sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Hi-Tek: Hi-Teknology 3

Mais um lançamento de final do ano. Esse álbum é a continuação da série de álbuns que o famoso produtor Hi-Tek tem lançado por toda a sua carreira. O cara é um dos beatmakers mais renomados e requisitados atualmente, com trabalhos tanto no mainstrem, como 50 Cent, quanto nos nomes mais alternativos, como o Little Brother.

Hi-Teknology 3 não é um álbum só de rap, tem algumas músicas com cantores, voltadas mais para o R&B. Entretanto, não há nenhuma faixa dedicada exclusivamente para o protegido do produtor, o onipresente Dion, que ainda assim tem participações em algumas faixas. Destaque para a faixa com a dupla-problema do Wu-Tang Clan, Raekwon e Ghostface Killah, em "My Piano", a volta dos Outlawz em "God's Plan", que também tem um sample de piano muito bom; "Time", com o sempre sólido Talib Kweli; e "Back On The Grind", um bom beat, no qual Dion tem sua melhor performance do álbum. Sem contar o remix da ótima "Step Ya Game Up", do Little Brother.

Por fim, o álbum até que ficou bom. Não representa totalmente as habilidades do Hi-Tek, mas tem músicas muito boas e beats consistentes. É um álbum mais para ouvir no fone de ouvido do que no estéreo, para poder perceber as nuances dos beats do cara.

Hi-Tek - Hi-Teknology 3
1- Tek Intro
2- Life To Me feat Estelle
3- Interlude feat Lil Tone
4- My Piano feat Ghostface Killah & Raekwon & Dion
5- God's Plan feat Young Buck & Outlawz
6- Ohio All Stars feat Cross, Showtime, Mann & Chip The Rippa
7- Back On The Grind feat Riz, Sean Kingston & Dion
8- I'm Back feat Rem Dog
9- Kill You feat Push Montana
10- Handling My Bizness feat Lep, Count, Big D & M-1
11- Come Get It (Tekstrumentals)
12- Step Ya Game Up Remix feat Dion & Little Brother
13- Know Me feat Jonell
14- Time feat Talib Kweli & Dion
15- Outro

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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Ghostface Killah: The Big Doe Rehab

Mais um álbum importante que acabou de vazar. Ghostface Killah está de volta depois do aclamado Fishscale e o More Fish. O cara se envolveu em controvérsias recentemente, reclamou porque a data de lançamento do álbum dele coincidia com a do Wu-Tang, e o RZA acabou adiando por uma semana o lançamento do grupo. Também foi noticiado que Ghost não estava muito disposto a participar do álbum do grupo, e insatisfeito com a direção que o projeto estava tomando. Outra polêmica mais recente foi a sua ausência na faixa que o Wu fez em homenagem ao falecido Ol'Dirty Bastard.

The Big Doe Rehab é um álbum regular, tanto no bom sentido quanto no mau. É bom, porque pouquíssimas faixas desapontam ou fogem do estilo de Ghost. Porém, é mau porque nenhuma faixa se destaca muito das outras, ou seja, o álbum não tem nenhuma música "carro-chefe". No final das contas, é um álbum em que é possível ouvir todas as faixas sem precisar pular nenhuma.

Os beats ficaram em sua maioria por conta da dupla Sean C & LV, que criaram atmosferas basicamente calcadas em samples de Soul e vocais acelerados. No geral, o álbum tem beats muito bons, embora em alguns faixas como "We Celebrate" e "Tony Sigel" destoem um pouco, com o contraditório uso de guitarras, que causou tanta controvérsia na criação do álbum do Wu-Tang.

Liricamente, Ghost mantém seu estilo com jogos de palavras intensos, storytellers e às vezes letras sem muito sentido. O carisma do emcee também aparece, como na divertida "White Linen Affair(Toney Awards)", onde Ghost cita inúmeros artistas numa fictícia premiação ao estilo melhores do ano. Outro ponto forte são as participações, principalmente de seus parceiros de Wu Raekwon, Method Man e U-God.

Os destaques vão para as faixas: "Yolanda's House", com um beat muito bom; "Rec Room Therapy", na qual U-God cospe um dos melhores versos que eu já ouvi dele; "Killa Lipstick", um beat tranqüilo, e "Slow Down", com um ótimo refrao de Chrissete Michelle.

No fim, parece que há um empate técnico entre Ghostface e Wu-Tang. Mesmo com alguns equívocos em alguns beats por parte de RZA, 8 Diagrams ganha força nas faixas em que o produtor acerta a mão. A grande vantagem de Ghost é a presença de poucas faixas "puláveis" no álbum, enquanto 8 Diagrams tem, como já dito na resenha do álbum, vários momentos "inexplicáveis". Na dúvida, baixe os dois.

Para quem já ouviu, qual trabalho ficou melhor: The Big Doe Rehab ou 8 Diagrams?

Ghostface Killah - The Big Doe Rehab
  1. At the Cabana [Skit] feat. Rhythm Roots Allstars
  2. Toney Sigel Aka The Barrel Brothers feat. B. Sigel & Solomon Childs
  3. Yolanda's House feat. Raekwon & Method Man
  4. We Celebrate feat. Kid Capri
  5. Walk Around
  6. Yapp City feat. Trife Da God & Sun God
  7. White Linen Affair (Toney Awards) feat. Shawn Wigs
  8. Supa GFK
  9. Rec-Room Therapy feat. Raekwon & U-God
  10. The Prayer feat. Ox
  11. I'll Die for You
  12. Paisley Darts feat. Raekwon, Sun God, Trife Da God, Method Man & Cappadonna
  13. Shakey Dog Starring Lolita feat. Raekwon
  14. ! feat. Rhythm Roots Allstars
  15. Killa Lipstick feat. Method Man & Masta Killa
  16. Slow Down feat. Chrisette Michele
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Busta Rhymes & J-Dilla: Dillagence

Essa é uma mixtape lançada recentemente pelo Mick Boogie, com o Busta Rhymes rimando sobre algumas batidas inéditas do falecido Jay Dee aka J-Dilla. O Dilla foi um dos produtores mas prolíficos no jogo, trabalhou com uma grande quantidade de emcees, e é considerado um dos melhores beatmakers da história do rap. Busta Rhymes dispensa apresentações, apareceu no jogo no começo dos anos 1990 e vem lançando álbuns bastante consistentes durante todo esse tempo.

Dillagence é uma mixtape bem sólida, os beats do Dilla são bem bons, e o Busta Rhymes não desaponta. Ele também chamou alguns emcees renomados para ajudá-lo no trabalho: Raekwon, Talib Kweli, Q-Tip, Papoose, M.O.P., Rah Digga e Cassidy. Os destaques vão para as faixas "Step Up", um beat muito bom; "Baggage Handlers", com Raekwon, que quebra tudo; e "Psycho", um beat muito pesado com boa participação do Papoose.

Essa mixtape é uma iniciativa louvável do Busta Rhymes, homenageando um cara que foi muito importante para o hip hop nos últimos anos. E, o mais importante de tudo, é uma homenagem bem feita, respeitando a obra do Dilla.

Busta Rhymes & J-Dilla - Dillagence
1- Words From Ma Dukes
2- Dillagence feat DJ Spinna
3- Takin What's Mine
4- Step Up
5- The Conversation
6- Code of the Streets feat M.O.P.
7- Lighworks feat Q-Tip & Talib Kweli
8- Baggage Handlers feat Raekwon
9- How We Roll
10- Best That Ever Did It feat Rah Digga
11- Psycho feat Cassidy & Papoose
12- The Range feat Rah Digga
13- Not Right Now feat Rah Digga
14- Other Side of the Road
15- Who Tryin To Kill You
16- High
17- Dillagence Outro

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PS: Esse arquivo contém todas as faixas num só arquivo, mixadas entre si.

Scarface: Made

Mais um lançamento desse final de ano, de mais um emcee bastante importante. Scarface é um dos pioneiros do rap do Sul dos Estados Unidos, integrante do grupo Geto Boys. O cara já é um veterano, já lançou vários álbuns tanto solo quanto em grupo. O som dele não tem muito a ver com o Dirty South do mainstream, o cara tem uma linha mais política, com letras sobre o gueto, além de uns temas bem sinistros, que originaram inclusive o horrorcore, como por exemplo a música "My Mind is Playin Tricks On Me", do Geto Boys.

Made é o primeiro álbum dele em 5 anos, justamente o tempo que o Sul explodiu na cena, logo eu até esperava uma sonoridade diferente, mas o cara não decepcionou. O que surpreende no álbum é que tem batidas extremamente bem produzidas, longe do clichê do Dirty South. Scarface, que antes tinha dito que não lançaria mais álbuns, também está em grande forma, com um flow afiado e uma variedade de temas interessante. Destaque para as faixas "Git Out My Face", um refrão bom e um sample de orquestra; "Go", com o melhor beat do álbum, num clima bem jazzy e um sample de saxofone muito bom; e "The Suicide Note", na qual Face explora mais uma vez o horrorcore.

Scarface é um emcee bastante consistente, sempre lança bons álbuns, e esse não é diferente. Fugindo dos clichês que assolam o rap no Sul, o veterano construiu um álbum curto(são pouco mais de 40 minutos), bem produzido e bem rimado.

