GZA, que tem um refrão marcante e beat simples, com toques discretos de piano.

Mesmo tendo surpreendido, o álbum ainda conta com alguns pontos fracos. Straight Up The Block é uma das piores coisas que RZA já lançou: uma voz estranha sobre uma batida sulista produzida por David Banner (!). Além disso, os artistas convidados não funcionam, com pouquíssimas exceções - Thea em Drama e Love Is Digi, Monk em Drama e Crisis em Money Don't Own Me. Coincidência ou não, eles se destacam justamente quando fazem um papel pequeno na música.

Por fim, até que o álbum supera as expectativas. Não é nenhum clássico, mas tem boas faixas, e algumas descartáveis. O importante, aqui, é acompanhar a evolução de RZA nesta nova forma de produção, afinal o cara é um dos grandes gênios da área. Para o próximo disco, participações melhores - se possível, de membros do Wu - e menos tentativas de apelar ao estilo em voga - no caso, o Dirty South - podem fazer Bobby Digital ir ainda mais além.

RZA - Digi Snacks
01: Digi Snacks (feat. Understanding)
02: Long Time Coming (feat. Danny Keyz)
03: You Can't Stop Me Now (feat. Inspectah Deck)
04: Straight Up the Block (feat. David Banner, Beretta 9 & Monk)
05: Booby Trap (feat. Dexter Wiggles)
06: Try Ya Ya Ya (feat. Monk & Thea)
07: Good Night (feat. Reverend William Burke, Thea & Crisis)
08: No Regrets
09: Money Don't Own Me (feat. Monk, Christbearer & Stone Mecca)
10: Creep (feat. Black Knights, Christbearer & Thea)
11: Drama (feat. Monk & Thea)
12: Up Again (feat. Beretta 9, Reverend William Burke, George Clinton & El DeBarge)
13: Put Your Guns Down (feat. Startel)
14: Love is Digi Pt. II (feat. Beretta 9, Crisis & Thea)
15: O Day
16: Don't Be Afraid

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Vídeo da faixa You Can't Stop Me Now:

Vast Aire: Dueces Wild

Novo álbum do Vast Aire, antigo membro do Cannibal Ox, um dos grupos mais aclamados recentemente no underground americano. Este é o quarto álbum do cara, conhecido por ter um flow lento e letras extremamente complexas e abstratas. Mesmo assim, ele não conseguiu repetir, com seus álbuns solos, o sucesso do álbum do Cannibal Ox.

Em Dueces Wild, Vast Aire chega o mais perto possível do som futurista que o consagrou no Can Ox. Mesmo sem a ajuda de El-P, os beats mantém aquele clima eletrônico e, por vezes, abstrato. Ainda assim, a produção não chega aos pés da qualidade daquele álbum, embora seja uma injustiça comparar ambos. Mas é inegável a tentativa de recriar aquele clima que fez Vast escrever suas melhores rimas. Até Pete Rock tenta entrar no mundo do emcee ao produzir Mecca and The Ox, a faixa que reúne novamente Vordul Mega e Vast Aire, depois de alguns anos separados.

Por outro lado, Vast soa bastante confortável nestes instrumentais. As rimas complexas e os temas abstratos continuam, recheados de punchlines bem humoradas e certeiras. O flow é o mesmo que chacoalhou o underground americano: lento, carismático e preciso. A voz de Aire é bem marcante, dá para reconhecer na mesma hora de quem se trata.

Os destaques vão para a faixa de abertura, You Know, que exemplifica bem o álbum: versos obscuros, flow lento e beat futurista. When Starz Fall tem um clima arrastado cativante e mostra Aire e seus parceiros de rima trocando versos. Shu tem uma atmosfera sombria e caixas mais graves. A bateria pesada continua em voga em Graveyard Shift, que traz um clima mais épico e complexo.

Enfim, Vast Aire mostra neste álbum novo que se mantém fiel ao estilo que o consagrou, e acerta em cheio. Aire é um emcee bastante "específico", pode soar um pouco fora de lugar em outros tipos de beats, mas é muito bom no seu nicho. Para quem gosta dele e o acompanha desde os tempos de Def Jux, este disco certamente irá agradar.

