terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Faixas Avulsas: AZ, Bone Brothers, Buckshot & 9th Wonder...

Finalmente, o ano para os emcees está começando, e vários caras respeitados estão preparando novos projetos. Fevereiro e Março devem ver o lançamento de álbuns cercados de expectativas. O veterano AZ prepara um desses projetos, chamado Undeniable, e já lançou a primeira música do álbum, também chamada Undeniable, na qual ele mostra que seu flow continua impecável, sobre um beat cheio de toques de soul e um refrão cantado.

Bizzy Bone e Layzie Bone voltaram ao estúdio para preparar mais um álbum da série Bone Brothers. O anúncio do álbum foi feito pelo Layzie, que também afirmou que Bizzy está prestes a retornar para o Bone Thugs N Harmony, o que é sem dúvida uma ótima notícia. Em Back In The Day, a dupla volta a mostrar o estilo clássico do grupo, com as levadas originais e inimitáveis, além das harmonizações no refrão. O beat que decepciona um pouco: não que seja ruim, mas simplesmente é completamente ofuscado pelos emcees.

Drivin' Down The Block é o primeiro single do novo álbum do Kidz In The Hall, um grupo relativamente novo e que recentemente assinou com a Duck Down Records. O grupo é formado pelo emcee Naledge e o produtor Double-O, e chamou a atenção com seu trabalho de estréia, chamado School Was My Hustle. Este novo projeto, chamado The In Crowd, está previsto para ser lançado em março. Este primeiro single mostra uma mudança no estilo do grupo, apostando numa faixa mais dançante, usando um refrão screwed, em detrimento dos beats construídos à base de samples de jazz e soul, presentes no primeiro álbum.

Reeditando a parceria que originou Chemistry, 9th Wonder e Buckshot se juntaram novamente para lançar The Formula. O primeiro single se chama Go All Out, um beat cheio de metais, com Buckshot no seu estilo tradicional.
















AZ - Undeniable














Bone Brothers - Back In The Day














Kidz In The Hall - Drivin' Down The Block
















9th Wonder & Buckshot - Go All Out

sábado, 26 de janeiro de 2008

eMC: The Show

Este é um supergrupo formado por nomes já conhecidos, como o veterano Masta Ace, além de Wordsworth, Punchline e Strick. Os caras são amigos há um bom tempo e sempre pensaram em trabalhar juntos. Quando finalmente conseguiram se juntar, lançaram The Show, agora no começo do ano. Além dos quatro emcees, ainda participam do álbum nomes como Sean Price e Little Brother. Existiam rumores que produtores como DJ Premier e Nicolay poderiam estar envolvidos no projeto, mas eu ainda não o ouvi com atenção e também não achei os créditos na internet.

Este álbum, assim como os últimos albuns do Masta Ace, é inteiramente conceitual, e conta de um dia na vida do grupo, onde eles se preparam para fazer um show. Strick, um dos membros do grupo, explicou o conceito: "O álbum começa com o Punchline atrasado para o vôo, como ele sempre faz. (...) Assim, começa com esse atraso, e nos segue durante todo o percurso, desde fazendo o show e até as entrevistas depois dele."

No geral, o quarteto conseguiu criar um álbum consistente, com poucas faixas descartáveis, e algumas realmente muito boas. A produção é boa e coerente, embora em alguns momentos destoe, especialmente quando se tenta fazer um som mais dançante, mais eletrônico, como em Borrow U e The Show, por exemplo. Em compensação, temos aqui grandes beats, como os samples de violinos de Feel It, a classuda Leak It Out, a tranqüila Traffic e a "bagunça-organizada" de Git It Some. Liricamente, os emcees fazem um trabalho mediano, podendo alcançar grandes momentos em faixas como em Winds of Change, uma comparação entre o que mudou no rap desde que os emcees eram jovens e We Alright, em que eles discutem como se sentem diante de várias situações diferentes, mas também conseguem desperdiçar alguns conceitos interessantes em faixas como Borrow U e Make It Better.

De qualquer maneira, é um bom álbum, os emcees apresentam um flow no ponto, a maioria dos beats tem qualidade. É sempre interessante um álbum conceitual, é algo diferente e, se bem feito, se torna uma grande experiência. Até mesmo os skits do álbum funcionam nesse propósito, e fazem um bom trabalho.

eMC - The Show
01 - Who We Be
02 - Airport
03 - Leak It Out
04 - The Check In
05 - Traffic (Feat. Little Brother)
06 - Say Now
07 - Message
08 - Don't Give Up On Us (Feat. ADI (of Growing Nation)
09 - Get Some (Feat. Sean Price)
10 - We Alright (Feat. Strickie Love)
11 - Radio Station
12 - EMC “What It Stand For”
13 - Angry Mech. Guy
14 - Grudge
15 - Make It Better
16 - The Lobby
17 - Winds of Change
18 - The Show (Feat. Ladybuy Mecca)
19 - Back Stage
20 - Borrow U (Feat. Strickie Love)
21 - Once More
22 - U let Me Grow
23 - Feel It (Feat. Money Ham)
24 - Bonus

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Chino XL & Playalitical: Something Sacred

Um dos melhores letristas do jogo, e também dos menos reconhecidos, Chino XL se juntou a Playalitical para lançarem juntos Something Sacred. Playalitical é um emcee/produtor de Denver, bastante conhecido principalmente na Costa Oeste, tendo trabalhado com lendas da região, como Daz Dillinger, Spice 1, The Outlawz e Luni Coleone, assim como outros nomes conhecidos como Bizzy Bone, The Game e Lil Flip.

Ao contrário do que eu pensava, este não é um álbum emcee/produtor, no qual Chino XL rimaria e Playalitical ficaria responsável pelos beats. Ao contrário, ambos chegam a ter algumas faixas solos, além, obviamente, de faixas em que os dois dividem o microfone. Embora este não seja o formato ideal, ainda assim o álbum oferece boas músicas.

Enquanto Chino XL tem um voz um pouco mais fina, Playalitical tem um timbre mais grave, o que dá um bom contraste. Nos beats, o estilo West Coast, com baterias mais lentas, pode ser notado, embora não haja nada perto do G-Funk. Alguns dos destaques são: "Bat Signals Up", um batidão com sample de música indiana, em que Chino e Playa' trocam versos; "Stay In The Lines", que tem um sample de piano muito bom, e é faixa-solo de Chino; "Things To Do In Denver When You're Dead" é a faixa de Playalitical, com um sample de soul muito bem sacado e um flow muito bom. Por fim, Bizzy Bone se junta a Chino XL em "Be With You", e mostra que não desaprendeu a rimar.

No geral, o álbum é bom, embora prometesse muito mais. Chino XL mantém o seu nível de excelência, mas não parece muito focado no projeto. Playalitical é um bom produtor, embora não tenha definido um caminho a seguir no álbum. No final, existem faixas-solo demais, e parecem um pouco sem sentido, uma vez que o álbum é da dupla. Se nas faixas de Chino, ainda se percebe a presença de Playalitical como produtor, quando este assume o microfone, Chino não tem nenhuma participação, o que tira tais músicas do contexto do álbum.

Chino XL & Playalitical - Something Sacred
01. Chino XL And Playalitical - Always Has Been, Always Will Be
02. Chino XL And Playalitical - Jump Off
03. Chino XL And Playalitical - Bat Signals Up
04. Playalitical Ft. Duce Stabs - All I Ever Hear
05. Playalitical - License To Puke
06. Chino XL And Playalitical Ft. Spoke - In-Wordz-Violate You
07. Chino XL - Stay In The Lines
08. Chino XL And Playalitical Ft. Supernatural - Body You
09. Playalitical - Things To Do In Denver When You're Dead
10. Chino XL - Posiden
11. Chino XL And Playalitical - Something Sacred
12. Chino XL And Playalitical - Its No Secret
13. Playalitical - Let It Snow
14. Chino XL Ft. Bizzy Bone - Be With You
15. Playalitical - Smoke Screen

Torae: Daily Conversation

Torae é um emcee de Nova Iorque, e é considerado um dos mais promissores de uma nova geração que inclui nomes como Saigon, Joell Ortiz e Skyzoo. Depois de anos fazendo seu nome no underground, fazendo parte inclusive da Dipset, Torae lançou seu álbum de estréia no começo deste ano, com grandes elogios.