Scarface - Made
1- Intro
2- Never
3- Bigg Dogg Status feat Wacko
4- Girl You Know feat Trey Songz
5- Burn feat Z-Ro
6- Go feat Nina
7- Dollar
8- Boy Meets Girl feat Tanya Herron
9- Who Do You Believe In
10- Git Out My Face
11- The Suicide Note
12- Outro

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sábado, 24 de novembro de 2007

Wu-Tang Clan: 8 Diagrams + Resenha

Devido à importância do grupo, vou fazer essa resenha de uma forma diferente da que fiz as outras. Para melhor analisar o álbum, vou fazer uma resenha faixa-a-faixa:

1- Campfire: O álbum abre com um sample de kung fu que dura um minuto, o que só faz aumentar a ansiedade. Ouvir novamente esses samples, além de ser confortante, dá esperança de que os dias de 36th Chamber voltaram. De fato, o beat remete ao primeiro álbum do grupo, porém mais como uma atualização do que necessariamente uma repetição. Method Man abre os trabalhos com um verso muito bom. Ghostface e Cappadonna completam a música, mas não se destacam muito.

2- Take It Back: Co-produzida por Easy Mo Bee, essa é mais uma faixa com um beat mais sujo, estilo RZA. O conceito tem tudo a ver com o beat, fala sobre voltar aos velhos tempos. Raekwon abre a musica, Inspectah Deck segue e faz um bom trabalho. Ghostface Killah é o grande destaque, com um flow muito bom. U-God fecha a música, e ainda faz o refrão com Method Man.

3- Get'em Out Ya Way Pa: Aqui o beat já se torna mais agressivo, assim como o conceito da música, que fala sobre invejosos. Ghostface e Raekwon trocando versos no refrão são o grande destaque. Masta Killa também faz sua primeira aparição no álbum, e faz um bom trabalho.

4- Rushing Elephants: Essa faixa é um pouco mais rápida, com sample de metais que se repete durante toda a música. GZA e RZA fazem a primeira aparição no álbum, e estão ambos com um flow afiado. No final, o sample de metal se torna mais agudo, e Masta Killa aparece para fechar com chave de ouro.

5- Unpredictable: Os metais voltam a aparecer, agora um pouco mais caóticos. Inspectah Deck quebra absolutamente tudo no primeiro verso, um dos melhores versos do álbum. Porém, aqui aparecem os primeiros momentos inexplicáveis do álbum. O refrão cantado é muito fraco, não casa bem com a música. Depois RZA aparece, e junto com ele as tão criticadas guitarras. Realmente, não ficou muito a cara do Wu-Tang....

6- The Heart Gently Weeps: A primeira faixa do álbum a vazar, conta com o sample dos Beatles e a participação de Erykah Badu. Aqui, as guitarras aparecem novamente, mas casam bem com o beat. A bateria é muito boa. Raekwon tem um bom verso, mas é Ghostface Killah que rouba o show, inclusive arriscando uma cantoria na metade do seu verso. Method Man fecha a música com outro bom verso. Boa música.

7- Wolves: Essa música com a participação de George Clinton, que faz um refrão meio que estranho. O beat é muito bom, com uma espécie de sussurro no fundo. U-God tem um bom verso de abertura. Method Man também faz um bom trabalho, assim como Masta Killa, que aparece aqui com um flow mais rápido do que o habitual.

8- Gun Will Go: RZA aqui nos presenteia com um beat sombrio, com um piano sinistro no fundo e um sample de orquestra. Raekwon e Method Man entram no clima e cospem versos um pouco mais políticos. Meth inclusive, se refere ao seu bairro como "Poverty Island". Masta Killa fecha o álbum, e mais uma vez o beat muda, com alguns efeitos típicos do dub jamaicano no fundo. O refrão cantado não tem nada de mais, mas até que funciona.

9- Sunlight: Faixa-solo do RZA. O beat é bem diferente, não tem caixas, só um hi-hat marcando o tempo. Apesar disso, o sample escolhido é muito bom e dá o clima certo para RZA rimar quase que em tom de pregação sobre Allah durante três minutos.

10- Stick Me For My Riches: Mais um momento inexplicável. O beat tem um quê de Dirty South, com hi-hats acelerados. A cantoria durante todo o primeiro minuto acaba induzindo você a passar a música, mas se você resistir, vai ser presenteado por um bom verso de Method Man. Outro momento inexplicável é Inspectah Deck usando um flow típico dos emcees do sul. RZA e GZA também diminuem a velocidade do flow, mas se saem um pouco melhor, embora GZA pareça um pouco desconfortável.

11- Starter: O grupo aqui fala sobre mulheres, sobre um beat muito bom, com um sample de jazz muito bem sacado. Mais uma vez, o refrão cantado atrapalha um pouco, mas o beat realmente faz você não ligar para isso. Inspectah Deck também se destaca, com um ótimo flow, assim como U-God. GZA mais uma vez parece meio deslocado.

12- Windmill: A faixa estilo "Protect Ya Neck" do álbum, com seis emcees dividindo o microfone. O beat é diferente, a linha de baixo é bem incomum. Realmente, nada de mais na faixa. Todos os emcees cospem versos medianos, nenhum se destaca.

13- Weak Spot: Um break clássico já sampleado inclusive pelos Racionais e até pelo próprio RZA, com um sample de violino se repetindo. O beat realmente lembra o material antigo do grupo. Raekwon cospe seu melhor verso em todo o álbum. GZA e RZA também estão corretos na faixa. Ainda tem uma pequena entrevista de ODB no final da faixa, o que leva você direto à próxima faixa...

14- Life Changes: A homenagem do grupo ao finado membro Ol'Dirty Bastard. De longe a melhor música do álbum, e não poderia ser diferente. O beat é lento e triste, com acordes esparsos de piano. O refrão cantado casa muito bem com o tom melancólico da faixa. Raekwon é o primeiro a se destacar, lembrando de quando o grupo começou e garantindo que "o meu filho vai se lembrar de você". GZA aparece em seguida e também emociona, dizendo que "chorou como um bebê" quando soube da morte de ODB. Masta Killa diz que "o meu coração sangra pela sua perda"; Inspectah Deck é mais introspectivo, dizendo "eu divido a culpa, porque você estava pedindo ajuda/eu poderia ter te ajudo, mas fui egoísta". U-God promete que "eu vou te ver, meu mano, do outro lado". RZA aparece por último, relembrando os bons momentos de ODB. Dois fatos inexplicáveis, porém: a ausência de Ghostface e o sample, provavelmente em japonês, no final da música.

15- Tar Pit: Um sample de saxofone no fundo, uma linha de baixo muito boa, e um beat que funciona. U-God rima confortavelmente. Cappadonna e Streetlife completam a música, mas não adicionam muita coisa. George Clinton aparece mais uma vez, no final da faixa.

16- 16th Chamber: Uma espécie de faixa bônus, do finado ODB. A música é antiga, e tem aquela sujeira característica do primeiro álbum do grupo. Um beat pesado, muito bom, lembra bastante os tempos de 36th Chamber. Boom-bap classudo. Method Man está no primeiro verso, e quebra tudo com um flow um pouco mais acelerado. A aparição de ODB no final, com um verso, fecha o álbum com chave de ouro.

RESUMO: Tirando alguns momentos que fogem do estilo do grupo, como o excesso de refrões cantados, embora alguns funcionem bem, e a proeminência que as guitarras exercem em uma ou duas faixas, o álbum é bem consistente, com músicas que remetem aos velhos e bons tempos em que o grupo dominou o rap. O tributo a ODB foi bastante emocionante.

DESTAQUES: "Campfire", "The Heart Gently Weeps", "Weak Spot", "Life Changes", "16th Chamber"

Wu-Tang Clan - 8 Diagrams
  1. Campfire
  2. Take It Back
  3. Get Them Out Ya Way Pa
  4. Rushing Elephants
  5. Unpredictable feat. Dexter Wiggle
  6. The Heart Gently Weeps feat. Erykah Badu, Dhani Harrison & John Frusciante
  7. Wolves feat. George Clinton
  8. Gun Will Go feat. Sunny Valentine
  9. Sunlight
  10. Stick Me For My Riches
  11. Starter feat. Sunny Valentine & Tashmahogany
  12. Windmill
  13. Weak Spot
  14. Life Changes
  15. Tar Pit
  16. 16th Chamber [O.D.B Special]
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CunninLynguists: Dirty Acres

Finalmente caiu na rede o novo cd do Cunninlynguists, um grupo de rap do sul dos EUA bastante elogiado pela crítica. Apesar de virem do sul, os caras fazem um som totalmente diferente daquele que predomina por lá. Os caras já lançaram álbuns clássicos como o "Piece of Strange" e o "SouthernUnderground".

Dirty Acres segue o estilo dos outros dois, com produções bem trabalhadas, elegantes. Kno, o produtor do grupo, consegue atingir uma consistência nos beats, uma coerência que é rara de se ver. Neste álbum, o Deacon vem acompanhado do Natti nas rimas, e os dois também fazem um ótimo trabalho. Os destaques vão para "Valley of Death", um beat sensacional, meio caótico, "Wonderful", outro beat classudo com participação de Devin the Dude, "Gun", com uma letra um pouco mais política e um sample de violão muito bom, além de "Mexico", a música que fecha o cd, com um bom refrão.

Lançamento fresquinho pros fãs de bom rap. Não há um único beat ruim nesse álbum, e os emcees mostram bastante talento, casando perfeitamente o flow com o clima da música. Esse álbum só fica devendo em relação aos outros quanto a capa. Pessoalmente, eu acho as capas dos outros dois cds muito boas, essa agora ficou um pouco abaixo.

