quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Common: Universal Mind Control

Certo dia, Common, autor de vários álbuns clássicos e um dos emcees mais respeitados atualmente, estava pensando sobre sua vida profissional e sua recente entrada no mundo do cinema. Satisfeito com o resultado, ele resolveu fazer um disco diferente dos mais recentes, um álbum mais eletrônico e leve do que introspectivo e cheio de samples de soul. Para esta empreitada, ele chamou o produtor Pharrell Williams, do Neptunes, para ajudá-lo na confecção do projeto, que se chamaria Universal Mind Control.

"Pharrell, eu quero um álbum mais dançante, para tocar nas pistas, algo mais leve, diferente do que eu tenho feito. O rap tem entrado numa moda meio eletrônica, quero experimentar com isso", explicou Common. Imediatamente, Pharrel aceitou o convite e os dois começaram a trabalhar. Na primeira sessão, gravaram Universal Mind Control, num beat com um loop até legalzinho, embora enjoativo, mas que funcionaria bem nas boates. Empolgado, Common começou a escrever suas rimas tradicionais, complexas, cheias de significado. Entretanto, foi alertado por Williams da proposta do álbum: "Seja mais simples, isso não funciona num hit!", ralhou. Common concordou com o amigo, e, mesmo contrariado, reeescreveu seu verso, dessa vez de forma mais simples. "Compensarei usando um flow sinistro", pensou.

Felizes com o resultado, lançaram a faixa na internet e continuaram trabalhando. Announcement foi a segunda música gravada, e seguia a toada da antecessora. O beat com um loop funkeado e samples vocais empolgou Common, que escreveu dois versos muito bons, cheios de referências a antigos sucessos do rap, inclusive do próprio emcee. Infelizmente, o beat era tão bom que até Pharrel resolveu rimar em cima. Constrangido, Common teve de ceder. "Ele tem me ajudado muito. Falou um monte de merda na rima, mas até que a levada foi legal", pensou.

Depois, vieram ouras três faixas do tipo: Sex 4 Sugar, What a World e Everywhere(esta última, cortesia de Mr. DJ, amigo dos emcees). Foi aí que Common viu estar tomando uma direção estranha. Ele havia usado um flow meio old school em What a World que tinha funcionado bem, mas não estava satisfeito. Pharrell, por sua vez, estava radiante com o resultado. "Veja, Common, estamos fazendo um clássico!", exclamou. Logo depois, resolveu ir tirar uma água do joelho para depois continuar a produção de clássicos. Neste momento, Common teve uma luz: "É agora ou nunca", decretou. Assim, aproveitou a ausência de Pharrell e gravou três faixas bem diferentes das outras.

Primeiro, surrupiou a melhor batida que Pharrel havia feito e gravou Gladiator. A faixa, com bateria mais tradicional, era dividida em sua estrutura por saxofones espetaculares, meio preguiçosos, enquanto a primeira parte dos versos ficava por conta de um sintetizador. O sample vocal do refrão foi a cereja no bolo para que Common escrevesse como nos tempos de Be. Aproveitando a toada, usou um CD de beats de Mr. DJ que estava na sua mochila e escolheu o beat mais "ensolarado" possível para gravar Changes. "Este é o clima que eu quero, uma atmosfera de verão. Foi isso que eu havia dito à imprensa no começo do ano. Acho que me enganei nas primeiras faixas", pensou, meio arrependido. Esse arrependimento fez-se presente na faixa, uma vez que Common resolveu escrevê-la de uma forma totalmente diferente do restante do álbum. Falou sobre Obama, sobre mudanças, esperança, etc. Por fim, chamou Muhsinah, que havia o impressionado com sua participação no último álbum do Foreign Exchange, para cantar o refrão, e ainda colocou uma criança fazendo um interlúdio no final.

Common já podia ouvir Pharrell cantarolando Beautiful, hit dele com Snoop Dogg, a caminho da sala de gravação. "Meu Deus, só falta agora ele querer fazer aquele falsete escroto em algum refrão do disco!", assustou-se. Apavorado, ele tratou de aproveitar o tempo que restava para gravar mais uma faixa. Assim surgiu Inhale, com um ótimo sintetizador permeando toda a faixa, além de scratches certeiros no refrão. Quando Pharrel voltou para a sala, tinha uma surpresa para o amigo. "Olha quem eu trouxe para fazer uma participação no disco!", disse, enquanto apresentava Kanye West. "Nossa, pior que o falsete do Pharrell, só o autotune do Kanye!", desesperou-se Common. Dito e feito. A dupla gravou Punch Drunk Love, com 'Ye cantando normalmente o refrão. Porém, os temores de Common se confirmaram, e ele viu o novo astro pop usando o autotune para colocar no fundo da faixa, que, apesar disso, não ficou tão ruim.