Daily Conversation tem um time de produtores estelar: jovens produtores já renomados como Khrysis, 9th Wonder, Marco Polo e Black Milk, além do mestre DJ Premier, todos eles contribuem com instrumentais para o álbum. Apesar de tantos produtores diferentes, o álbum mantém uma sonoridade coerente, em que predominam samples cortados habilmente e beats pesados, embora não sejam acelerados, nem lentos, estando num meio termo agradável, uma tênue linha entre o batidão e o rap relax. Se fosse para comparar, diria que o som lembra bastante as produções da Justus League. Não por acaso, dois produtores desta crew, 9th Wonder e Khrysis, estão envolvidos no projeto.

Já Torae também faz um bom trabalho, com uma voz marcante e um flow bem trabalhado e confiante. Eu não posso opinar quanto aos temas abordados, porque não tive acesso às letras e nem tenho tanto domínio do inglês falado, mas pelas resenhas que li na Internet, a performance do cara está quase impecável.

Deixando isso de lado, alguns dos destaques do álbum são: "Get It Goin'", com um sample de violino muito bom; a funky "The Nigguz is Comin'", além, é claro, das duas faixas produzidas por DJ Premier, "Click", cheia de samples de metais, e a classuda "Get It Done", com o típico estilo de Primo.

Enfim, este é um ótimo álbum, de um cara relativamente desconhecido, mas muito bem produzido, inclusive com nomes conhecidos nas produções. Para quem busca uma lufada de ar fresco no rap nova-iorquino, Daily Conversation é uma grande escolha.

Torae - Daily Conversation
1.) Intro (produced by Vega Benetton)
2.) Callin' Me (produced by Eric G.)
3.) Somethin' To See (produced by Khrysis)
4.) The Journey pt. I (produced by Pavaratti)
5.) Click f/Skyzoo (produced by DJ Premier)
6.) Fantaztik 4 f/Chaundon, Kil Ripkin & Skyzoo (produced by 9th Wonder)
7.) Think About It f/Teflon (produced by Eric G.)
8.) Switch (produced by Black Milk)
9.) Get It Goin' (produced by Mr. Attic)
10.) Save The Day f/Stimuli & Kel Spencer (produced by Khrysis)
11.) The Nigguz Is Comin' f/Tash (produced by Khrysis)
12.) CME The Entity f/Skyzoo, Yatta Barz & Zeqway (produced by Vega Benetton)
13.) Get It Done f/Skyzoo (produced by DJ Premier)
14.) Tayler Made (produced by Eric G.)
15.) Casualty ***Bonus Track*** (produced by Marco Polo)

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Brother Ali: The Undisputed Truth


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Produtor: Ant

Depois de se tornar conhecido no underground americano com Shadows on the Sun, Brother Ali se reuniu novamente com o produtor Ant para lançar seu segundo álbum, The Undisputed Truth. Este álbum consolidou Ali como um dos melhores emcees na cena atual. Neste novo álbum, é notável a evolução do emcee, tanto na sua escrita, quanto em seu flow, ainda mais passional e no ponto. Durante o tempo entre os dois álbuns, Ali passou por grandes problemas familiares, inclusive separando-se de sua esposa.

Em The Undisputed Truth, Ant mantém a tradição de apostar numa grande variedade de samples e beats pesados. Ele e Brother Ali mostram que a química entre os dois ainda é muito forte, com músicas muito bem construídas, ligando o beat à letra com maestria. "Watcha Got" tem um sample de rock pesado e Ali rima igualmente pesado; os problemas enfrentados nos últimos anos inspiraram "Walking Away", um beat triste com um sample com algo muito parecido a um assovio, em que Ali fala sobre sua separação da esposa; "Faheem" é uma música mais "pra cima", e fala sobre o filho de Ali; mas é em "Uncle Sam Goddamn" em que Ali mostra o grande diferencial do álbum: a letra faz duras críticas políticas aos EUA, sobre um beat com sample country. Veja uma pequena parte da fúria de Ali:

"Bem-vindo às Cobras Unidas (trocadilho com States/Snakes)
terra dos ladrões, casa dos escravos
grande guarda imperial onde o dólar é sagrado"

Existem ainda outras músicas com teor político, como "Letter from the Governmente", "Truth Is" e "Freedom Ain't Free". Este é apenas mais um lado revelado deste grande emcee, sempre incorporando novos elementos à sua música, ao mesmo tempo em que não se desvirtua de suas origens.

Brother Ali - The Undisputed Truth
1.Whatcha' Got
2.Lookin' At Me Sideways
3.Truth Is
4.Puzzle
5.Pedigree
6.Freedom Ain't Free
7.Letter From the Government
8.Here
9.Listen Up
10.Take Me Home
11.Uncle Sam Goddamn
12.Walkin' Away
13.Faheem
14.Ear to Ear

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senha: sharedmp3.net

Vídeo da música "Uncle Sam Goddamn":


Vídeo da música "Take Me Home":

Letra Traduzida: Brother Ali - Uncle Sam Goddamn

Artist: Brother Ali
Album: The Undisputed Truth
Song: Uncle Sam Goddamn - QUE MERDA, TIO SAM

[ Intro ]
Ah, o nome desta música é Que Merda, Tio Sam
é uma música para show, mas o show ainda não foi escrito para ela
nós vamos ver se Tony Jerome e a banda possam talvez fazer essa merda funcionar comigo
eu gosto disso mano

[ Refrão ]
Bem vindo às Cobras Unidas (trocadilho com States/Snakes)
terra dos ladrões, casa dos escravos
grande guarda imperial onde o dólar é sagrado
vamos fazer isso de verdade, vamos lá

[ Verso I ]
Fumaça e espelhos, medalhas e estrelas
roubadas da cruz em nome de Deus
massacre, genocídio, estupros e fraudes
escritos nas páginas da lei, bom Deus
o Continente Frio trancou as chaves das crianças
fugiu certo dia e começou a agir de modo errado
rei de onde as coisas selvagens são o orgulho do papai
porque o Império Romano acabou com todas elas
importou e torturou uma força de trabalho
e nunca curou as feridas ou mudou a maldição
agora a nação crescida tipo Golias
ministra audições abertas para os Davids, entende?
nada pode te salvar, você questiona o reino
você é perseguido e acorrentado
primeiro cresceu, mas eu preciso ser insano
porque eu não consigo imaginar uma merda de maneira para mudar isso

[ Refrão ]

[ Verso II ]
Todos os que fazem reverencia ao gordo são preguiçosos
por que você me obedece e por que eles me odeiam?
a apenas duas gerações atrás
da mais desprezível troca escrava do mundo
foi pioneira em várias de degradar um ser humano
que até hoje não pôde ser mudada
o legado ficou tão impregnado que nós pensamos que não precisamos
mais de correntes para ser escravos
Senhor, é algo vergonhoso
os estrangeiros até foram estuprados durante o caminho
porque as crianças não conseguem escapar da dor
e nascem com veneno em suas veias
tentar separar um homem de sua alma
você só vai fortalecê-lo e perder a sua alma
mas atire no otário se ele andar perto do trono
relembre-o de que esta é a minha casa

[ Refrão ]

[ Verso III ]
Você não dá dinheiro para os mendigos
numa esquina com um sinal, sangrando em suas calças
falando que você não ajuda a um viciado em crack
o que você pensa qe acontece com o dinheiro de seus impostos?
merda, o governo é o viciado
com um bilhão de dólares por semana, mata o hábito das pessoas marrons
e mesmo se você não estiver na linha de frente
quando gritaram que está na hora você vai voltar pra ela
um simples olhar de como você está correndo atrás
no final do dia adicione tudo o que eles pegaram
tres de doze meses, seu salário paga essa loucura
cara, isso é selvagem
com o que sobrou, você compra uma tv de plasma
pra ver onde eles fizeram Dan Rather apontar a merda da câmera
apenas as questões aprovadas são respondidas
agora levanta o seu traseiro para o hino nacional

[ Refrão ]

[ Mankwe Ndosi ]
(Você está tão perdido)
tão alienado
para consumir a corda
continue dizendo que nós somos livres
mas todos nós somos apenas perdidos

Brother Ali: Shadows on the Sun

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Produtor:
Ant
Participação:
Slug

Este é o álbum de estréia do Brother Ali, um dos nomes emergentes no underground americano. Uma grande curiosidade sobre o cara é que ele é albino, inclusive fala sobre isso em das músicas deste álbum. Ali é um dos emcees mais aclamados pela crítica, lançando dois álbums muito elogiados. Ele tem um flow muito bom, coloca bastante emoção em cada palavra, e trata de uma grande diversidade de assuntos.