CunninLynguists - Dirty Acres
  1. Never feat Big Rube
  2. Valley of Death
  3. Dirty Acres
  4. Interlude One
  5. K.K.K.Y.
  6. Wonderful feat Devin the Dude
  7. Yellow Lines feat Phonte & Witchdoctor
  8. The Park
  9. Summer's Gone
  10. Interlude Two
  11. Gun
  12. Dance For Me
  13. Georgia
  14. Things I Dream
  15. Mexico feat Club Dub
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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

AZ: Doe or Die + Letra Traduzida

Esse é o primeiro álbum do AZ, emcee de Nova Iorque que ficou conhecido por ser a única participação no álbum do Nas. O cara fez tanto sucesso com o verso dele na música "Life's a Bitch" que arrumou logo um contrato com uma grande gravadora.

Esse álbum foi um dos pioneiros em abordar temas ligados à máfia, o que se pode observar em outros álbuns clássicos, como o "Only Built 4 Cuban Linx", do Raekwon, e o "Reasonable Doubt", do Jay-Z, além do segundo álbum do Nas, o "It Was Written".

Os destaques do álbum são "Sugar Hill", que tem AZ fantasiando sobre uma vida de luxo, "Mo Money, Mo Murder", um dueto dele com o Nas, e as duas músicas produzidas pelo Pete Rock, "Gimme Yours" e "Rather Unique", sendo a última o destaque maior do álbum, com um beat inspiradíssimo e um flow sensacional do AZ.

Então, uma raridade aí, clássico demais, na época que a East Coast só lançava álbum foda. AZ é daqueles emcees subestimados, o maluco tem talento demais, porém nunca estourou, mesmo nas suas tentativas de fazer músicas mais acessíveis, como a própria "Sugar Hill" desse álbum. Para quem gosta de boom-bap genuíno, uma boa pedida.

AZ - Doe or Die
1- Intro
2- Uncut Raw
3- Gimme Yours
4- Ho-Happy Jackie
5- Rather Unique
6- I Feel for You
7- Sugar Hill
8- Mo Money, Mo Murder feat Nas
9- Doe or Die
10- We Can't Win
11- Your World Don't Stop
12- Sugar Hill Remix

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Vídeo da faixa "Mo Money, Mo Murder", com o Nas:

Tradução: AZ - Rather Unique

Beat muito foda do Pete Rock, AZ quebrando tudo...

Artist: AZ the Visualiza f/ Pete Rock
Album: Doe or Die
Song: Rather Unique - ÚNICO

[ Pete Rock ]
Agita a casa (agita a casa)
lado leste de Nova Iorque, lado leste de Nova Iorque
lado leste de Nova Iorque, lado leste de Nova Iorque
lado leste de Nova Iorque, lado leste de Nova Iorque
meu man AZ quebrando tudo

[ Verso I : AZ ]
Nós já éramos leais aos desejos do nosso povo
agora nós estamos ainda mais ferrados com um prefeito chamado Guliani
voce pode tentar me ferrar, me analisar, mas nao pode me definir
minha mente está totalmente chapada de maconha
longe de ser fraco, eu faço com que seu nariz nao consiga respirar
porque meu cérebro está num plano mais alto do que os Hebreus
a minha devoção ao mic revela minhas mais profundas emoções
acabando com esses otários fingidores
faço eles terem convulsões
eu sou difícil de imitar, voce até consegue um pouco, mas não me engole
sua mente está confusa, mas eu sou tão profundo quanto
as histórias de Donald Goines
minha personalidade é tranquila como uma poltrona
e desde que saí de casa, eu tenho andado com a MariJuana
de cabelos ondulados, minha pele tem dinheiro, tá ficando clara
vestindo roupas que intimidam, bebendo uma cerveja Guinness
então onde tudo começa é aqui
o destino e eu finalmente nos encontramos
então como eu posso ser fraco?
eu sou único

[ Refrão : Pete Rock scratches ]
porque, porque, porque eu sou único --> Big Daddy Kane

[ Verso II: AZ ]
Meus verbos quebram tudo
cérebros dão à luz pensamentos em tercetos
foda-se, eu to numa atitude foda-se agora
pronto pra deixar meu pente cuspir, dramaticamente
meu vocal cospe balas como se voce uma pistola automática
tornando minha música mágica, fazendo com que qualquer batalha seja trágica
eu tenho um estilo doido pra porra, mais doente do que anemia
eu massacro a sua circulação
cheio de crueldade, quem quer uma parte de mim?
eu sou vicioso, malicioso
porque é assim que as coisas são na luta para ser rico
minhas rimas já são impecáveis, outros rappers ainda precisam lapidá-las
fracos e com más intenções, camuflados como assassinos
do mesmo jeito que eles cantam
vai vendo como eu sou único
os que nao acreditam, eu os deixo sem voz
depois os estrangulo e vou fumar uma erva
eu estou vindo pelos alto-falantes
cirurgicamente foda, em qualquer estilo verbal
eu respiro minha vida através do microfone
minha visão vai além do horizonte
então, morra, luta, não se entregue, não se retire
confie na sua técnica
eu sou único

[ Refrão ]

[ Verso III : AZ ]
voce vai precisar de mais do que um astrologista para conhecer minha música
um fisiologista não poderia nem mesmo imaginar como é exótica
raps demolidores certificam a maneira como eu canto
meu jogo de palavras brilha como os raios ultravioleta
minha cultura está sorrindo, fica mais profunda a cada vez que respiro
minha biografia está seguindo os passos da de Malcolm X
dinheiro e sexo, Gore-Tex, Donna Karan e Guess
elegância, sucesso por toda a vida, sem estresse
eu abençoo microfones
fumando árvores para ficar tão alto qunado um trapezista
comendo uma comida japonesa quando estou contando meu dinheiro
então vamos discutir isso
como minha rima te mostra o caminho para pensamentos que estavam perdidos
então nao se empolgue, porque tudo tem um preço
o salvador do gueto, tranquilão, um verdadeiro malandro com tempero
meus movimentos são altivos, um comportamento inexplicável
a verdade está nas ruas, então mantenha seus ouvidos no concreto

[ Refrão ]

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Blu & Exile: Below The Heavens (Melhor álbum do ano?)

Essa é uma dupla nova, lançou o primeiro álbum esse ano. Exile é o produtor, relativamente conhecido por também ser DJ da dupla Emanon. Já Blu é uma das maiores, se não a maior, revelações do rap neste ano que está acabando. O cara começou no rap há apenas dois anos e já lançou um álbum sensacional, na minha humilde opinião o grande candidato a melhor álbum do ano, embora alguns pesos pesados como Wu-Tang Clan, Ghostface Killah e Nas ainda estejam para lançar seus trabalhos.

Below the Heavens é um álbum extremamente pessoal. Blu é novo, tem apenas 22 anos, mas fala sobre sua vida como se tivesse uns 40. Além de uma técnica afiada, com toneladas de rimas internas e multi-silábicas em cada verso, o cara fala sobre coisas bem interessantes, e que acabam por fazer o ouvinte se identificar em pelo menos uma. Desde a rotina de trabalho pesado em "Blu Colla Workers" até a tensão por uma paternidade precoce em "Show Me The Good Life", passando pelas dificuldades normais da vida no gueto em "Dancing In The Rain", com o melhor beat do álbum, relacionamentos amorosos em "No Greater Love" e divagações sobre como o tempo passa rápido em "In Remembrance of Me".

Além de tudo, os beats são muito bons, me lembrou um pouco Pete Rock, pelas batidas cheias de classe, mas tem pitadas de Kanye West no sample vocal de "No Greater Love", RZA no boom-bap "Soul Amazin", outro beat que se destaca e, claro, DJ Premier nos vários scratches em vários refrões do álbum. Em linhas gerais, Exile passeia bastante pelo jazz e soul, com samples muito bons e batidas bem pesadas.

Enfim, Below the Heavens desponta como um dos melhores álbuns desse ano, combinando um emcee extremamente talentoso e carismático, como Blu, e um produtor bastante capaz, fazendo um som que lembra os anos dourados da década de 90. Não vacile, baixe que não vai se arrepender.

Blu & Exile - Below The Heavens
1- My World Is...
2- The Narrow Path
3- So(ul) Amazin' (Steel Blazin')
4- Juicen' Dranks
5- In Remembrance of Me
6- Blu Colla Workers
7- Dancing in the Rain
8- First Things First
9- No Greater Love
10- Show Me The Good Life
11- Simply Amazin'
12- Cold Hearted
13- The World Is (Below The Heavens)
14- You Are Now In The Cloud With (The Koochie Monsta)
15- Bonus Track I
16- Bonus Track II
17- Bonus Track III

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Para dar uma idéia do som dos caras, segue o clipe de "Soul Amazin":

Panacea: The Scenic Route

Panacea é um grupo formado pelo emcee Raw Poetic e o DJ K-Murdock. Esse é outro grupo meio que desconhecido por aqui, mas que também faz um grande som. Raw Poetic é daqueles emcees abstratos, fala bastante sobre coisas espirituais. Além de tudo, o Panacea é um dos novos grupos que estão nessa nova fase da lendária gravadora Rawkus.

The Scenic Route é um álbum que cria toda uma atmosfera para relaxar enquanto ouve o trabalho. As rimas são conscientes e espirituais, sem cair no lugar-comum; os beats usam e abusam de samples para criar um clima bastante agradável. Às vezes, K-Murdock aumenta o ritmo e saem pérolas mais dançantes como "Between Earth and Sky", um boom-bap mais acelerado com toques de old-school, e "Epiphany", que começa como uma música de manhã ensolarada e termina como um batidão para dançar à noite, graças à variação de samples na própria música. Em "Pops Said", o destaque é a lírica de Raw Poetic, na qual ele fala sobre seu relacionamento com o pai.