Vast Aire - Dueces Wild
01. You Know (You Like It) (Produced by Le Parasite)
02. T.V. Land (Produced by Melodious Monk)
03. Take Two (Produced by Melodious Monk)
04. The Dynamic Duo (feat. Geechi Suede) (Produced by Aspect One)
05. Gimme Dat Mic (feat. Copywrite) (Produced by Walter Rocktight)
06. Mecca And The Ox (feat. Vordul Mega) (Produced by Pete Rock)
07. Back 2 Basics (Produced by Melodious Monk)
08. Lunch Room Rap (It's Nothing) (Produced by Oh No)
09. When Starz Fall (feat. Double A.B., Thanos, Swave Sevah & Karniege) (Produced
10. The Crush (Produced by Falside)
11. Shu (The God Of Aire) (Produced by Thanos)
12. Graveyard Shift (feat. Genesis) (Produced by Melodious Monk)
13. The Man Without Fear (Produced by Melodious Monk)

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Tech N9ne: Killer

Álbum duplo do Tech N9ne, um emcee do Kansas e um dos artistas independentes que mais vendem nos EUA. Segundo o cara, ele está próximo de atingir a marca de 1 milhão de discos vendidos de forma totalmente independente, o que é algo surpreendente. Neste novo trabalho, ele mostra ser um dos mas prolíficos da cena, lançando logo dois discos, com participações de antigos parceiros e alguns nomes consagrados, como Ice Cube e Scarface. O nome e a capa do álbum são inspirados no famoso Thriller, do Michael Jackson.

Essa semana saíram muitos álbuns bons, ainda nem tive tempo para ouvir todos. Então, nem posso ainda falar alguma coisa sobre o disco. Mas em breve eu posto a resenha do álbum aqui. Enquanto isso, deixem seus comentários sobre o disco.

Tech N9ne - Killer
CD1
01. Dr. Frazier's Office (Intro Skit) 01:21
02. Like Yeah 04:19
03. Wheaties (Feat. Shawnna) 04:09
04. Everybody Move 03:38
05. Get The Fuck Outta Here (Feat. The Popper & Paul Wall) 04:28
06. The Waitress 04:09
07. Crybaby 04:36
08. Shit Is Real 03:43
09. Blackboy (Feat. Brother J, Ice Cube & Krizz Kaliko) 04:46
10. Pillow Talkin' (Feat. Scarface) 03:43
11. Pain A Dark Picture (Feat. Dirtball) 04:39
12. Hope For A Higher Power 05:57
13. Worst Case Scenario (Skit) 01:51
14. Psycho Bitch II (Feat. Liquid Assassin) 05:48
15. Poisonous (Feat. Liz Suwandi) 02:42
16. Too Much (Feat. Kutt Calhoun) 03:03

CD2
01. I Love You But Fuck You 05:23
02. One Good Time 04:29
03. Drill Team (Feat. Snug Brim, Bg Bulletwound & Krizz Kaliko) 05:16
04. Beat You Up (Feat. Lebowski, The Weapon & Big Scoob) 05:13
05. Lets Go (Feat. Kutt Calhoun & Mista Fab) 03:25
06. Why You Aint Call Me 04:31
07. Seven Words (Feat. Skatterman & Krizz Kaliko) 04:53
08. The Sexorcist (Infomercial) (Feat. Krizz Kaliko) 03:40
09. Killa Call (Skit) 00:32
10. Enjoy (Feat. Krizz Kaliko & Bosko) 04:05
11. Elbow Macaroni (Skit) 01:30
12. I Am Everything (Feat. Hed P.E. & Kottonmouth Kings) 03:35
13. Happy Ending 04:44
14. Cant Shake It (Feat. Krizz Kaliko & Robert Rebeck) 03:38
15. Holier Than Thou (Feat. Krizz Kaliko & Strange Lane Choir) 05:23
16. Last Words 04:14

Download CD 1
Download CD 2

terça-feira, 17 de junho de 2008

Savave - PromoTape: Feito Sob Medida

Savave é um grupo de Curitiba, formado por Thiago Pródigo e Nave, seguindo a linha da nova escola brasileira, com uma proposta de letras e beats um pouco diferente da visão tradicional. Já trabalharam com nomes respeitados do undeground nacional, como o grupo paulista Contrafluxo, o rapper Paulo Napoli e o produtor DJ Caíque. Depois de lançarem Vindo de Baixo pra Toca Alto, os caras estão de volta lançando esta promotape, uma prévia para o disco novo do grupo.