Shadows on the Sun é inteiramente produzido pelo produtor do Atmosphere, Ant, que também faz um grande trabalho, com beats pesados e uma escolha perfeita de samples, dando à cada faixa o clima perfeito. Ant usa samples que variam desde um violão bem brasileiro até a música country. E Ali não desperdiça nenhum beat: em "Room With a View", o emcee fala sobre sua cidade natal, Minneapolis, adicionando um toque de crítica social à letra, sobre um sample de metais onipresente; "Win Some Lose Some" tem o já mencionado de música country e Ali cuspindo rimas hilárias sobre brigas na escola; "Pay Them Back" tem um beat assombroso e Ali falando sobre o jogo do rap; em "Forest Whitiker", ele fala sobre sua condição de albino de forma muito bem-resolvida, e em apenas um verso; entretanto, em "Picket Fence", ele fala sobre o preconceito que enfrenta, sobre problemas com a família, e como é encorajado pela esposa e por uma freira para usar o seu dom.

O que podemos perceber em Shadows on the Sun é que Brother Ali é um emcee diferenciado, com uma emoção incomparável em cada palavra que canta, além de ser um grande exemplo de vida, o que o credencia a falar sobre coisas interessantes com grande autoridade. Auxiliado por um produção impecável, Ali entra no jogo do rap pronto para tomá-lo de assalto.

Brother Ali - Shadows on the Sun
1. Room With A View
2. Champion
3. Star Quality
4. Prince Charming
5. Win Some Lose Some
6. Pay Them Back
7. Blah Blah Blah (feat. Slug)
8. Shadows On The Sun
9. Prelude
10. Forest Whitiker
11. Bitchslap!
12. Back Stage Pacin'
13. When The Beat Comes In
14. Missing Teeth (feat. Slug)
15. Dorian
16. Soul Whisper
17. Picket Fence
18. Victory! (Come Forward)

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sábado, 19 de janeiro de 2008

Lauryn Hill: Ms Hill

Lauryn Hill está de volta ao jogo, depois de anos afastada. Depois de alcançar um imenso sucesso com o grupo The Fugees e, posteriormente, com seu álbum solo, "The Miseducation of Lauryn Hill". Aclamada pela crítica como grande compositora e cantora, Hill também é uma grande emcee, de grande originalidade e inteligência.

A princípio, esse seria o novo álbum, mas, na verdade, o que vazou é uma espécie de coletânea, com alguns dos sucessos de Hill. Estão inclusas músicas do seu primeiro cd solo, como "Lost Ones" e "Ex-Factor", de trabalhos do Fugees, como "How Many Emcees", além do acústico da MTV, como "Freedom".

Apesar de não ser um álbum de inéditas, vale a pena para ouvir grandes músicas, como a letra sensacional de "Freedom", cujo violão seria mais tarde sampleado por Method Man na música "Say", o verso ultrasampleado de "How Many Emcees", além de um pout-pourri com várias participações de Hill, na faixa "L-Boogie".

Lauryn Hill - Ms Hill
1. Intro
2.Lose Myself
3.So High (Remix) Ft. John Legend
4.Take It Easy Ft. Wyclef
5.Blame it On the Sun
6.Final Hour
7.Lost Ones
8.Do You Like The Way
9.SuperStar
10.Here But
11.Tell Him
12.The Sweetest Thing
13.Skit Lauryn Hill Speaks on Hip Hop
14.The Sweetest Thing Remix ft. John Forte
15.L Boogie the Features Interlude
16.Skit Lauryn Hill Speaks On Music
17.Music
18.Cowboy’s Ft. Rah Digga
19.How Many Emcees
20.Guantanemera
21.Soon As I Get Home
22.Freedom
23.Skit
24.Ex Factor
25.Nothing Even Matters Ft. D’Angelo

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Big Noyd: Illustrious

Big Noyd é um emcee do Queens, em Nova Iorque, que primeiro apareceu na cena fazendo participações no álbum "The Infamous", do Mobb Deep. Noyd tem um estilo muito parecido com Prodigy e Havoc, com letras pesadas que falam sobre o cotidiano das ruas, violência e drogas. Com a proeminência que alcançou no clássico álbum dos amigos do Queens, ele conseguiu um contrato e lançou alguns álbuns. Depois de um tempo fora da cena, ele lança "Illustrious", que não conta com participações do Mobb Deep e foi produzido em sua maioria por Lil'Fame, do famoso grupo M.O.P.

Eu ainda não ouvi o álbum, então não vou fazer comentários a respeito. Assim que tiver uma opinião formada, vou editar este post. Por enquanto, baixem e deixem suas opiniões a respeito.

Big Noyd - Illustrious
1. Snitches
2. Posted On The Block
3. So Much Trouble feat. Serani
4. Heartless
5. Money Talk
6. Things Done Changed feat. Kira
7. Back Up In This Bitch
8. The Paper feat. Jay Rush
9. Ghetto feat. Joell Ortiz
10. It's A Wrap feat. Ric Rude
11. Trying To Make It Out (40 Glocc & B.A.M.)
12. Nowhere Else To Hide
13. Rags To Riches
14. Get It Poppin'

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senha: www.rapgodfathers.com

Cage: Hell's Winter

Cage é um emcee da gravadora Def Jux, a princípio conhecido por uma briga com Eminem, a quem ele acusa de ter roubado seu estilo. De fato, ambos têm algumas semelhanças: são brancos, falam sobre coisas pouco convencionais e têm sérios problemas com suas respectivas famílias. Cage é um cara realmente com uma vida bastante atribulada, seu pai era viciado em heroína e obrigava o filho a injetar a droga nele(pai). Na adolescência, ele se envolveu com drogas pesadas até ir parar num hospital psiquiátrico, onde foi usado como cobaia para o teste de novos medicamentos, como o Prozac. Como o próprio Cage diz, este período foi a sua "escola de rap", onde ele desenvolveu seu estilo de escrita.

Hell's Winter é o último álbum de Cage, e mostra letras mais maduras do que em seus trabalhos anteriores, diminuindo a carga de "loucura" que existia nelas. Produzido em sua maioria por El-P, o álbum tem o som característico do produtor, com beats sujos e pesados, com um toque futurista. Cage mantém seu estilo de escrita, e isso pode ser percebido em faixas como "Stripes", na qual ele "homenageia" seu pai; em "Subtle Art of Breakup Song", ele conta um história bizarra que acaba na morte de sua namorada. Outros destaques são "Left It To Us", um beat pesado com participação de El-P e Aesop Rock; e "Hell's Winter", com um bom refrão.

Para tem a mente mais aberta e está procurando rap feito de uma maneira diferente, este álbum é uma ótima pedida. A sonoridade alcançada por El-P está à parte da maioria dos produtores, e Cage é um emcee talentoso, com um bom flow e temas incomuns.