No apagar das luzes, Common chamou seu amigo Cee-Lo para cantar um refrão na última faixa a ser gravada. Make My Day, uma faixa uptempo, com um andamento bem acelerado da bateria, foi abençoada com a performance de Cee-Lo, o que empolgou bastante Common, o que deu para notar até no flow dele na música. Com o disco pronto, Common agradeceu, educamente, a ajuda de Pharrell. "Espero que nós possamos trabalhar juntos mais vezes. Oh-oh-oh!", disse o produtor, emendando Beautiful. O emcee deu um sorriso amarelo, e voltou para casa. No caminho, voltou pensando que poderia ter dado um laxante para que o amigo passasse mais tempo no banheiro. Sentiu-se culpado por pensar isso, afinal Pharrell tinha contribuído com bons beats. Então, tomou uma decisão: voltaria a fazer filmes por mais um tempo, enquanto seu novo trabalho rendesse nas pistas.

Common - Universal Mind Control
1. Universal Mind Control (UMC)
2. Punch Drunk Love (feat. Kanye West)
3. Make My Day
4. Sex 4 Suga
5. Announcement (feat. Pharrell)
6. Gladiator
7. Changes (feat. Muhsinah)
8. Inhale
9. What a World (feat. Chester French)
10. Everywhere (feat. Martina Topley-Bird)

A princípio, não vou colocar link para downlad aqui no post, para evitar qu o Blogger delete o post e traga problemas para o blog. Percebi que esss lançamentos maiores são os que chamam a atenção do Blogger. Colocarei o link num dos comentários do post.

15 comentários:

Anônimo disse...

http://rapidshare.com/files/169677449/thrilos.zip

Anônimo disse...

hahahahaah demais sua historia.. vc contando da ateh pra imaginar como foi a gravação..e como foi bem aproveitado a hora do banheiro do produtor...

as vezes eh decpcionante ver caras como o common gravar com pharrel.. .assim como muitos outros q nao precisa citar aki..
ta de parabéns pelos seus posts!
abraços!

Anônimo disse...

Puts, eu até ia baixar esse do Common, mas Kanye West e Pharrel é foda. Espero que o Common volte pro velho estilo dele.

Faggots, fucking faggots!

DJ Julio UnderBeatz disse...

Mano, brilhantemente foda essa história! Todos nós às vezes passamos por momentos de querer algo diferente, e esse é o momento pra Common e Kanye West.Graças a Deus, não foi tão desastroso como o novo do Kanye, mas essas mentes brilhantes merecem, por td q já fizeram pelo rap, um crédito de confiança. Não vamos fazer como o mundo pop faz, construindo e destruindo num flash. Aguardaremos e confiaremos, e tenho certeza q isso trará boas novas para o bom rap. Vlw o post!

Daniel Tamenpi disse...

Sensacional a história!!!!!!!

kray disse...

Analise diferente loca huahauhauhaua.....

Unknown disse...

Isso na Punch Drunk Love não é e nunca será autotune... é efeito vocal (já escutou o guitarrista do bon jovi?) ¬¬.

Gusta disse...

autotune ou nao... o texto ta brilhante.
parabens aê

abraço

Walber Browne disse...

Salve Felipe. firmeza? Mano o blog ta da hora, gostei desse release mudou um pouco deu vontade fica lendo até...

Ai felipe acabo de coloca no meu blog a HipHopSkateMusic Vol.02, se depois pra vc colar la no meu blog pegar o conteudo e colocar no seu como vc fez da outra vez ficaria agradecido...

Peace

Jah Bless

salve

manicongo disse...

o grande responsável pelo resultado de um bom albúm é um produtor, não so chegado do cara portanto não me preocupo mas justificar o resultado do trampo na ausência de Pharrel durante a produção é falta de respeito ao cara, a obra dele taí, vários clássicos, de Jay Z a Snoop dogg, produtor de muita pesquisa e forte influência dos anos 80, monstro ... foi criativo na abordagem do texto e pouco feliz no argumento, o Common não é um monstro do rap, muito limitado por sinal, principalmente nas levadas, só contando com Pharrel pra fazer um trampo no mínimo contemporâneo ... E viva o falsete e a influência Maicon Díekson na música preta, isso e raiz ...

Anônimo disse...

Adorei a historai tbm imaginei como tvesse realmenta acontecido, eu sou mto fan do Pharrelle o West, maiz eu naum gosto dos 2 com Common e bem diferente eles apesar de ainda nem ter escutado o cd, vou escutar agora e vamo ve se ta bom ne.

Paulo - N.S.T.V. disse...

Gostei da história! Mas realmente fico triste... deixou a desejar demais!!!

Um abraço!
Paulo - N.S.T.V
http://nossosomtemvida.blogspot.com/

Anônimo disse...

Common é um monstro do rap! Essa história ficou loca haha! E é o pior álbum do Common! Flw ae Felipe!

Thiago Ultra disse...

hahahahaha....muito boa essa história irmão,quando eu crescer quero escrever assim que nem você...ouvindo o album da pra perceber a tentativa do common de fazer algo "comteporâneo"...mas na minha opinão ,common sempre foi atual,recorrer ao pharrelao inve´s do premier(ou qualquer outro produtor que ele ja tenha trabalhado) pra fazer os beats pra mim foi o maior erro dele...perdeu completamente a sua identidade...mas o cara pode se dar ao luxo de "tentar" inovar né?

Anônimo disse...

kanye west,commom i love what they do fuck it
dont box that nigga