Confesso que não conhecia a fundo o trabalho deles, mas fiquei impressionado de cara com a qualidade das faixas. Os beats são muito bem feitos, com clara referência de caras como DJ Premier e 9th Wonder, com samples cortados, bateria pesada e simples. Líricamente, os temas são os mesmos de seus contemporâneos de rap nacional: reflexões sobre a vida, histórias sobre relacionamento e ode ao hip hop. Na primeira categoria, destaca-se Viver É Uma Arte, produzida por Dario, uma coleção de strings muito boas, uma linha de baixo tranqüila, dando o clima ideal para os emcees mandarem seu recado:

"Igual a admirar as cores de Monet, faça dos momentos / grandes e pequenos, sem arrependimentos / tudo deve ser feito na sua plenitude / aquele que não faz história, no final só resume / bate no peito, assume, se houver medo, encara / escreva cada página, esqueça da borracha"

Parte II tem um sample de Wilson Simonal e é uma storyteller sobre relacionamentos, com o emcee descartando voltar para a ex-namorada. Vai Virar Lenda fala sobre os famosos vacilões, sobre um beat que eu só consigo descrever como uma mistura de Premier-9th Wonder, com os samples cortados do primeiro e os vocais sampleados do segundo. Por fim, O Homem Que Sampleava é o maior destaque do álbum, um beat bem suingado e um refrão cativante, com rimas que falam sobre a busca de um produtor por seus samples. Conceito bastante original e criativo.

Enfim, embora seja apenas um EP, é um trabalho bastante consistente e de qualidade. A produção é impecável, os caras têm ótimo gosto para os samples e um flow bem agradável. Definitivamente, um grupo bastante promissor no cenário nacional.

Savave - PromoTape: Feito Sob Medida
1- Ouça Isso (Intro)
2- Deixa Que É Nóiz
3- Soluções e Problemas
4- Viver é uma Arte(prod. por Dario)
5- Parte II
6- Vai Virar Lenda
7- Chave Mestra (prod. por Dario)
8- O Homem Que Sampleava (prod. por DJ Caíque)

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PS: Quem quiser comprar a PromoTape, é só entrar em contato com os caras pelo email savavecwb@gmail.com. O custo é de 5 reais, além do envio. Mais informações, acesse o blog do grupo.

domingo, 15 de junho de 2008

K'Naan: The Dusty Foot Philosopher

K'Naan é um emcee nascido na Somália e radicado no Canadá, bastante elogiado pela crítica e vencedor de alguns prêmios importantes no âmbito canadense. O cara começou fazendo spoken word, e logo encontrou seu caminho no rap. The Dusty Foot Philosopher, seu álbum de estréia, foi muito elogiado e lhe rendeu parcerias e shows com nomes como Mos Def, Dead Prez e Pharoahe Monch. Agora, em 2008, ele lança uma nova versão do álbum, com algumas faixas novas e outras mixadas novamente: é a Deluxe Edition.

O que chama a atenção sobre K'Naan são suas letras bem escritas, cujos temas giram em torno sempre da situação da Somália, seu país natal, além de questões políticas e mensagens de incentivo. Embora alguns achem o flow dele parecido com o do Eminem, eu discordo, acho que a voz fina pode até explica as comparações, mas o cara tem uma levada um pouco mais puxada para o canto, do que aquela rima seca. Em suma, é um flow diferente, bem trabalhado, suingado, típico de quem tem total controle do microfone e do beat.

Falando em beats, aqui reside outra característica marcante do trabalho desse emcee: a mistura do rap com ritmos africanos. Longe de ser caricata, a produção passeia por momentos mais eletrônicos até a típica percussão da África. São arranjos de muito bom gosto - não encontrei nada a respeito, mas soa como se tudo fosse tocado, e não sampleado - e originais. Apesar dessa mistura, ainda existe espaço para outros ritmos negros, como o reggae e o R&B.