Cage - Hell's Winter
1. Good Morning NY
2. Too Heavy For Cherubs (prod. Blockhead)
3. Grand Ol Party Crash (prod. DJ Shadow)
4. The Death Of Chris Palko (feat. Camu Tao; prod. Camu Tao/El-P)
5. Stripes (prod. El-P/Blockhead)
6. Shoot Frank (prod. Rjd2)
7. Scenester (prod. Blockhead)
8. Perfect World (prod. Camu Tao/El-P)
9. The Subtle Art Of The Breakup Song (prod. El-P)
10. Peeranoia (prod. paWL)
11. Weathermen Gang (feat. Yak Ballz/Tame One/El-P/Aesop Rock; prod. Camu Tao/El-P)
12. Public Property (prod. Camu Tao)
13. Lord Have Mercy (prod. El-P)
14. Hell's Winter (prod. El-P)

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Vídeo da música "Shoot Frank":

Shad: The Old Prince

Shad é um emcee de Londres, na Inglaterra, e talvez por isso mesmo, relativamente desconhecido pela maioria dos fãs de rap. Embora The Old Prince seja o seu segundo álbum, foi com ele que o emcee inglês chamou a atenção do mundo do rap, com um álbum conceitual e bem produzido. Shad também foi aclamado pela versatilidade no microfone. Como ele mesmo diz em sua página do Myspace, ele fala desde coisas engraçadas até temas bem pesados.

Seguindo uma tendência cada vez mais crescente, a parte instrumental de The Old Prince é em sua maioria composta por instrumentos tocados, em vez de samples. O próprio Shad toca guitarra e baixo em certas músicas. O resultado disso é um álbum com uma musicalidade mais madura e bem definida, que permite que a música alcance um maior número de ouvintes(embora eu mesmo ainda prefira a arte de samplear).

Liricamente, Shad conta a estória de um emcee buscando seu espaço usando a metáfora de um velho príncipe, que ainda não conseguiu se tornar rei. Como ele mesmo disse, os temas abordados são variados, desde orgulho negro até os sonhos individuais, passando por religião, falência e motivação.

No geral, o álbum é muito bom e bastante surpreendente, mas ainda pode-se destacar faixas como: "Brother Watching", que fala sobre a situação dos negros com um sample vocal muito bom; "The Old Prince Still Lives At Home", o clímax da comédia do álbum, quando Shad precisa rimar acapella no final porque não pôde comprar todo o beat; "I Heard You Had A Voice Like An Angel" sintetiza a maturidade musical do álbum, com Shad falando sobre religião.

Este é mais um ótimo álbum lançado em 2007, mais um emcee novato fazendo um ótimo trabalho e provando que o Hip Hop está mais vivo do que nunca, enquanto surgirem pessoas com talento fazendo música com honestidade e paixão.

Shad - The Old Prince
  1. Intro: Quest For Glory
  2. I Don't Like To
  3. What We All Want feat. Kamau & Relic The Oddity
  4. Brother (Watching) feat. B & F Kabango
  5. Now A Daze
  6. The Old Prince Still Lives At Home
  7. Out Of Love Pt. 2
  8. The Last Three Years Interlude
  9. I Heard You Had A Voice Like An Angel / Psalm 137
  10. Compromise
  11. Exile
  12. Get Up
  13. Outro feat. Kamau
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Vídeo da música "I Don't Like To":
Shad - I Dont Like To

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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Faixas Avulsas: Del the Funky Homosapien, Chino XL, Kool G Rap, Pete Rock...

Aqui vão algumas faixas que já vazaram dos novos projetos de alguns emcees importantes. O lendário Kool G Rap se juntou ao também lendário DJ Premier para criar uma faixa que provavelmente vai estar no seu próximo álbum, chamado Half A Klip, com previsão de ser lançado ainda neste ano. O nome da faixa é "On The Rise Again" e tem o tradicional estilo de produção de Primo: samples cortados e um boom-bap acelerado.

Chino XL lançou ontem seu álbum em parceria com o emcee/produtor Playalitical. Infelizmente, o disco ainda não caiu na rede, mas assim que estiver disponível, vou postar aqui. "Stay In The Lines" é uma das faixas do trabalho, e tem Chino rimando de forma agressiva sobre um beat calmo com um sample melancólico de piano.

Outro emcee importante prestes a lançar um álbum é Del the Funky Homosapien, um dos membros da crew Hieroglyphics. O álbum vai se chamar "Eleventh Hour", e seu primeiro single é a música "Bubble Pop", produzida pelo próprio Del, usando samples já conhecidos dos fãs de rap, mas ainda assim com uma qualidade impressionante.

Por último, Boom Bap preparou uma espécie de prévia do novo álbum do produtor Pete Rock, NY's Finest, a ser lançado no final de fevereiro. Estão incluídas no arquivo cinco faixas que estarão no álbum, com destaque para o single "We Roll", um beat no melhor estilo do Soul Brotha #1, com um sample de sax que fez até o usualmente fraco Jim Jones fazer um bom trabalho(leia-se não estragar a faixa). A faixa com os membros do Wu-Tang Clan, Raekwon e Masta Killa, chamada "PJs", também merece destaque, com um verso sensacional de Masta e um ótimo refrão de Pete Rock.













Kool G Rap - On The Rise Again(produzida por DJ Premier)

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Chino XL & Playalitical - Stay In The Lines

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Del the Funky Homosapien - Bubble Pop

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Pete Rock - NY's Finest(advance)
1-We Roll feat Jim Jones & Max B
2-Till I Retire
3-PJs feat Raekwon & Masta Killa
4-914 feat Styles P & Sheek Louch
5-Gangsta Boogie feat Slum Village
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Entrevista: AZ

AZ, o lendário emcee de Nova Iorque, antigo parceiro do Nas e dono de uns dos flows mais incríveis fala sobre seu novo álbum, seu reconhecimento no jogo, liricismo, diferença entre grandes gravadoras e independentes e etc.

I- Tudo certo AZ?
Tudo certo mano. Eu estou bem.

II- Isso que importa. Então, existe alguma razão para você ter nomeado este álbum de Undeniable (Inegável) ?
Bom, eu sinto como se eu já tivesse coberto todos os estilos, com todos os meus outros álbuns. Eu senti como se eles pudessem ser negados, enquanto esse eu acho que vai ser inegável para as massas.

III- Entendi. O que as pessoas podem esperar do seu álbum?
Bom, eu entendo que eu sempre estive expandindo meu flow. Em todos os meus sons você ouve um novo e melhorado AZ, então meus fãs podem ficar sabendo que eles vai estar ouvindo AZ à décima potência.

III- Como você se sente sobre a sua carreira agora? Você sente que você tem sido subestimado?
Isso não me incomoda, mas com certeza eu sou subestimado. Mas eu sei que eu estou trabalhando duro, e no final do dia, eu não estou ganhando muito com isso. Porque eu sei de onde eu venho. Alguns dias são apenas menores do que outros, é isso.

IV- Certo. Você acha que existe alguma razão por que você não ganhou muito sucesso comercial?
Bom, quando você está nesse jogo, você tem que saber que é tudo negócios. Existem milhares de razões por que não explodi do jeito que era suposto. Mas é tudo em relação aos poderosos, entende? Certas coisas controlam certas coisas dentro do jogo que impedem certas coisas. E, no fim das contas, certas pessoas que estavam por trás de mim não se esforçaram o bastante. Então, é um monte de coisas, mas enquanto eu conseguir me manter bem no jogo, eu me sinto bem sobre isso.

V- Após todos esses anos, o que te mantém motivado para fazer música?
Isso está no meu sangue, mano. Eu sou do Brooklyn, e eu represento os malucos que nunca voltam para casa, e todas as pessoas que estão perdidas na luta, entã eu continuo por eles. Também para os jovens entenderam as coisas, porque eles estão correndo por aí selvagens e cegos. Então, eu faço isso simplesmente pelo amor ao jogo.

VI- Sua carreira inteira foi baseada no liricismo. Você acha que o liricismo ainda é um fator prioritário no Hip Hop de hoje?
Hoje a moda é fazer toda aquela dança e aquela gritaria. Mas é assim que é, as coisas crescem e mudam, e nada nunca continuará o mesmo. No fim das contas, tudo dá uma volta de 360º, então eu tenho certeza que ele(liricismo) vai voltar. E se você é um verdadeiro letrista ou apenas um maluco verdadeiro, você sabe disso. Porque às vezes as coisas se tornam uma seca, então você tem que ir devagar até tudo voltar ao normal. É assim que é.

VII- Falando nisso, quando você está escrevendo, você não fica preocupado com algumas das metáforas que você usa ou algumas coisas que você escreve, no caso de fazer a cabeça das pessoas?
Eu penso em fazer a cabeça das pessoas, porque eu tento escrever minhas letras e direcioná-las para aqueles que precisam entendê-las. Eu sei do que eu falo, existe um grupo de pessoas e uma base de fãs lá fora que está digerindo o que estou falando. Eu só acho que aqueles que fazem sua cabeça, é realmente o defeito deles. (risos)

VIII- (Risos) Sim, entendo. Toda vez que você lança um álbum, você se sente como se estivesse competindo com a nova geração que está chegando agora?
Não, não há competição. Eu não estou fazendo isso pelos prêmios ou nada do tipo. Como eu disse, eu estou fazendo isso para os malucos verdadeiros nas ruas, e existe uma luta de verdade acontecendo aqui. E as massas estão tentando cegar a juventude e torná-los surdos e burros. Então, estou tentando fazer o que sei fazer, e atingir o máximo de pessoas possíveis, para abrir seus olhos e deixá-los entrar na luta. Porque, na minha opinião, um ensina o outro, de qualquer forma.

XIX- O que você faria diferente se pudesse voltar para 1993-94 e começar sua carreira de novo?
Cada lição é uma benção, então eu não mudaria nada. Mas eu não iria andar com muitas pessoas com as quais andei, você entende(risos). É a energia que você rodeia a si mesmo que te ferra, e ferra um monte de pessoa, entende? Então, a única coisa que eu mudaria seria a porra das minhas companhias.

X- Como você acha que você continuou relevante durante esses anos?
Eu acho que eu faço um trabalho verdadeiro. No fim das contas, a pessoa comum só lança 1-2 álbuns, mesmo os grandes artistas só colocam 1, 2 ou 3 álbuns, e eu tenho 7 álbuns lançados, então eu continuo relevante. Eu não vendo um milhão, mas eu vendo o suficiente, entende? É uma boa coisa, eu não vou ficar com raiva enquanto continuar lançando álbuns. E toda vez que eu lanço algo, fica mais potente, então eu não fico chateado.

XI- Como você disse, você lança um álbum a cada ano ou um ano e meio. Você não se sente queimado por lançar álbuns a essa velocidade?
Não, não, eu sou como o sol, o sol nunca queima mano(risos). O sol está lá há um bilhão de anos. Eu alimento a mim mesmo. Eu sou tipo uma bateria de carro. As únicas pessoas que queimam a si mesmas são as pessoas que lançam merda. Eu já vi muita merda, e a minha linhagem é séria. Isto está na minha alma, eu não brinco com isso, entende?

XII- Na sua música "Life on the Line", você tem uma rima onde você diz: "Nas ficou rico e reagiu / eu não estou rico ainda". Vem à sua cabeça, às vezes, que seus colegas de alguma forma foram mais bem-sucedidos do que você?
Bom, eu estou tão em sintonia comigo mesmo, é como se eu tivesse um muro à minha volta. Esta frase disse: "Nas ficou rico e reagiu / eu não estou rico ainda. Significa isso mesmo, ele está correndo atrás, eu estou correndo atrás. Eu não estou na linha de pobreza, mas eu estou correndo atrás. Eu só estou informando as pessoas, deixando as pessoas saberem de tudo. Porque um monte de gente diz: "Ae, o que houve com você e o Nas?" e no final das contas eu digo: "Não sou eu! Não sou eu!", entende? Eu não quero que as pessoas apontem os dedos para mim. Eu sei o que fãs querem. Eles querem algo comigo e ele juntos, porque eles sabem como nós combinamos. Mas ei, ele ficou rico e está em outro nível, eu não sou rico ainda. Entendeu?
XIII- Sim. Então, qual seu relacionamento com o Nas agora? Você pretende trabalhar com ele no futuro?
Eu não acho que a magia exista mais; é assim que é. Se acontecer, aconteceu. Se não, então não. Isso não vai impedir ninguém de viver, porque todo mundo está correndo atrás de qualquer forma, então...

XIV- Quais são as coisas que você não gosta na indústria da música?
Tem muita inveja no jogo, muita falcatrua acontecendo.Particularmente, eu não me afilio com ninguém na indústria, todo mundo só pensa em si mesmo. Eu sei que é negócios, mas as pessoas colocam "cortar gargantas" na frente do negócio, então se torna um "negócio de cortar gargantas". Todo mundo quer vencer, mas eles estão numa corrida indo a lugar nenhum, e a única maneira de vencer é entender a si mesmo. Eles não estão vendo uma perspectiva maior, eles pensam que é só vender um milhão de discos e ganhar mais dinheiro, mas isso só traz mais problemas. Se você não está preparado para os problemas, você vai se tornar vítima, e é por isso um monte de rappers está enfrentando tantos problemas agora. Quando eles querem o poder, e eles não sabem como usar o poder. Eles usam de forma errada.

XV- No último ano você teve uma música chamada "Royal Salute" onde você fez uma retaliação contra os comentários do 50 Cent ao seu respeito. Um monte de pessoas não respondeu. O que fez você responder?
Eu não quis ir em cima dele, eu só quis falar com ele, mas eu acho que esta era a única maneira em que nós poderíamos nos comunicar, então eu só deixei ele saber. Tipo: "você nunca pode mexer comigo, então nunca pense em mexer comigo". Eu quis dizer na música que dinheiro não pode comprar o seu caminho para o paraíso, e quando você morrer você não vai poder levá-lo contigo.

XVI- É verdade. Quais foram os fatores que levaram você a assinar com a Koch Records?
Na verdade, é Quiet Money/Koch e é um acordo de distribuição, e é bom. Eu não estou contratado pela Koch, eles estão apenas distribuindo a minha música. Como eu disse, eu estive em grandes gravadoras, então agora eu estou no mundo independente para ver aonde eu posso ir com isso.

XVII- Como você disse, você esteve no circuito das grandes gravadoras e agora no circuito independente. Existe algum que você ache melhor? Ou é tudo a mesma coisa?
Agora eu estou tentando entender isso, porque existem problemas em tudo. Nem tudo que brilha é ouro, então eu estou tentando descobrir. Mas eu tenho mais controle criativo desta forma, e mais dinheiro também. A única coisa que ferra é que as grandes gravadoras colocam mais dinheiro no marketing e na promoção, o que torna o trabalho mais abrangente. Então, de um lado você tem mais fama, do outro você tem mais dinheiro, então você decide, entende?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Johnson & Jonson: Powders & Oil


Produtor: Mainframe
Participações: BoBo Lamb, Miguel Jontel, Cashius King, John Lennon

Depois de fazer muito barulho em 2007 com o elogiadíssimo álbum Below the Heavens, junto com o produtor Exile, Blu agora se juntou a Mainframe para lançar mais um álbum em parceria e confirmar que é realmente um dos emcees mais promissores do jogo, com um carisma que falta aos emcees fabricados de hoje em dia, além de boas letras e temas inteligentes.

Powders & Oil não é tão bom quanto o álbum anterior, mas ainda assim é um ótimo álbum. A produção é um pouco diferente: os beats são bem mais voltados para o lado do soul, abusando de samples vocais. Blu não é tão introspectivo quanto em Below the Heavens, apostando mais em temáticas mais leves, mas em compensação variando bastante seu flow de acordo com cada faixa. Os destaques são: "The Only Way", com vários samples vocais, que inclusive são usados como letra, ditando o que Blu vai rimar, ao contrário de como são usados normalmente, como mero fundo musical ou refrão. "Bout It Bout It" tem um beat lento e diferente, mas ainda assim muito bom; "Look" é a música mais pesada do disco, com uma bateria pesada e acelerada; "Nuts Hang" também tem um beat acelerado, e Blu mostra um flow ainda mais rápido, na sua melhor performance do álbum.

Com mais um lançamento de qualidade, Blu vai se firmando no cenário underground, mostrando versatilidade e qualidade. Mesmo lançando dois álbuns, com produtores diferentes, em curto espaço de tempo, ele não perdeu qualidade nem criatividade.

Johnson & Jonson - Powders & Oil
  1. Intro
  2. Get High
  3. The Only Way
  4. Told Me
  5. Go For The Gusto Room feat. BoBo Lamb
  6. Wow!
  7. Half a Knot
  8. God's In The Building feat. Miguel Jontel
  9. Bout It Bout It
  10. Look
  11. Listen Baby
  12. Been Such A Longtime [Interlude]
  13. Been Such A Longtime
  14. Up All Night
  15. Up All Night [Remix] feat. Cashius King
  16. La La La
  17. Hold On John feat. John Lennon
  18. Swear
  19. Outro
  20. Nuts Hang
  21. Upside Down Cake
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Vídeo da música "Bout It Bout It":

Substantial: Sacrifice

Produtores: Burns(faixa 2), Algorythm(3,6,12,15), Donnan Links(4), Fero Navi(5), Definition(7), Von Johnson(8), Kno(9), Tonedeff(10 e 13), Deacon the Villain(11), Final(14), Studio Steve Wallace(16)
Participações: Steph, Extended Famm, rnb

Substantial é um emcee do grupo Extended Famm, que conta, entre outros, com Tonedeff. Ele faz parte da gravadora QN5, a mesma de nomes como o próprio Tonedeff e o grupo Cunninlynguists. Como dá para ver, o maluco só anda com feras. O próprio Substantial é um bom emcee, um flow tranqüilo e cadenciado e uma voz marcante.

Sacrifice é o segundo álbum dele e é extremamente bem produzido. Com beats diversificados mas ainda assim coerentes entre si, Substantial aborda vários temas, que vão desde festas até desejos pessoais, passando pelos battle raps. Alguns destaques são: "Ressurection of the House Party", o primeiro single, com um beat bem suingado, com samples de metais; "My Favorite Things" tem um break muito bom e Substantial com um flow meio acelerado; "It's You" é uma faixa mais romântica, com strings e sample vocal, cortesia do sempre afiado Kno, dos Cunninlynguists; "QT(Quality Time)" é outra faixa mais introspectiva, com um clima bem jazzy.

Este é um dos primeiros bons lançamentos de 2008. Sacrifice é muito bem produzido e Substantial se mostrou um emcee acima da média, com um flow muito bom. Mais um ótimo trabalhado lançado pela QN5, gravadora que parece estar se firmando no jogo do rap com ótimos artistas e lançamentos.

Substantial - Sacrifice
01 - Introduction
02 - Let It Go
03 - That Damn Good
04 - Chain Reaction
05 - Resurrection of the House Party
06 - U Can Get It
07 - My Favorite Things feat Steph
08 - 4DozDatDonKno
09 - It's You (I Think)
10 - Spaticus (Spit 4 Spat)
11 - A P.G. Boy
12 - The Wake Up Call
13 - Labor Pains
14 - QT (Quality Time)
15 - Sign Language f. Extended F@mm
16 - Hood Hope feat. Steph & rnb

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Vídeo da música "Ressurection of the House Party":

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Nas: Original Demo Tape

Hoje em dia Nas é um dos emcees mais respeitados no jogo e está prestes a lançar mais um álbum bastante polêmico, chamado Nigger. Esta demo mostra Nas no final dos anos 80, quando ele ainda era um jovem com o sonho de ser um grande emcee. Nota-se que muitos já haviam percebido o seu talento, uma vez que participam da demo nomes como MC Serch e Kool G Rap.

Outra presença interessante, embora não rime, é a de AZ, na primeira faixa, fazendo a apresentação de Nas. Musicalmente, os beats lembram bastante o som do Illmatic, com beats pesados e acelerados, mas ainda com alguns resquícios da Old School, o som vigente na época. Em "Just Another Day in Projects", por exemplo, percebe-se o break de bateria cru com alguns samples por cima; "Life is Like a Dice Game", por sua vez, lembra o som que nortearia o rap nova-iorquino na década seguinte.

Curioso notar também algumas passagens usadas mais tarde por Nas em outras músicas presentes aqui: "Nas Will Prevail" foi o esqueleto para "It Ain't Hard to Tell"; preste atenção em "Just Another Day in Projects" e "I'm a Villain" e você vai reconhecer alguns rimas que mais tarde estariam na clássica "NY State of Mind". O famoso verso de Nas em "Verbal Intercourse", no clássico álbum de Raekwon, Only Built 4 Cuban Linx, pode ser ouvido, com mínima diferença, em "Deja Vu". É importante também destacar as performances de MC Serch, em "Back to the Grill", e Kool G Rap, em "Number One With a Bullet": ambos estavam no auge das carreiras na época

Na época, Nas tinha apenas 16 anos, por isso as mudanças na voz ao longo das músicas. Incrível como um moleque de 16 anos já estava junto com grandes nomes da época e apresentando uma escrita de grande qualidade. Os anos seguintes se encarregaram de confirmar todo o talento do moleque...

Nas - Demo Tape Original
1- Understanding
2- Life is Like a Dice Game
3- Just Another Day in Projects
4- Deja Vu
5- Back to the Grill feat MC Serch
6- Everything is Real
7- I'm a Villain
8- Number One With A Bullet feat Kool G Rap & Whiteboy
9- Nas Will Prevail

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Crustified Dibbs: Night of the Bloody Apes

Para quem não sabe, Crustified Dibbs foi o primeiro nome artístico do emcee que hoje conhecemos com R.A. the Rugged Man. Depois de fazer um grande sucesso no underground nova-iorquino no começo da década de 90, R.A. chamou a atenção de várias gravadoras e acabou assinando contrato com a Jive. Porém, seus projetos nunca foram tratados como prioridade pela gravadora, o que contribuiu para o comportamento agressivo dele, o que ocasionou a sua dispensa da Jive.

Night of the Bloody Apes é o álbum que seria lançado pela gravadora, mas acabou sendo descartado e nunca foi vendido. Nele, podemos ver um jovem R.A. bem revoltado e com um flow mais agressivo e acelerado, mas ainda um pouco cru como emcee, se compararmos ao nível em que ele se encontra hoje(para mim, um dos melhores no jogo). Com beats pesados e minimalistas, característica do rap feito naquela época em Nova Iorque, o álbum tem como destaques a hilária "Every Record Label Sucks Dick", uma mensagem agressiva em um beat calmo; "Cunt Renaissance", com a participação de um jovem Biggie Smalls trocando versos com R.A; "You Ain't Never Been Down" e "Bloodshed Hua Hoo", que mostram bem o estilo do R.A. naquela época.

Por ser meio antigo e nunca ter sido lançado, as faixas têm uma qualidade um pouco baixa, mas vale a pena para conhecer o trabalho desse talentoso emcee e acompanhar a sua evolução, e de quebra matar as saudades de Notorious B.I.G.

Crustified Dibbs - Night of the Bloody Apes
01. Toolbox Murderer
02. You Ain't Never Been Down
03. Walking Down The Street With My Nuts
04. Every Record Label Sucks Dick
05. R.A. Meets A.R. (Skit)
06. Hookin With The Hookers
07. Bloody Axe
08. R.A. Classroom (Skit)
09. R.A. Be Down
10. Cunt Rennaissance feat. Biggie Smalls
11. Back To The Rubber Room
12. Bloodshed Hua Hoo
13. Interlude
14. Statchy
15. Bloody Body Parts In Da Fruit Punch
16. Bloodshed Hua Hoo (Nigga Niles Crust)

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Vídeo da música "Bloodshed Hua Hoo":










Music Video Codes by VideoCure

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Entrevista: KRS-One


Entrevista com uma das lendas do rap, KRS-One. Aqui ele fala sobre seus novos projetos, como um álbum junto com Buckshot e uma compilação a ser lançada ainda em janeiro; sobre trabalhar com a gravadora Duck Down; a morte de Scott LaRock, nomeação para o Grammy, e o movimento Stop The Violence.

I- Agora que você está na Duck Down, você não vai começar a fumar cigarros de palha e vestir roupas miltares, vai? Bom...eu e Buckshot decidimos fazer um álbum juntos. E no meio do processo de fazer um álbum juntos, isto é o que nós chamando, eu acho que KRS-One está assinando ou andando junto com a Duck Down. É uma espécie de evolução para eles também ter KRS no elenco deles. E eu não me importo. Durante minha carreira, eu estive junto com várias cres: Terror Squad desde sempre, Diggin' In The Cartes desde sempre, obviamente Boogie Down Productions. Mas Duck Down é apenas outra crew à qual eu também sou leal. Então, eu vou fumar cigarros de palha(risos)? Não. Eu vou ser KRS. Na verdade, eu espero adicionar um pouco do estilo KRS ao que eles já tem lá.

II- Estão só para clarificar as coisas, você não está oficialmente contratado como artista solo pela Duck Down? Não, eu não estou oficialmente contratado. Mas, eu diria isso de uma forma bem sutil, porque eu sei que eles estão tentando fazer uma certa promoção, e eu não quero ir contra isso.

III- Este projeto vai ser um projeto solo do KRS ou o projeto KRS/Buckshot do qual você falou?
É um projeto da Duck Down, isso sim. Eu estou indo para ajudá-los. Vai ser eu encontrando com eles para produzir algo que não poderia ser normalmente produzido de outra maneira. Além disso, nós também queremos iniciar uma nova tendência...o que eu e Buckshot estávamos falando era começar uma tendência na qual os artistas trabalham juntos. Muitos de nós conhecem um ao outro, e até mesmo anda junto, por que não fazer colaborações nunca ouvidas, uma espécie de "e se" do Hip Hop. Nós sempre quisemos ouvir um álbum com o Big Daddy Kane e o Rakim juntos. Isso pode ajudá-los a fazerem isso.

Eu penso que o rap está precisando desse tipo de novidade. Então, é isso que trouxe de volta à mesa para estar pronto para trabalhar com o Buckshot. Eu acho que é ele é um emcee em cada sentido da palavra. Ele ama esta arte. O dinheiro não o desviou do caminho. Ele ainda faz umas paradas doidas. E suas músicas são...digo, Beatminerz...digo, toda a Duck Down é algo que tem a ver com KRS-One. É muito fácil para mim trabalhar com eles.

IV- Bom, só para clarificar mais uma coisa, você já tem alguma idéia para o álbum?
Não. Na verdade, eu ainda estou bem no começo deste projeto. Então, não, nós não temos nada planejado ainda. Mas eu posso te dizer uma coisa, com o Nas vindo com o Nigger, nós vamos chegar com um título muito foda!

V- Diamond D também está na Duck Down agora, nós podemos esperar que vocês dois trabalhem juntos novamente?
Com certeza. Eu dei um salve para o Diamond D no BET Hip Hop Awards. Ele estava sentado ali perto e nós nos olhamos. Aí eu falei: "É quente! Tudo certo com o Diamond D?"

VI- Vocês dois não têm trabalhado juntos desde o seu álbum homônimo, certo? Certo. Digo, nós fizemos algumas coisas em compilações nas quais ele estava envolvido. Tipo, você sabe, três emcees numa faixa, e eu cuspi um verso, e aconteceu de ser uma faixa do Diamond D. Mas nada como o que nós fizemos no álbum KRS-One, e/ou mesmo trabalhos anteriores que eu fiz com ele que nunca foram lançados, ou foram lançados em mixtapes e coisas do tipo. Mas, realmente, nós nunca trabalhos juntos do jeito que deveríamos fazer.

VII- Só por curiosidade, nós estamos falando de Duck Down, existe uma faixa chamada "Duck Down" no seu álbum "Sex and Violence", Buckshot já lhe disse se aquilo foi a inspiração para o nome da gravadora? Quer saber? Eu não lembro de ele me dizer isso, mas eu acho que é sim. Conhecendo Buckshot, sabendo de onde ele vem, os tempos antigos e tudo, eu acho que pode ter sido mesmo.

VIII- Sim, eu acho que esta música foi lançada um ano antes do Enta da Stage, então parece ser verdade. Agora, você está na Duck Down, mas também tem outro álbum a ser lançado no fim de Janeiro, chamado "Adventures of Emceein", correto? Eu tenho um álbum novo pronto. As pessoas estão prontas para me ver calar a boca. Mas elas vão dizer, "Por que o KRS está lançando outro álbum?" E eles estão certos de fazer essa pergunta. Mas agora aqui está a resposta, eu venho de um lugar onde, ao menos uma vez por ano, como um emcee, você cria coisas novas. É isso que é Adventures of Emceein. É tipo uma compilação de todas as músicas e idéias que eu gravei e guardei comigo. E elas acumularam até um ponto onde um cara chamado Jeffrey Collins, que comanda a Echo Vista Records, conheço ele há anos, disse: "Por que não lançar esse material? Está na hora, lance agora". E muitas delas não são nem mesmo material de 2007. Muitas delas são material de 2005, 2006, coisas um pouco mais antigas. Então eu disse: "Que seja, vá em frente e lance". Eu amo este trabalho. Eu estou orgulhoso dele. Ele é na verdade para o verdadeiro fã da B.D.P. Para o verdadeiro fã do KRS, este Adventures of Emceein é o que vocês querem bem agora. Ele não é um álbum onde eu provavelmente vou fazer um vídeo para ele. Eu não estou tentando fazer uma turnê para este álbum. Isto é apenas KRS-One se mantendo atual, se mantendo novo, sempre mantendo coisas novas aos olhos do público.

Eu continuo uma pessoa criativa. Na verdade, eu estou gravando um álbum agora que eu nem mesmo sei o dele dele. Eu me conectei com um cara chamado Da Rock, que tem uns beats bons, puxando bem pro lado do R&B, então eu tenho uma chance de explorar minha espiritualidade com algumas das faixas, um álbum mais metafísico. Eu também fiz um álbum com um cara chamado Harold English, um músico de Blues. Ele pegou o violão e nós fizemos um álbum de spoken-word em um fim de semana. Algumas coisas do material apareceram no meu livro Ruminations. O livro veio com um CD, e alguns dos poemas que estão no CD vieram deste álbum que nós fizemos há alguns anos atrás. E só agora eu estou pensando em lançá-lo. É um álbum de blues com spoken-word feito com um violão, mas as letras são demais! As letras estão muito boas lá...então, o que eu estou tentando dizer é, com KRS-One não se precisa lançar um álbum novo, eu tenho cerca de 50 músicas sempre comigo. E às vezes elas são lançadas, elas saem em trilhas sonoras, saem como álbuns, saem talvez só no DVD. Às vezes eu canto as letras em show na televisão ou outros lugares. E, uma vez que eu cantei aquela letra em público, seja na cabine da BET ou então em Sucka Free ou onde for, eu não canto mais aquelas rimas. Aquelas rimas já passaram e eu vou para a próxima. É assim que eu faço. Eu trabalho direto, tenho um bom número de material.

IX- Voltando rapidamente para "Adventures of Emceein", eu li corretamente, Rakim, Nas e Just Blaze contribuíram de algum modo para o projeto?
Eles mandaram um salve. Isso soa como alguém está fazendo propaganda da coisa e eu preciso acabar com isso. Não, eles não estão rimando. Eles chegaram lá e mandaram um salve. Eles apenas me deram um salve. Nas me mandou um salve pelo álbum, assim como Rakim, Kanye, Fat Joe, e outros. A faixa com o Just Blaze é interessante porque ele provavelmente nem mesmo sabe que está neste álbum. Eu estava em Miami e rimei numa faixa de um cara chamado Stevie J, e ele tinha um salve do Just Blaze para ele no começo da música. Eu rimei nela e mantive tudo aquilo. Eu fiz isso há um ano e meio atrás, então quando Just Blaze ouvir a música, ele provavelmente não vai entender nada.

X- Agora eu mencionei Nas e Rakim, junto com Kanye vocês foram nomeados para um Grammy por "BetterThan I've Ever Been". Está é a sua primeira nomeação, certo? Sim. É meio estranho, esta é a minha primeira nomeação direta. Eu estive no Grammy outras duas vezes, com Shabba Ranks e com R.E.M. quando eles concorriam ao Grammy com álbuns com os quais eu contribuí, "Out of Time" do R.E.M. e "Rough & Ready Vol. II" do Shabba Ranks. Mas, no final das contas, não, esta é a minha primeira nomeação direta. Eu nem sei o que fazer, para ser honesto. Eu não sei o que pensar disso.

XI- Vamos lá, seja verdadeiro comigo, a Nike comprou esta nomeação? (risos).
Ei! Você sabe, eu não sei. Eu não vou falar isso, eu não sei. Mas eu não acho que a Nike iria fazer isso, porque a Nike como uma companhia é bem prepotente. Tudo parece estar abaixo da Nike. Eu posso estar redondamente enganado, mas eu acho que isso estaria abaixo deles.

XII- Você manteve contato com eles desde o comercial que você fez há alguns anos trás?
"O basquete é a revolução!" E os caras tentaram crucificar o KRS.

XIII- Sim,KRS e Nike! Primeiro Sprite, e depois Nike.
Merda, eu fui tipo o Senhor Vendido naquele ano.

XIV- (Risos). Mudando dd assunto, eu estou curioso para saber quem vai te interpretar no filme sobre a Juice Crew, The Vapors, que começam a gravar no próximo mês... Hum, provavelmente Cuba Gooding...ou talvez eles nem mesmo me mencionem.

XV- É interessante, as pessoas que recrutaram estão longe de interpretar Roxanne Shante e Mr. Magic, sem mencionar KRS.
Isso, talvez eles não vão nem me mencionar e só vão fazer um filme sobre a criação da Juice Crew. Porque, lembe-se, a original Juice Crew não era MC Shan e Marley Marl e aqueles caras, ela era Mr. Magic e outros 13 caras, que eu acho que incluía Melle Mel e a galera dele. Busy Bee deve saber melhor a história. E aquela era a original Juice Crew. Mr. Magic foi uma parte daquilo, e tipo que estendeu a honra para aqueles caras, de acordo com a lenda. Então, eles poderiam estar fazendo um filme sobre a Juice Crew original do final dos anos 70/começo dos anos 80, não a era de Shante. Talvez isso seja o fim da história deles.

XVI- Sim, eu não tenho certeza. Marley falou contigo sobre tudo isso? Ele está envolvido?
Eu não sei. Ninguém falou comigo sobre isso. Na verdade, isso é novidade para mim agora. Você está me dizendo algo novo agora. Eu não sei nada sobre isso.

XVII- Então vamos voltar a 87, eu tenho de perguntar sobre uma memória desagradável daquele ano, Agosto passado marcou o vigésimo aniversário da morte do Scott LaRock, e eu queria que você falasse qualquer coisa que quisesse sobre isto. Não teve nenhuma cobertura da mídia sobre isso, então...
Você sabe, nós mantemos o nome do Scott vivo dentro da comunidade do Hip Hop através de música e livros e salves e tudo iso, mas realmente isso é...eu não sei o que dizer quando se fala do Scott. É tipo...deixe-me dizer o que estou pensando...nós na verdade crescemos juntos. Tipo, nós ainda estávamos experimentando as mesmas coisas como em 87. Jam Master Jay foi o último. Isso é só questão de tempo, e não digo de forma mórbida, até termos outro caso.

XVIII- Ou rappers matando a si mesmos. A autópsia não está pronta, mas a morte de Pimp C foi provavelmente por causa de drogas. Rappers estão matando a si mesmo, basicamente.
Isso. E falando nisso, com a recente tragédia com o meu filho cometendo suicídio, será que nós evoluímos de homicídio para suicídio?

XIX- Eu não chamaria de evolução, mas...
Vou te falar, o que eu vou dizer sobre Scott é que nós vamos continuar mantendo o nome dele vivo.

XX- Falando no Scott, eu quero te perguntar sobre isso, vocês já estavam trabalhando no movimento Stop the Violence antes de ele ser assassinado, certo?
Ah sim, sem dúvida!

XXI- Porque muitas pessoas pensam que você foi inspirado por aquilo ou que aquilo foi o catalisador.
Não, não, e deixe-me voltar e esclarecer algo também. Não era o movimento Stop The Violence que estava sendo criado, era a música "Stop The Violence", que apareceu no álbum "By All Means Necessary" de 88. Scott estava lidando com a produção daquela música antes de morrer. Era "Stop The Violence", "My Philosophy" e "I'm Still #1", nas quais ele estava trabalhando antes de ser morto. Na "My Philosophy", nós já tínhamos escolhido o beat, aquele sample. Mas voltando a "Stop The Violence", aquela música já estava pronta, escrita pelo menos. Já estava escrita e sendo apresentada em shows em 87.

E depois de By All Means Necessary sair, com esta música no álbum, Anne Carly, que era diretora da Jive Records na época, veio até mim e disse: "eu quero começar um movimento baseado na sua música, Stop The Violence". Então, Anne Carly, uma jovem mulher asiática, abordou KRS para fazer este movimento acontecer.

XXII- E por que, quase depois de 20, o relançamento do movimento está acontecendo?
Bom, eu não acho que vá haver um lançamento oficial, na verdade. Este é um movimento que está acontecendo. De repente você vai começar a ver as expressões deste movimento. Se existe uma data que nós estamos pensando agora é 31 de dezembro de 2007. À meia-noite se torna 32 de dezembro, e nós vamos levar doze horas rezando e meditando. À meia-noite, em qualquer lugar do mundo em que você estiver, nós vamos estar pedindo às pessoas para pegar 5-10 minutos para imaginar a paz no mundo acontecendo. Nós temos um site chamado stvmovement.og e espero que lá você pode me ver meditando e se juntando a nós, seja onde você estiver.
Este é o primeiro lançamento. O segundo vai ser na segunda e terceira semana de Maio. A terceira semana de Maio é a "Hip Hop Appreciation Week". Nestas semanas eu vou estar produzindo a BET. Quando eu fui a Atlanta e aceitei aquele prêmio da BET, "Eu sou o Hip Hop", eu procurei o Stephen Hill e nós começamos a conversar. Cerca de uma semana depois, nós nos encontramos e discutimos a BET e suas besteiras. E nós chegamos a uma conclusão, a BET está cansada da BET. As pessoas que trabalham na BET estão cansadas da BET. É só um emprego para elas. Quando eu tive aquela idéia, que Stephen Hill queria fazer algo, ele sugeriu "Por que nós não vemos o que você está falando, sobre balancear a programação? Por que você não toma conta de algo durante duas semanas em 2008 e programa o Rap City?". Então o movimento Stop the Violence se conecta a isso, porque em duas semanas de Maio eu vou tomar conta do Rap City e mostrar uma versão do Hip Hop que eu gostaria de ver.

XXIII- Então, você só vai voltar a passar programas de 89 ou algo do tipo? (risos)
(Risos). Merda, você resolveu todo o problema. Mas não, o que eu quero fazer é mostrar a artistas como Common e Talb que eles eles deveriam fazer vídeos especiais para estas duas semanas. Eu não vou entrar pelo lado da história, você precisa saber o que é o Hip Hop a partir do passado. Eu vou entrar pelo lado do futuro, está é a possibilidade com a qual nós vamos lidar.