Esse é mais um álbum pouco conhecido que se coloca entre os melhores do ano. Um pouco mais "espiritual" e tranqüilo, The Scenic Route é uma boa pedida para se ouvir sossegado em casa, ou mesmo a dois.

Panacea - The Scenic Route
1- Intro
2- The Scenic Route
3- Flashback to Stardom feat Raheem DeVaughn
4- Pops Said
5- Epiphany
6- Between Earth and Sky
7- Bubble
8- Square 1
9- Blue Ice
10- Walk in the Park
11- Aim High
12- Katana
13- One Shine
14- Outro

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The Last Emperor: Music, Magic, Myth

The Last Emperor é um emcee da Filadélfia, que apareceu no jogo ao participar da música CIA(Criminals in Action) do álbum da Rawkus, Lyricist Lounge, junto com o KRS-One e o Zack de la Rocha. Ele também chamou a atenção pelo seu single "Secret Wars", no qual ele narra um duelo fictício entre seus rappers favoritos(inclusive imitando a voz deles) e alguns heróis dos quadrinhos. Esse single fez tanto sucesso que teve uma continuação, e rendeu ao cara a possibilidade de lançar seu álbum de estréia.

Music, Magic, Myth não é um nome comum para um álbum de rap, mas as rimas e os beats encontrados são ideais para um verdadeiro fã de rap. Last Emperor é um emcee muito criativo e talentoso, com uma voz bem marcante. Os destaques do álbum são "Karma", em que ele fala sobre relacionamentos amorosos e destino, com um refrão sampleado muito bom; "One Life", uma música muito emocionante, graças à participação de Poetic, do Gravediggaz, falando sobre o câncer que ele teve e que pouco depois o levou à morte; "Single Mother" segue também essa linha, com Emperor falando sobre sua mãe e sua infância. Mas também existem momentos mais animados, como em "The Block Party", com uma bateria sensacional e a participação da dupla Smif-N-Wessun(na época ainda sob o nome de Cocoa Brovaz) e "Animalistics", na qual o emcee mostra seu lado criativo de Secret Wars e fala sobre se transformar em vários animais para derrotar inimigos.

Nota-se que o cara é bastante influenciado por quadrinhos, e isso só dá um toque especial à sua música. The Last Emperor é um emcee diferenciado, com um mundo próprio e grandes habilidades no mic.

Esse álbum foi requisitado por um visitante do blog, eu rodei a internet para achar e só encontrei links quebrados. Esperava que fosse mais fácil achar, mas no final tive que recorrer ao velho e bom Soulseek. Vou aproveitar e incluir no arquivo os dois singles dele da série "Secret Wars".

The Last Emperor - Music, Magic, Myth
1- Intro
2- Who's That?
3- Some Love, Some Hate
4- Tiger Trail
5- Prisoner
6- Karma
7- One Life feat Poetic & Esthero
8- Meditation
9- Animalistics
10- The Underground
11- The Block Party feat Cocoa Brovaz
12- Do You Care?
13- Shine
14- The Incredible Man
15- Let's Ride
16- Hold On
17- Single Mother
18- The Great Pretender
19- Secret Wars Part I
20- Secret Wars Part II

OBS: O arquivo ficou muito grande, então tive de dividir em duas partes. Para descompactar, precisa baixar as duas partes.

Download - Parte I
Download - Parte II

Wu-Tang Clan: 8 Diagrams Mixtape

Essa é uma mixtape lançada como aperitivo para o tão aguardado álbum do Wu-Tang Clan, e traz algumas boas prévias, como o primeiro single do novo álbum do Raekwon, "Only Built 4 Cuban Linx 2", produzido pelo RZA e chamado "State of Grace"; o tributo ao Ol'Dirty Bastard, que deve estar no álbum oficial, chamado "Life Changes". Destaque também para duas faixas não lançadas do ODB, com a Macy Gray, "Intoxicated" e "Don't Go Breaking My Heart".

A mix traz também algumas faixas que devem estar no álbum, como "Weak Spot", "Thug World", "Stick Me 4 My Riches", além do primeiro single "Watch Your Mouth", além de algumas músicas não lançadas oficialmente pelo grupo.

Para entrar no clima de 8 Diagrams...

Mathematics Presents Wu-Tang Returns
1) Intro feat. Method Man
2) Watch Ur Mouf

3) State Of Grace

4) Break That Break

5) Wu Banga 101 Remix

6) My Corner

7) Stick Me 4 My Riches

8) Thug World

9) Maxine Remix

10) King Toast Queen

11) Strawberries & Cream Remix

12) Weak Spot

13) Intoxicated feat Macy Gray

14) Crooklyn Dodgers

15) The “W” Remix

16) Real Nillaz

17) Ghost Is Back

18) Don’t Go Breaking My Heart ODB feat Macy Gray

19) Violent Skit

20) Life Changes

21) Treez

22) The Abduction

23) John 3:16

24) Good

25) Da Destroyer

26) Iron God Chamber

27) 4:20

28) Wise

29) Presidential M.C. (Bonus Track - The Heart Gently Weeps)

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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Jedi Mind Tricks: Discografia Completa + Resenha + Letras Traduzidas

Discografia completa de um dos melhores grupos de rap atualmente. A dupla Vinnie Paz(antes conhecido como Ikon the Hologram), o emcee, e Stoupe, o produtor, tem feito barulho na cena há 10 anos, sempre lançando álbuns com muita qualidade. O primeiro álbum do grupo, que tem o gigantesco nome de The Psycho-Social, Chemical, Biological & Electro-Magnetic Manipulation of Human Consciousness, já mostrava a diferença deles para os outros grupos, com produções ricas e letras bastante violentas e com referências obscuras, falando sobre teorias da conspiração e mitologia antiga.

Violent By Design foi lançado três anos depois e foi bastante elogiado pela crítica. Nesse álbum, o grupo teve o reforço do emcee Jus Allah. Stoupe finalmente foi notado pelos especialistas, com beats beirando a perfeição. Foi com esse álbum que o grupo começou a criar uma base de fãs no underground americano.

Visions of Gandhi foi o terceiro álbum lançado e gerou sentimentos diversos na crítica. Enquanto alguns elogiaram bastante, outros criticaram a fórmula um tanto desgastada de violência nas letras do grupo. Apesar do nome, o álbum nada tem a ver com os ideias de Gandhi. Segundo Paz, o nome do álbum foi inspirado num verso de Foxy Brown, na música "Affirmative Action", de Nas.

Legacy of Blood foi lançado um ano depois e também teve reações mistas. Neste álbum, nota-se uma evolução de Vinnie Paz como emcee, aumentando seu leque de temas, mas ainda assim mantendo a fúria nas rimas que sempre o caracterizou. O álbum conta também com participações especialíssimas:GZA, Killah Priest e Sean Price, entre outros.

O último álbum a ser lançado pelo grupo foi "Servants in Heaven, Kings in Hell", que garantiu ao grupo elogios unânimes por parte da mídia especializada. A produção de Stoupe continua extremamente consistente, enquanto Vinnie Paz atinge seu auge, com rimas afiadas e temas interessantes, como a Guerra do Vietnã, sociedade e capitalismo.

Jedi Mind Tricks - The Psycho-Social...
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Jedi Mind Tricks - Violent By Design
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Jedi Mind Tricks - Visions of Gandhi
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Jedi Mind Tricks - Legacy of Blood
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Jedi Mind Tricks - Servants in Heaven, Kings in Hell
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Resenha: Violent By Design

Depois de lançarem seu primeiro álbu, The Psycho-Social..., o emcee Ikon Hologram e o produtor Stoupe não foram muito notados na cena, apesar dos beats exuberantes e as letras cheias de fúria. Ao lançar Violent By Design, a dupla sentiu que precisaria ter beats ainda mais exuberantes e letras ainda melhores. Conseguiram.

Com a ajuda de Jus Allah no mic, Ikon(mais tarde conhecido como Vinnie Paz) manteve seu leque de temas, com as inúmeras referências a fatos históricos e religiosos, e aumentou a fúria. Jus Allah se revelou um bom companheiro de mic, embora pouquíssimas vezes consiga ofuscar o outro emcee. As letras, em certo momento, podem se tornar um pouco cansativas, mas é aí que entra um dos trunfos do álbum: as participações especiais.

Esse é talvez um dos primeiros álbuns a apostar em tantas participações, algo comum hoje em dia. Participam Mr. Lif, Esoteric, Chief Kamachi, Tragedy Khadafi e Sean Price, entre outros. Com tantos "visitantes" de qualidade, o álbum acaba fluindo de forma mais amigável.

Isso se deve também em grande parte aos beats maravilhosos providos por Stoupe. Não há um único beat ruim nesse álbum. Ao contrário, todos são muito bons. Fazendo uso de samples de filmes, orquestras e música latina, principalmente, o produtor cria uma textura de sons extremamente complexa e bem construída. É como se os beats, sozinhos, contassem uma história.

Os grandes destaques do álbum ficam por conta de "Sacrifice", talvez o melhor beat do álbum, com um sample do filme "FormiguinhaZ", que encaixou perfeitamente no tema. "Heavenly Divine" mostra Ikon e Jus Allah trocando versos sobre um sample perfeito de violinos. "Retaliation" e "Blood Runs Cold", esse último com a participação sempre certeira de Sean Price, também merecem destaque.

Violent By Design é, musicalmente, o auge do Jedi Mind Tricks. Stoupe é um dos melhores produtores no jogo, embora muitos ainda não lhe dêem o devido valor. Liricamente, Vinnie Paz faz um bom trabalho, embora os seus trabalhos mais recentes, como "Servants in Heaven, Kings in Hell", mostram o quanto o emcee tem evoluído, tanto em termos de técnica quanto na expansão dos temas abordados.

Tradução: Jedi Mind Tricks - Uncommon Valor: A Vietnam Story

Melhor música do último álbum, R.A. quebrou tudo...

Artist: Jedi Mind Tricks f/ R.A. the Rugged Man
Album: Servants in Heaven, Kings in Hell
Song: Uncommon Valor: A Vietnam Story - Valor Incomum: Uma História do Vietnã

[ Verso I : Vinnie Paz ]
Yeah, eu nao sei por que estou aqui, esse emprego é diabólico
eles me mandaram para o Vietnã para matar pessoas inocentes
minha mãe sempre disse "O presidente nao está nem aí"
ele está tentando deixar as pegadas da América por aqui
eles dizem que nós estamos tentando frear a Expansão Chinesa
mas eu ainda nao vi nenhum chinês desde que nós chegamos
mandaram toda a minha unidade pensando que nós podíamos vencer
contra as Guerrilas Viet Conk aqui em Gia Dinh
eu nao me alistei para matar mulheres ou crianças
para cada soldado inimigo, nós matamos seis cidadãos
yeah, isso nao é certo pra mim
eu nao tenho luta suficiente dentro de mim
isso me aterroriza, e eu só quero ver minha mulher e meu filho
mas por aqui, eles lançam sete milhões de toneladas de bombas
eu passo meus dias evitando esses espantalhos
e pela noite, eu rezo a Deus para voltar pra casa vivo
e sou forçado a me sentar e imaginar
o porquê de eu ser parte da Operação Rolling Thunder
dentro de uma trincheira, ainda faltam nove meses
essa selva é como a porra de uma profecia de morte aqui

[ Interlúdio - Vinnie Paz (R.A. The Rugged Man)
Eu nao quero ficar aqui, eu estou assutado, eu só quero ir pra casa
(voce ta brincando comigo? nao seja viado, voce nao ama seu país?)
(eu gosto de estar aqui, eu estou pronto)

[ Verso II - R.A. The Rugged Man ]
História verdadeira
Me chame de John H. Thorburn, sargento
com boa pontaria, habilidades em matar, vitimar, estou pronto e desejando
matar um elefante do vilarejo, estuprando e pilhando um vilarejo
assassinos ilegítimos, guerrilheiros militares dos EUA
isso nao é uma guerra verdadeira nessa merda de Vietnã
a Segunda Guerra Mundial foi uma guerra, isso é só um conflito militar
relaxando, usando drogas, mulheres vietnamitas gritando
sexo, apostas e bebidas, tudo isso é divertido
mulheres e armas, esse é o sonho de todo homem
eu nao quero ir pra casa onde sou apenas um ser humano comum
Special Ops, Huey, facões, tiros, correria
Gook correu quando a semi automatica atirou e nao falhou
matança, atirando quatro mil balas por minuto
Vic the Charlie, engatilhou e atirou, eu estava ali para vencer
o tenente insinunando-se o vilao, eu estava lá
a matança eu fiz, também aleijei, imagens eu pintei vívidas, vivi aquilo
um mestre com armas, estávamos para começar a missao secreta
o governo que financiou, por trás das linhas inimigas
tiros, está uns 100 graus mais quente
os inimigos sao os vietnamitas do Norte, fala sério
eu nao estava assustado, eu disse: "vamos devagar"
até eu ver o piloto ser atingido e a gente quase bater em algumas árvores
caindo numa estrada, o helicoptero quebrou, explosao
homem americano em Camboja, logo na mao do inimigo
bebi um pouco de Whiskey para nos acalmar
aqueles homens amarelos vestindo vestes negras, eles querem nos ferrar
eles estao em cima da gente, tiroteio, uma bala atinge meu peito, nao sinto dor
à minha esquerda, o capitao recebeu uma bala no cérebro
pedaços de corpos voando, perdas de membros, explosões
más intenções, eu vejo o intestino do meu melhor amigo
rezo para aquele lá de cima, está chovendo, estou coberto de lama
eu acho que estou morrendo, me sinto sujo, estou perdendo sangue
eu vejo minha infancia, estou de volta nos braços da minha mãe
eu vejo toda a minha vida, vejo Cristo, vejo luzes brilhantes
vejo israelitas, muçulmanos e cristãos em paz, sem lutas
negros, brancos, asiáticos, pessoas de todos os tipos
eu tinha que ter morrido, mas eu acordei, surpreso por estar vivo
estou numa cama de hospital, eles me resgataram, eu sobrevivi
escapei da guerra, voltei pra casa, mas nao escapei do Agente Laranja
duas das minhas crianças nasceram aleijadas
mongolismo, tetraparalisia, microcefalia
retardamento mental, cegueira, seja o que for, eles tiveram
meu filho morreu, mas nao chegou a viver, mas eu ainda tento pensar positivo
porque na vida, Deus tira, Deus dá

Tradução: Jedi Mind Tricks - Heavenly Divine

Bem no estilo violento do Jedi...

Artist: Jedi Mind Tricks
Album: Violent By Design
Song: Heavenly Divine - Divinamente Divino

[ Ikon the Hologram ]
Mais um cordeiro sacrificado
que morreu pelas mãos do Hologram
mandei-o para o castelo e ataquei todo o seu clã
ilha sagrada
quem é que cospe rimas verdadeiras?
aquela tudo ou nada, típica do Jedi Mind de Illadelph
só idéia quente
raps que quebram a sua mandíbula
quem é o vingador e quem é que está no centro da guerra?
eu te deixo uma cicatriz
entao os seus piolhos vão entender
minha mente vai te amassar e te mandar para a ilha sagrada
o Senhor conhece o homem
facas afiadas vão arrebentar suas vísceras
recitais vão te enfrentar e te induzir a queimar bíblias
homicídio
Hologram queima igrejas
assassinatos por enfiar um crucifixo no seu cérebro
motivos divinos, pelo Remi que está no meu copo
espera e veja que nós vamos acabar com você com abelhas hipodérmicas
você ouviu o veredicto
eu estou com Allah porque ele me escolheu
invadi o Vaticano e estrangulei o Papa com o seu rosário
e ae, e ae, e ae

[ Refrão ]
Jedi Mind
Divinamente divino
continuamos brilhando em 99
fala ae, fala ae

[ Jus Allah ]
MC's sentem o terror em qualquer lugar que meu som seja audível
banido dos portais do terceiro mundo, eu batalho mortais e te espanco
visto por dentro dos lugares do horizonte
a morada de Omn
existente no panteão islâmico
os flows sentem a brisa, minhas roupas têm o perfume das árvores
então eu relaxo e toco um sax que nem o Kenny G
o poder explode e consome a minha trilha rapidamente
eu deixo você apenas com alguns grãos de areia na ampulheta da vida
eu planejo sua rendição
faço demônios se levantarem do inferno
eu te pego pela gravata e tiro você da sua casca
você vê a terrível doença que está procriando no fogo do inferno
eu lanço escritores
coloco sua cabeça no arame dos sinos
os espadachins Jedi dão aos rappers uma fortuna falsa
ciência para contorcer seu corpo num caixão
um dano insano foi causado, você está mexendo com um exército
nós colocamos caveiras na forma de um monte de roupa suja
ae, yeah, yeah

[ Refrão ]

[ Ikon ] Ae, os deuses estão por toda a parte
[ Jus] você se sente poético, é a lei dos tiranos
[ Ikon ] nós somos tipo a porra de um trovão
[ Jus ] os três homens mais sábios
[ Ikon ] nós estamos num nível que desafia o homem
[ Jus ] cuidado com os falsos e endemoniados homens
[ Ikon ] nós chegamos ao amanhecer e criamos novas formas
[ Jus ] a batalha te deixou morto no bálsamo como bebês mortos
[ Ikon ] o mestre está aqui
[ Jus ] o ameaçador, o espírito maestral
[ Ikon ] nao consigo entender a língua desses rappers com letras fracas
[ Jus ] Ikon a serpente
[ Ikon ] eu estrangulo rappers
[ Jus ] eu olho a Terra de cima porque a observo pelo ângulo do Sol
[ Ikon ] acima das nuvens
[ Jus ] nós estamos altos e confusos, escrevemos uma pagina sobre como você foi escravizado pelos costumes do mundo
[ Ikon ] soldados islâmicos
[ Jus ] ficar olhando a esquadra...
[ Ikon ] pode ser o seu erro fatal
[ Jus ] como os primeiros pecados de Adão no jardim
[ Ikon ] voce se sente triste, nosso projeto já se foi
[ Jus ] explorando reinos, você ficou muito confuso para nos acompanhar
[ Ikon ] convido seu bairro para absorver nossos franco-atiradores
[ Jus] Illadelph, Shamballah, mano eu continuo underground
e ae! filhos da puta!