Em um trabalho tão cheio de identidade, fica difícil listar alguns destaques, mas eu vou tentar: Soobax é a música mais conhecida e polêmica do disco, na qual K'Naan critica alguns poderosos da Somália, ligados à venda de armas. O instrumental é o exemplo perfeito do rap-África, com o refrão, inclusive, cantado em somali. My Old Home é uma faixa mais lenta, triste, na qual o emcee descreve sua infância no país natal. I Was Stabbed By Satan é puxada para o reggae, até mesmo na levada do cara. Em Smile, K'Naan troca o discurso ácido por uma mensagem positiva para seus companheiros de luta, pedindo a todos que "nunca deixem eles te verem mal, sorria até mesmo quando estiver sangrando".

Logo em seguida, vem If Rap Gets Jealous, um petardo sonoro, um pouco mais influenciado pelo R&B, com uma guitarra discreta e bateria mais presente. Para completar a seqüência, temos a faixa-título, com uma espécie de flauta no fundo bem legal e um refrão cativante e, por fim, Strugglin', a melhor faixa do disco, uma combinação perfeita de letra sobre os problemas cotidianos que todos nós enfrentamos e um beat tranqüilo, complexo e ao mesmo tempo de sonoridade simples e agradável. Por fim, K'Naan se junta aos Dead Prez e à cantora Stori James em Til We Get There, outra faixa positiva, com mensagem de esperança, com ótimo potencial radiofônico.

Enfim, este álbum talvez não seja muito conhecido, mas é MUITO bom. Traz propostas novas para o rap no campo dos instrumentais, como a mistura com ritmos africanos, coisa que, embora parecesse óbvia devido à ligação rap e negritude, nunca tinha sido tão explorada. Além disso, K'Naan é um ótimo emcee, com letras inteligentes e mensagens relevantes. Não deixe este disco passar.

K'Naan - The Dusty Foot Philosopher
  1. Wash It Down
  2. Soobax
  3. What’s Hardcore?
  4. My Old Home
  5. Moment (Interlude)
  6. I Was Stabbed by Satan
  7. My God (Interlude)
  8. Smile
  9. If Rap Gets Jealous
  10. Dusty Foot Philosopher
  11. Strugglin’
  12. In the Beginning
  13. Hoobaale
  14. African Way feat. Mwafrika
  15. Voices in My Head
  16. My Shadow
  17. For Mohamoud (Soviet) (Interlude)
  18. Until the Lion Learns to Speak
  19. Blues for the Horn
  20. Til We Get There feat. M-1
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Vídeo da faixa Soobax:

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Vídeo: Nas - Be A Nigger Too

Primeiro queria agradecer ao DJ Tamenpi, do blog Só Pedrada, uma das referências para mim, pelos elogios e pela "propaganda" do Boom Bap. Valeu mesmo!

Falando no clipe, ficou muito bom, é bem grande até, antes tem uma acapella do Nas, uma pequena história. Muito bom, destaque pra cena da criança com uma arma na janela, simulando a famosa cena do Malcolm X.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Letra Traduzida: Nas - Black President

Esta letra é sensacional, ele fala bastante sobre a possibilidade do Barack Obama ser eleito presidente americano, ainda resume um pouco algumas peculiaridades da vida no gueto. Sem contar que tem um sample do Tupac no refrão...

Artista: Nas
Álbum: Nas
Música: Black President - PRESIDENTE NEGRO

[ Refrão : Sample: Tupac - I Wonder If Heaven Got A Ghetto]
"Embora pareça que isso caiu do céu
Nós não estamos prontos para ter um presidente negro"
Sim, nós podemos mudar o mundo

[ Parte I ]
Eles nos esqueceram na favela, nos colocaram numa caixa
confinamento solitário, o quão violentos são estes policiais?
eles precisam de uma aposentadoria antecipada, quantos ralis eu vou assistir?
isso não me faz marchar, eu tenho uma semi automática para iluminar tudo
o jogo está em recesso
moradias públicas, complexos de casas
cozinhando no pirex
meus manos estão ou ganhando dinheiro ou fugindo de tentativas de assassinato
isso se eles ainda não morreram tentando ser ricos
e eu ainda estou jurando fidelidade, um bandido em potencial,
um líder do gueto, explorando meu lado poético
para qualquer um que precise dele
eu sangro isso por Queensbridge, agora vivendo com meu pé mais alto
nunca derrotado, você sabe que esses caras de cor e Negroes
odeiam ver um deles ter sucesso
America, nos surpreenda
e deixe um homem negro nos guiar

[ Refrão ]

[ Parte II ]
O que o presidente negro estará pensando na noite da eleição?
Será "como eu posso proteger minha vida"?
"Proteger minha esposa?" "Proteger meus direitos?"
todo presidente anterior não foi nada menos do que branco
exceto por Thomas Jefferson, que tinha sangue indígena
e aqueles caras legais agnósticos
KKK está se perguntando "que porra é essa?", carregando suas armas
eu estou carregando a minha também, pronto pra correria
porque eu estou andando com a minha crew
ele morre - nós morremos também
mas por um lado positivo, eu acho que Obama nos dá esperança
e desafia mentes de todas as raças e cores a esquecer o ódio
e tentar amar um ao outro, são tantas cobras políticas
nós precisamos de um tempo, eu acho que eu posso confiar neste irmão
mas será que ele vai manter sua caminhada verdadeira?
cada negro inocente na prisão - faça a sua parte
quando ele vencer - será que ele ainda vai se importar realmente?

[ Refrão ]

[ Parte III ]
Diga uma oração para "nós precisamos disso?"
você está errado, pastor Jeremiah Wrong
envolvido com um senhor de escravos
abraços sinceros do rapper mais corajoso dos EUA
Jesse é ladrão de carros, Tio Tom é seqüestrador
pergunte por aí pelo Bentley e pelo Coupe do juiz
essa puta chamada vida, eu a explorei
o quê?
Política, truques políticos
assassino de KKK, um decano de defesa
produtor de progresso, nada na luva
o cara que te dá uma chance para sobreviver
precisamos fazer o que nós precisamos fazer
nós não temos governantes vindo para nos ajudar
tudo o que nós precisarmos que seja feito, precisamos fazer por conta própria
um novo e melhorado John Kenneddy a caminho
mas não estamos mais nos anos 60
os negros não são hippies, não vamos cair nas mesmas armadilhas
em pé na sacada, onde eles atiraram em Martin Luther King
McCain tem algumas desculpas, mas ninguém está ouvindo
as pessoas precisam de honestidade

Letra Traduzida: Nas - N.I.G.G.E.R.


Artista: Nas
Álbum: Nas
Música: N.I.G.G.E.R. - C.R.I.O.U.L.O.

[ Refrão ]
Eles dizem que nós somos C-R-I-O-U-L-O-S
nós somos muito mais do que isso
mas nós ainda escolhemos ignorar o óbvio
mano, esta história não nos reconhece
nós éramos mestres muito antes dos colégios
Eles dizem que nós somos C-R-I-O-U-L-O-S
nós somos muito mais do que isso
mas nós ainda escolhemos ignorar o óbvio
nós somos o escravo e o senhor
o que você está procurando? você é a pergunta e a resposta

[ Parte I ]
Nós não acreditamos em líderes negros, usamos luvas para nos aquecer
preparamos ovos e dinheiro para o governo
os calendários com Martin Luther King, John Kennedy e Jesus
precisa ser ligeiro para ir para a escola com tênis legais
escolas com livros ultrapassados, nós somos esquecidos
verões esquentando com o hidrante de incêndio
sim, eu sou do gueto
com mulheres negras idosas falando sobre o nível de glicose delas
não é incomum ver fotos do funeral de amigos mortos
papel alumínio na antena da TV
pequenas TVs em cima da TV maior, comendo o jantar das TVs
as meninas colorem seus cabelos com Kool Aids
eles nos dão limões, nós fazemos limonadas
mas estes manos são pagos
ancestrais de escravos, descendentes de reis
é necessário que eu brilhe, fale toda hora sobre a roda do meu carro
use Timbs em cada cena

[ Refrão ]

[ Parte II ]
Eu digo isso como um senhor de escravos? "Crioulo"
não, eu sou um gangsta, eu devoro rappers
minha sentença foi pequena quando eu fui condenado
isso deve significar que o tribunal viu minha mudança
tire os braceletes, selvagem quando falido
fumo uma erva de primeira qualidade, não preciso de um Rolex falso
meu peito ainda está cortado como uma bolsa de drogas
meus pensamentos-padrão consistem de assuntos de chefia
rimo sobre os mandamentos perdidos de Moisés
como um sanduíche nojento na minha boca
um brinde para as câmeras do governo nos vigiando
toda semana eu preciso ter meus carros, casas e telefones vasculhados atrás de bugs
mas isto é aquilo com o qual eu sonhava
entre cortar cocaína com navalhas novas, cortando meus dedos
eles costumavam nos manipular, nós queríamos tudo
mas aquele que nos trouxe o presente era a cobra
como na cena de casamento do New Jack City
não há tempo para erros, tentar vencer como Midian