[ Refrão ]

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Zamba: Coletânea Essencial + Entrevista

Zamba é um emcee brasileiro, mais especificamente de Birigüi, São Paulo, e tá na correria ae já tem um bom tempo, usando a internet para divulgar o trabalho. Como reconhecimento à luta do maluco, à qualidade dos sons, às idéias firmes do cara, Boom Bap abre aqui o espaço para ele, com uma entrevista exclusiva, e o download de uma coletânea de sons chamada Essencial. O cara pretende lançar o álbum dele em breve.

Se mais algum emcee que visita o blog quiser uma divulgação, só trocar uma idéia comigo, que vou ter maior satisfação em ajudar na divulgação.

Zamba - Essencial
1 - Insanidade
2 - Botando Pânico
3 - Língua Portuguesa feat Suspeito
4- Vivendo de Rolê
5- Retrato Falado
6- Rapsychofuturista
7- Biscates
8- Lixo Cultural
9- Prego no Caixão
10- Está Bem
11- Insanidade Remix
12- Z.A.M.B.A.
13- Versos Imortais feat McDonald
14- Prego no Caixão Remix
15- Pena de Morte

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Entrevista: Zamba

I - Apresente-se para o pessoal, de onde você é, como começou no Rap?
Sou um Mc de Birigui{interior paulista}, tenho 21 anos e desde pequeno sou conhecido como Zamba, por causa do meu sobrenome Zambaldi, e adotei como Zamba meu nome artístico, comecei a escrever minhas primeiras rimas em 2000. Na época eu gostava muito de rap e tinha pouco conhecimento no assunto, e na escola onde eu estudava chegou um aluno novo que era da capital e ele me mostrou como o rap era grande, ele tinha um estúdio no seu quarto, e foi aí que eu tive contato mesmo com o rap e me apaixonei por essa arte.
Ele ja tinha um grupo de rap com outro mc aqui da cidade, e quando eu mostrei uma letra minha eles deram risada, tiraram onda da minha cara. Fiquei arrasado, mas acho que foi isso me serviu de fortalecimento, pois percebi que ninguem dá valor pro seu trampo se ele for mais ou menos,
então comecei a me dedicar na escrita mostrando minhas rimas somente pros amigos verdadeiros, que apontavam o defeito, mas também a qualidade.
Fui devagar, no sapatinho. Gravei algumas de minhas letras da época em batidas gringas só pra ficar ouvindo eu mesmo e acompanhar a evolução, hoje em dia acho que fiz o certo pois não fui com muita sede ao pote e não quebrei a cara, eu acho que é isso que os novos mcs tem que fazer,
trabalhar a lirica e o flow antes de ficar pensando na produção, prefiro ouvir uma boa letra num beat gringo do que uma letra fraca em um beat produzido.

II - O rap tem passado por uma divisão, sendo criados sub-estilos de rap, como o gangsta, o underground, o político, o pop...como você se encaixa nessa divisão e qual sua opinião sobre isso?
Minha opinão sobre isso é a mesma que os manos do Arsonists falam em uma de suas musicas: "NÃO SOMOS DO UNDERGROUND, NÃO SOMOS DO MAINSTREAM, SOMOS DO HIPHOP".
Gangsta hoje em dia eu acho molecagem, é claro que existem mcs que ja foram bandidos ou traficantes, e eles sabem que é bem melhor o caminho do rap do que o caminho do crime mesmo sendo mais dificil o caminho do rap, pena que muitos preferem passar uma mensagem negativa e criminosa porque isso dá dinheiro pois existem muitos bandidos ouvintes nesse mundo.
Não que eu seja contra alguem que passa em suas letras a realidade do crime e a realidade de como é bem mais facil ser do crime do que ser um capacho trabalhador explorado nesse mundo capitalista principalmente nesse país desonesto chamado Brasil, muitos viveram isso e passam a mensagem de que isso não vira mesmo sendo a melhor escolha, só que eu vejo varios moleques que se dizem Mc que moram no centro ou num bairro tranquilo falando de sua quebrada imaginaria, falando de crime sem ao menos ter contato com essa merda.
Não gosto desse lance de dizer que é underground e escrever letras que ninguém entende e a parada ser mal feita, underground pra mim é ser criativo, um exemplo de um mc underground do Brasil que eu gosto muito é o Black Alien.
Tambem não gosto de rap politico que só reclama e não mostra uma saída, não mostra resistencia.
Hip Pop eu odeio, detesto mcs putas da fama facil que vão rebolar na midia, o Rap pode ser de festa e pode ter conteúdo ao mesmo tempo.

III - Como é o seu processo de escrita? Quais temas você se sente mais confortável ao abordar?
Meu processo hoje em dia ja não é mais lento, hoje em dia as rimas surgem facilmente, e tem letras minhas que falam de varias coisas mesmo não batendo com o tema.
O tema que eu mais gosto de usar é a realidade, tanto a minha quanto a realidade do mundo, gosto tambem de letras positivas em beats tranquilos pro ouvinte ouvir e ficar na boa.

IV - Em suas músicas, como você equilibra a parte escrita, como a mensagem e as rimas, com a parte musical, como os beats, o refrão e o flow? A que você dá mais importância no momento que está construindo a música?
Eu prefiro as batidas mais sinistras, mas tambem gosto das tranquilas com pegada jazz, tenho planos de fazer rap com rock, rap com jazz, rap com reggae e pra todo beat acho que existe um tema certo.

V - Eu notei que os beats são muito bons, fale mais sobre os produtores das músicas e como você fez o contato com eles.
Minhas primeiras musicas pra valer mesmo, produzi com o Dj Nobre, de Franca(SP). O Nobre flagra muito, tem muito conhecimento sobre o assunto.
Hoje em dia eu tenho contato com varios produtores, o Dj Caique de SP, o Meia Beats de Caxias, o Coyote de BH, e todos eu conheci através da bençao chamada internet e myspace.
Me considero um Mc abençoado pois trabalho com os melhores produtores, e eles sabem da situação, sabem como é dificil lançar um cd independente, sabem como é dificil pagar por estúdio e pelas produções, e assim alguns deles até hoje não me cobraram nada pelo instrumental.
Serei grato eternamente para aqueles que entendem o meu lado,o dinheiro não está na mão no momento, mais quando eu lançar meu cd e entrar uma grana vou pagar tudo que devo pra esses manos, nunca esquecerei deles.

VI - Quais suas principais influências, tanto no Rap quanto nos outros estilos de música?
São muitas...vou citar algumas: Immortal Technique, Jedi Mind Tricks, Gog, Valete, Sam the Kid, Black Alien, Bezerra da Silva, Racionais, Cambio Negro, Rzo, Mobb Deep, Nação Zumbi, Boot Camp Click, toda a banca da Psycho-logical, Cypress Hill, Planet Hemp, Tupac, Notorious, Dr Dre, Frank Sinatra, Coltrane, Wu-tang e etc...

VII - O que você acha que te diferencia em relação aos outros emcees daqui do Brasil?
Minhas letras são mais polêmicas, mais políticas, e eu articulo bastante minha levada, e falo de varios assuntos, coisa que poucos fazem no Brasil.

VIII - Na sua opinião, o que falta para o rap aqui no Brasil atingir o nível dos EUA, em termos , de estrutura e profissionalismo?
Sou uma pessoa bastante paranóica, carrego comigo varias teorias de conspiração que o sistema aplicou no povo, e o Brasil é um dos países mais manipulados do mundo, a minoria elite manipula a maioria povo.
O rap no Brasil não vai pra frente porque o sistema não permite informação para o povo, eles só deixam circular na midia o rap pop, ou até mesmo o rap bandido fraco com refrãozinhos dramaticos, ambos inofensivos para o sistema.
O rap tambem não vai pra frente porque muitos não fazem nada a favor da cultura, varias panelas, varios mcs que começaram a fazer rap no almoço e querem fazer sucesso na janta, são muitos fatores.
Se o rap aqui no Brasil se tornar forte como nos EUA pode ter certeza que só o hipPOP que vai prevalecer na midia.
Acho que os adeptos deveriam se unir mais e parar de intriguinha, e lançarem coletâneas fudidas só com bons mcs e bons produtores no mesmo cd, todos batalhando pro cd sair, e se alguem for organizar algum evento que ele seja bem organizado.

X - Qual a análise que você faz do papel da Internet no Brasil para o Rap?
Sou a favor do cd pirata, sou a favor de baixar mp3, tem varios grupos que só conheci através a net, o Valete de portugal por exemplo, o cd dele não tem no Brasil. Sou contra pagar 40 reais num cd, lembro que antigamente era 15 reais um cd original. A internet é uma benção, blogs como o Boom Bap são as melhores fontes para encontrar a boa musica.

XI - Fale mais sobre o seu álbum, como o conceito dele, as pessas envolvidas, data de lançamento...
Meu cd vai demorar pra sair, vou trabalhar ano que vem nele, o mais provável é que ele saia no começo de 2009, além dos meus corres e da ajuda dos meus país, tambem consegui ajuda financeira com patrocinios, o cd vai sair pesado, e o conceito é que saia do jeito que eu quero.

XII - Quais foram as maiores dificuldades que você encontrou para poder produzir esse álbum e colocá-lo nas ruas?
A maior dificuldade é a falta de dinheiro e como encontrar os produtores certos.

XIII - O que as pessoas podem esperar do seu álbum?
Conteúdo e qualidade, participações de mcs de peso e rimas escritas com sinceridade, honestidade, amor e ira!!!

sábado, 10 de novembro de 2007

Organized Konfusion: Stress: The Extinction Agenda

Organized Konfusion é um grupo que surgiu no começo dos anos 90 em Nova Iorque, e consiste na dupla de emcees Prince Poetry e Pharoahe Monch. O grupo foi altamente aclamado pela crítica, lançando três álbuns muito bons. O som dos caras é o boom-bap típico nova-iorquino, com beats sombrios e minimalistas, usando samples obscuros de jazz. Mas o grande destaque é Pharoahe Monch, que mais tarde alcançou ainda mais sucesso entre os fãs de rap.

Stress: The Extinction Agenda foi lançado em 1994 e foi considerado um dos 100 melhores álbuns de rap pela The Source. Ele é quase completamente produzido pela própria dupla, com alguns beats sendo feitos por Buckwild e Rockwilder. Nas letras, a dupla quebra tudo, falando de temas variados de uma forma extremamente competente. Os destaques ficam por conta de "Black Sunday", com um bom refrão e um beat pesado, "Bring It On", talvez a música mais hardcore do álbum, na qual Pharoahe simplesmente quebra tudo com um flow sensacional. "Why" também tem um bom refrão, além de um beat bem jazzy. "Let's Organize" tem a participação de O.C. e Q-Tip, enquanto "Maintain" têm uma mensagem de incentivo bastante presente.

Porém, o destaque mesmo é "Stray Bullet", uma obra de arte lírica, na qual Prince Po discute o uso de armas de fogo e suas implicações, enquanto Pharoahe Monch rima sob a ótica de uma bala perdida específica, detalhando seu caminho até chegar ao corpo de alguém. Esse tipo de conceito na música acabou inspirando Nas a fazer "You Gave Me Power", na qual ele fala sob a ótica de uma arma de fogo, e Tupac, que fez "Me and My Girlfriend", no qual ele faz uma metáfora entre uma arma de fogo e uma mulher.

Enfim, um clássico que muitos desconhecem. Aproveitando que o Pharoahe Monch vai vir aqui no Brasil, um álbum para as pessoas conheceram o começo do trabalho desse grande emcee, no qual ele simplesmente quebra tudo em todas as músicas.

Organized Konfusion - Stress: The Extinction Agenda
1- Intro
2- Stress
3- The Extinction Agenda
4- Thirteen
5- Black Sunday
6- Drop Bombs
7- Bring It On
8- Why
9- Let's Organize feat Q-Tip & O.C.
10- 3-2-1
11- Keep It Coming
12- Stray Bullet
13- Maintain

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Tradução: Organized Konfusion - Stray Bullet

Foda...

Artist: Organized Konfusion
Album: Stress: The Extinction Agenda
Song: Stray Bullet - BALA PERDIDA

Verso I: Pharoahe Monch
Deixe o dedo do gatilho colocar pressão no mecanismo
que vai dar uma resposta, para o automático *bang*
pronto para lançar projéteis um por um me forçando
a explodir, então viajar até o barril, guiado por uma luz
no final do túnel, sem nenhum alvo a vista
diminuo o fluxo como se fosse água
visualizo a cena do homícidio, um massacre
sem remorso pelo caminho que eu fiz quando voce puxou o gatilho
o resultado é uma bala perdida
os malucos que me conhecem deitam no chão ou correm para se abrigar
exceto as crianças que estavam brincando na praça
por causa de alguém uma pequena menina nunca vai ver
mais do que seis anos de vida, isso não está certo
quando ela caiu do balanço, mas espere, minha trajetória não acabou
fui do outro lado da cabeça dela para um Range Rover vermelho, então
eu ricocheteei
passei rapido pelo traseiro de um irmão, "que merda", foi o que o cara disse
ah foda-se, o próximo alvo é o rosto de Margaret *bang*
e eu a atingi
agora tem um círculo cheio de sangue no rosto dela
e uma abundância de miolos por toda a rua
uma vergonha o modo como nós tivemos que nos encontrar *bang*
rompendo, destruindo, encontrado pela porra da família
eles me seguiram de forma ordenada
explodindo carnes, eu sou selvagem
destruindo portas pelos corredores dos prédios dos bairros
desviando dos azulejos
estou vindo te pegar menina
uma vez dentro de você, eu destruo seu mundo
o sonho e a esperança acabam quando eu chego
é melhor voce rezar para o Papa ou para o Vaticano
antes que eu *barulho de arma disparando* novamente
eu to puto novamente irmão, a mãe de alguém vai ficar triste
mas, aquele céu azul vao se tornar cinza depois do ataque da Mac-11
eu sou uma bala perdida

[ Refrão ]
Ninguem viu nada, ninguem ouviu nada

[ Verso II: Prince Poetry ]
Armas de fogo, eu estou viajando a velocidades altíssimas
para poder penetrar carnes, atingindo os ossos
depois de estourar o peito de algum viciado do Queens
vários pagers reduzidos a pedaços pela Glock
e as balas atingem os policiais que estão atrás das ambulâncias
o sangue vai sendo perdido enquanto eu vou entrando pelo seu peito
destruindo, rompendo, eu vou te bagunçar, cortando tudo
deveria eu te explodir rapido? o sangue escorre *bang*
agora é tudo com o mestre, boom, enquanto eu explodo eu abro portas
me agradeça por ter explodido a sala de operações
o corpo ainda me consome, o doutor tem que me remover
ah Senhor, porque eles me usam? *bang*
eu estou agindo sozinho para manter meus amigos
entao tome cuidado com os policiais no gueto, atirando por diversão
e quando eu atingir alguem, xiii *bang bang bang bang*
voce nao vai me esquecer rapido
os policiais tentam explicar para os pais da vítima o que eu fiz
eu puxei o gatilho, mas não fiz isso sozinho
e como um humano eu sou aquele maluco surpreendente
Prince Po, eu rimo como um doido, de qualquer forma
voce nunca vai saber como eu vou chegar
me metamorfoseando, crescendo na turbulência
condensado em uma bala, puxo o gatilho, agora eu to fazendo meu corre
sem simpatia, uhh, então toma um tiro maluco *bang*
dentro do cenário, eu estou numa festa com o O
um monte de meninas discutindo e o DJ tocando "Fudge Pudge"
cinco manos chegam na boate para brigar
[ Ae O sente essa, que merda O, se esconde (que merda, que merda!)
*pop pop pop pop pop* * mulheres gritando]
mais um tiro, mais uma explosão
e lá vai o Senhor Bala Perdida
os cinco fugiram, fiquei feliz com os gritos do buraco
no teu peito, então eu continuei
destruo sua vida, sangue escorrendo como num rio
o dinheiro começa a cair então as chamas começam a aparecer
machucados, os sapatos falsos são a sua salvação
não há resposta para sua mãe que ta lá fora no frio
percebe que eu sou maior quando tiro seu coração aos vinte anos mano?
Bala perdida

Ras Kass: Soul On Ice

Ras Kass é um emcee da West Coast e considerado um dos melhores letristas. Ele é conhecido pela sua ótima escrita, com músicas que abrangem uma variedade de temas, desde os problemas sociais até a vida de um playa. Ele ficou famoso com a música "Nature of the Threat", em que ele fala sobre história e religião, tentando reconstruir a história da humanidade e as injustiças cometidas até hoje. A música causou tanta controvérsia que o álbum acabou sendo retirado das lojas, e hoje é um artigo raro.

Soul On Ice é um álbum eclético, com beats estilo tanto West quanto East, embora nenhum deles sobressaia. A grande força do álbum é o liricismo agressivo de Ras Kass, com um flow que varia da agressividade para a irreverência constantemente. "Etc." tem um sample do clássico "How Many MCs.." do Black Moon e uma linha de baixo pulsante que dão o espaço perfeito para Ras Kass demonstrar toda sua técnica, com aliterações e metáforas afiadas. "Miami Life" e "Marinatin" têm mais aquele clima West Coast tanto na produção quanto nas letras, enquanto "The Evil That Men Do" e "If/Then" têm um caráter mais político. Mas é "Nature of the Threat" a grande estrela do álbum: uma das letras mais controversas e polêmicas que o rap já viu sendo cuspida ininterruptamente por Ras Kass por quase oito minutos sobre uma batida simples com sinos de igreja ao fundo.

Como já foi dito, esse álbum saiu das lojas, logo é raríssimo de encontrar, até mesmo na internet. Marca a estréia de um dos maiores letristas do rap, que depois desse álbum enfrentou vários problemas com gravadoras e hoje em dia sobrevive de pequenas colaborações com outros artistas. Só nos resta torcer para que ele volte a fazer álbuns como este.

Ras Kass - Soul On Ice
1- On Earth As It Is...
2- Anything Goes
3- Marinatin'
4- Reelishymn
5- Nature of the Threat
6- Etc.
7- Sonset
8- Drama feat Coolio
9- The Evil That Men Do
10- If/Then
11- Miami Life
12- Soul On Ice
13- Ordo Abchao(Order Out of Chaos)

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Tradução: Ras Kass - Nature of the Threat

Letra muito foda, embora tenha algumas datas erradas e alguns fatos distorcidos, a força das rimas é inquestionável. Foi um verdadeiro golpe na elite americana.

Artista: Ras Kass
Álbum: Soul On Ice
Música: Nature of the Threat - A NATUREZA DA AMEAÇA
Deixe a liberdade soar como um tiro, mas nao ainda
primeiro nós precisamos entender verdadeiramente o caráter do perigo
e um homem pálido caminha no início da escuridão
mais ou menos há uns 20 mil anos atrás os primeiros humanos evoluíram
com alguns traços fenótipos recessivos geneticamente
eram olhos azuis, cabelos loiros e pele branca
o albinismo aparentemente era um pecado para o homem original, o africano
entao os mutantes viajaram para o Norte do equador
chamaram-se Europeus mais tarde, os primeiros a odiar alguma raça
então aqui é o começo do demônio
o melhor qualificado historiador para ensinar alguem
citando o filósofo alemão Schopenhauer
"todo homem branco é um homem apagado"
a migração propiciou mais mutação
derivações genéticas, evolução através da recombinação
adaptação ao clima
assim o homem do Cáucaso deixou de ser um primata
Neanderthais selvagem, até a era Paleolítica
foi quando o homem Black Grimaldi veio com o símbolo do dragao, fogo e arte
veja as pinturas nas cavernas na França e na Espanha como a Venus de Willendorf
por volta de 2000 A.C. os russos do sul migraram em pequenos grupos
aqueles que foram para o oeste povoaram a Europa
aqueles que foram para o leste se estabeleceram no Irã e ficaram conhecidos como Aryans
em 1500 A.C. alguns cruzaram o Khyber Pass e chegaram à Índia
e criaram o hinduísmo, o primeiro sistema de castas, a origem do racismo
um ponto branco na testa significava que a pessoa era da elite
um ponto preto....derrota, intocável, inconfiável
eles escreveram os sagrados Vedas em sânscrito
essa é a língua que daria origem ao Grego, Alemão, Latim e Inglês
e agora vamos aos minóicos, por volta de 2000 A.C.
cresceram na ilha de Creta, no mar Egeu
a cultura grega originou a Civilização Ocidental
mas Civilização Ocidental significa Dominação Branca
os micênicos aprenderam com o Kemetismo, chamado de Egito na Grécia
ele existia desde 3000 A.C. e criou a geometria e astronomia
seus conhecimentos influenciaram Platão, Sócrates e Hipócrates
porque Imhotep, o verdadeiro pai da medicina
foi adorado na Grécia e na Roma na forma de um negro africano
a palavra África vem do grego "Aphrike"
que significa "sem frio", filosoficamente a palavra significa "amor pelo conhecimento"
roubado do homem original
o poder Grego se expande
a primeira fraternidade grega
a palavra ginásio em grego significa "pelado"
era o lugar onde os meninos adolescentes eram educados e molestados
isso era aceito porque a cultura grega era homossexual
por exemplo, Sappho treinava garotas na ilha de Lesbos
por isso, a palavra lésbica (ae, deixa esses malucos burros aprenderem)
25 de dezembro, o nascimento de Saturno
um deus homossexual, agora veja o que diz o padrao histórico
25 de dezembro, todos pensam que é o nascimento de Cristo
mas era a Saturnalia, quando os homens ficavam bêbados
comiam uns aos outros e batiam nas mulheres
o fato é que isso ainda era praticado, até eles chamarem isso de Natal
entao agora coloque um rato* na sua lista de Natal
a era Helenística, Alexandre o Grande
conquistou toda a Índia e deixou quatro estados sucessores
no quinto século antes de Cristo, R.O.M.A.
sucedeu Egito e Grécia
mas tinha a ameça dos Fenícios na Sicília
as Guerras Púnicas começaram em 264 A.C.
o general negro Aníbal e os Cartagineses
em 146 A.C. Cartago caiu depois de um cerco de seis meses
Roma vendeu cada cidadao como escravo
foi o primeiro genocídio da história
e mais bissexualidade por aqui: Júlio César era conhecido como
"o marido de toda mulher e a mulher de todo homem" (puta)
a Revolta de Espártaco, uma rebelião de escravos que foi reprimida
6000 escravos foram pregados na cruz
Cruz? Oh, merda! Jesus Cristo! tempo para algo politicamente correto
Cristãos saibam direito dos fatos
porque Cristo nao era o seu nome
isso é o grego para "aquele que foi abençoado"
Yoshua Ben Yosef era o seu nome, os Cristaos sabem disso?
entao aquele que voce reza, voce sabe o nome dele?
ou voce faz isso em vao?
aceitando a religiao, eles deram escravos para se comportarem
veja a descrição do historiados Josephus
"Jesus era baixo, negro, com uma barba pequena"
ele viu os romanos temendo a revolução
a solução foi leva-lo ao tribunal e acusa-lo
e como pode, após ele ser assassinado por Pilatos
os mesmos romanos brancos aceitaram o Cristianismo
Constantino mais tarde veria a cruz em m sonho
na sua visao estava escrito "En Hawk Signo Wonka"
"este é o sinal para conquistarmos" - Destino Manifesto
em 325 ele presidiu o Credo Niceno
e separou Deus em três
decidiu que Jesus tinha nascido em 25 de Dezembro
e criou o mito de que ele tinha ressuscitado no terceiro dia
e para nos enganar
contratou Michelangelo para pintar figuras brancas de Jesus
ele usou sua tia, seu tio e seu sobrinho
subconscientemente isso afeta você
e faz voce colocar os brancos mais pertos de Deus
verdade, sem dúvida, mas foda-se, Jihad
no oitavo século os muçulmanos conquistaram
Espanha, Portugal e a França e os controlaram por 700 anos
eles nunca mencionam isso nas aulas de historia
porque os árabes sao ameaçados quando voce aprende a verdade
Mouros de Bagdá, turcos ameaçaram os cristaos europeus
quer dizer, o estilo branco de vida, por isso as Cruzadas
em 25 de novembro de 1491
Santiago vence a ultima fortaleza Moura, Grenada
o rei Ferdinando dá graças a Deus pela vitória
e o Papa de Roma declaram que essa data seria eterna
um dia de "Ação de Graças" para todos os cristaos europeus

agora ouça, quando voce celebra a "Ação de Graças"
o que voce realmente celebrando
é a proclamaçao do Papa de Roma
quem depois, junto com a rainha Isabella,
mandou o cardinal Ximenos para a Espanha
para assassinar qualquer negro que resistisse ao cristianismo
esses mouros, esses homens e mulheres negras
eram de Bagdá e da Turquia
e hoje, voce come peru(turkey em ingles) no dia de Ação de Graças
da mesma forma que os poderes Europeus destruíram os Turcos
que foram os antepassados de nossos pais
agora lute contra o poder, seu otário!

e nessa época, os brancos começaram a nos chamar de Negroes
que em espanhol significa um objeto negro, o que significava que nós nao éramos seres humanos
mas apenas mercadorias, e o comércio começa, eles nos caçaram
a rainha Elizabeth enviou os primeiros escravos num navio chamado Jesus
roubando ilhas dos indígenas nativos
deu a eles álcool para manter os homens vermelhos intoxicados
os brancos argumentavam que eles tinham que civilizar aqueles pagões animais
mas até 1848 existiam casos documentados dos brancos sendo os canibais selvagens, comendo índios
em 1992, era Jeffery Dahmer
eles massacraram toda uma raça com armas, drogas, padres e freiras
1763, a primeira tatica demoníaca de guerrilha biológica
como demonstração de paz, o Senhor Jeffery Amherst
deu à comunidade Indiana roupas e cobertores
infestados com varíola, sabendo que eles nao tinham imunidade
hoje em dia é a AIDS, é melhor acreditar que ela foi criada pelo homem
porque nao mudou porra nenhuma, me deixe explicar
porque considerando que as pessoas de cor sao geneticamente dominantes
e os caucasianos sao geneticamente recessivos
e os brancos querem ser predominantes, ou seja, sobreviver como raça
entao eles simplesmente precisam tomar precauções
e é por isso que eles estao preocupados com o futuro deles agora
porque em 2050 quase toda a população da Terra
será marrom, ou negra, entao sabendo disso, os brancos contra-atacaram
entao eles criaram um sistema
para forçar os negros para uma posição incomum
que reforça a posição da inferioridade natural
além disso, criaram armas e desenvolveram uma visao étnico-cêntrica
em que Deus justifica toda a merda que eles fazem
condicionam as pessoas a verem a cultura branca como civilizada
e qualquer outra cultura é considerada primitiva, isso nao é verdade
racismo é o sistema de subjugação racial contra nao-brancos
em todas as areas da relação humana
entretenimento, educação, ciencia, política
lei, religiao, sexo, guerra e economia
veja, os negros sao 3/5 dos homens com propósitos
voce pensa que é um afro-americano?
voce é a 14º emenda** e um bom crioulo
os judeus nao saúdam a porra da suástica
mas os negros juram fidelidade para a bandeira que os esculachou
eles nunca ensinam sobre o massacre de ilhas como a Jamaica
mas antes dos escravos vierem aqui, os brancos pegaram
uma gravida, a penduraram pelos pés numa árvore
cortaram seu estomago com uma faca e deixaram o feto cair no chao
e mataram a criança na frente de todos os escravos
para colocar medo, entao eles ficariam assustados e se comportariam
e nao mais se rebelariam
entenda que todos os brancos precisam ser vistos como potenciais predatores
eu vou parafrasear o historiador Ishakamusa Barashango
"entenda que vendo as ideias relevantes nos papéis de documentos como
a Constituição e a Declaração
a natureza básica do homem branco americano e europeu
continua a mesma"...entao vai vendo
este é o caráter da ameaça

* Esse rato é o mesmo caso da música do Chino XL, é uma espécie de roedor. Antigamente, criou-se um mito de que os homossexuais introduziam esses roedores no ânus.

** É a 14º Emenda da Constituição Americana, de 1886, que garante direitos sociais aos escravos.