[ Refrão ]

[ Parte III ]
As pessoas têm medo das críticas
mas eu sempre coloquei a mim mesma na posição de sacrifício
eles sabem que eu não rimo só por fama
eu tenho meu antigo amigo, pai da minha meia-irmã, pedindo mudanças
é, eu gastei um dinheiro, mas isso não mporta
eles me viram desde quando eu era magrelo até engordar um pouco
quando eu rimo sobre guerra, eles tem uma tendência para se espalhar
eles não são minha retaguarda mais
então agora meus inimigos estão na minha porta
porque toda vez que nós mencionamos nossas condições
nossa história ou existência, eles chamam de racismo ao contrário
ainda hoje as ruas estão divididas
meu irmão Jung sempre vai ter um banco para ele
não atrás de mim, mas do meu lado
você sempre vai saber onde me achar
eles dizem que aqueles que estão mais próximos vão te machucar
então vamos manter um círculo pequeno
no caminho para o sucesso e os anéis de diamantes
em terra de cego, quem tem um olho é rei

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Da King & I: Contemporary Jeep Music

Já que tá difícil de sair coisa boa atualmente, vamos com clássicos. Da King & I é uma dupla nova-iorquina formada pelo produtor DJ Majesty e pelo emcee MC Izzy, que lançaram apenas um álbum, em 1992, quando a costa leste ainda estava meio perdida entre o afrocentrismo de grupos como De La Soul e o G-Funk da costa oeste. Foi neste cenário que os caras lançaram Contemporary Jeep Music, uma daquelas pérolas escondidas do rap.

O álbum é puramente Nova Iorque em seu som: batidas pesadas, minimalistas e samples de jazz por todos os lugares. Como o próprio nome do disco diz, é música para se ouvir no carro, andando por aí. Entretanto, não pense que os beats de DJ Majesty não tem nada a acrescentar, pelo contrário: são vários samples em cada instrumental, se revezando ao fundo, enquanto a bateria mantém o ritmo. A maioria das faixas é mais uptempo, acelerada. Do lado "rimático" do álbum, MC Izzy também surpreende. Ele tem um flow bastante preciso e voz marcante, o que faz com que o álbum não torne-se monótono, até porque não existem participações. Os temas não variam tanto, predominando o tradicional battle rap, mas ainda há espaço para faixas mais introspectivas, como é o caso de Tears, na qual Izzy fala sobre sua decepção com a ex-namorada.

Outros destaques do disco são Let's Take A Trip, com uma ótima linha de baixo e um uso muito bom de um sample de sax; Flip Da Scrip tem ótimo refrão e um piano frenético; Mr. All That é mais jazzy, reflexiva, ideal para fins de tarde de verão. Voltando para o lado bate-cabeça do disco, Lost My Mind e Krak Da Weazel e sua versão remix, Crack Da Weasel, merecem menção.

Enfim, um álbum muito bom. É surpreendente como não teve quase nenhuma repercussão na época, pois mostra bem o movimento estético que começava a se formar na costa leste e levaria ao ressurgimento do rap nova-iorquino na cena. Batidas pesadas, samples bem usados, flow preciso e rimas elaboradas. Tudo o que um bom disco de rap precisa está aqui. Recomendadíssimo.

Da King & I - Contemporary Jeep Music
1) Intro (Contemporary Jeep Music)
2) Let's Take a Trip
3) Flip da Scrip
4) Interlude 1 (MC A$$h*le)
5) Krak da Weazel
6) Interlude 2 (Amusement Park)
7) Brain 2 U
8) Tears
9) Soul Shack Interlude
10) Ghetto Instinct
11) Mr. All That
12) Interlude 3 (Jazz Skit)
13) This is How We Do
14) Interlude 4 (Izzy Sings da Blues)
15) Lost My Mind
16) Represent
17) Crack da Weasel (Dat Other S***)
18) What's Up Doc

Download

Vídeo da faixa Flip Da Scrip:



Vídeo da faixa Krak Da Weazel:



Vídeo da faixa Tears: