domingo, 28 de junho de 2009

Blaq Poet: Tha Blaqprint

Gravadora: Year Round Records
Ano: 2009
Produtores: DJ Premier ( faixas 1,3,4,5,6,7,8,10,11,12,13,14 e 15), Easy Mo Bee (faixa 2), Gemcrates (faixa 9).
Participações: KL (faixa 2), Nick Javas (5), NYGz (5), N.O.R.E. (8), Panchi (10), Imani Montana (10), Lil'Fame (14), Shabeeno (14).

Em tempos de recessão também no rap, dá para imaginar a expectativa que se cria quando um álbum 90% produzido por DJ Premier é lançado. Este é o caso de "Tha Blaqprint", projeto do veterano de Queensbridge Blaq Poet, que volta ao jogo três anos depois de seu disco de estreia, o elogiado "Rewind: Deja Screw". A bem da verdade, Poet anunciou que este novo registro é uma espécie de pré-álbum, apenas um aquecimento para um trabalho "a sério" que está por vir. De fato, "Tha Blaqprint" tem algumas faixas já conhecidas do público, com cerca de metade das músicas inéditas.

A grande intenção de Poet com este álbum e mergulhar de volta àquele rap hardcore das ruas de Nova Iorque. Embora esta ideia de resgate da golden age já comece a ficar saturada, em "Tha Blaqprint" há uma razão especial: Poet é um veterano, membro da antiga Juice Crew, e tem transitado pelo Hip Hop desde a explosão do gênero, há 20 anos atrás. Apesar disso, ele nunca teve o reconhecimento merecido, sumiu no momento em que a época dourada. Agora, em 2009, ele tenta recuperar o tempo perdido.

Nada melhor do que tentar voltar às raízes do que ter uma lenda daquela era no comando da produção. DJ Premier é o responsável por 13 das 15 faixas do disco, e traz aquela estética boom-bap minimalista que sempre o marcou. Porém, esta não é a contribuição mais consistente da carreira de Primo. Talvez até por questão de estratégia, alguns beats soam simplistas - uma forma de servir como background para Poet?. Nem por isso, há momentos elevados.

O primeiro single, "Ain't Nuttin Changed", é uma monstruosidade, na qual Primo combina três diferentes samples no mesmo loop e ainda sampleia Akon (!) no seu famoso refrão com scratches. "Voices" segue o conceito da faixa de forma magistral, com vozes fantasmagóricas no fundo e excertos obscuros pontuando o loop. "Hate" segue a clássica forma picotada de Premier, enquanto o naipe de metais suingado de "Rap Addiction" e a consternação de "Never Say Goodbye" fecham o pacote. Vale destacar também os dois beats "estrangeiros" do projeto. Easy Mo Bee provê uma ótima batida jazzy em "U Phucc'd Up", e o novato Gemcrates emula com perfeição o estilo de Primo nos pianos cortados de "Sichuwayshunz".

Ao escolher Premier para ser o produtor do disco, Blaq Poet teria que lidar com a pressão de estar sempre ao nível das contribuições de Primo. Embora o discurso - histórias de rua, bragadoccio de veterano e críticas ao estado do rap - fique desgastado ao longo do disco, Poet se destaca principalmente pela paixão e sinceridade com que cospe cada palavra e pela determinação em não desperdiçar um único segundo de uma única faixa. A introdução "I Gititin" é exemplo destas qualidades, onde ele resume suas motivações e sua história no rap de forma magistral. "Voices" é um tributo muito criativo a lendas falecidas e/ou esquecidas do gênero, na qual Poet fala sobre ouvir as vozes de caras como Tupac, B.I.G., Big Pun, Eazy-E etc. em sua cabeça. E, se em faixas como "Ain't Nuttin Changed" ele se entrega ao hardcore, também há espaço para momentos de lamentação, como em "Never Say Goodbye", uma homenagem a um amigo morto.

Por fim, "Tha Blaqprint" é um esforço bastante sólido, com faixas realmente muito boas. O mérito de trazer Premier por todo o álbum é algo que vai contar muitos pontos para qualquer fã de rap. Além disso, Blaq Poet finalmente tem a oportunidade para expressar suas opiniões, e não perde a chance. O disco pode não ser o clássico esperado por muitos, mas com certeza terá algumas músicas em conta na retrospectiva de 2009. Agora é esperar pelo tal álbum oficial.

Blaq Poet - Tha Blaqprint
1. I-Gititin
2. U Phucc’D Up (Feat. KL)
3. Ain’t Nuttin’ Changed
4. What’s The Deal?
5. Legendary Pt. 1 (Feat. Nick Javas & NYGz)
6. Hood Crazy
7. Voices
8. Hate (Feat. N.O.R.E.)
9. Sichuwayshunz
10. Stretch Marks And Cigarette Burns (Feat. Panchi & Imani Montana)
11. S.O.S.
12. Let The Guns Blow
13. Don’t Give A Fucc
14. Rap Addiction (Feat. Lil’ Fame & Shabeeno)
15. Never Goodbye (Tribute to KL)

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Vídeo da faixa "Ain't Nuttin Changed":


Vídeo da faixa "Ain't Nuttin Changed (Queensbridge to California Remix), com MC Eith e Young Malay:

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Wu-Tang Clan: Chamber Music

Gravadora: E1 Music (antiga Koch Records)
Ano: 2009
Produtores: RZA e The Revelations (todas as faixas)
Participações: Masta Ace (faixa 3), Cormega (5), Sean Price (5), Havoc (7), Tre Williams, (9) M.O.P. (11), Kool G Rap (11), Sadat X (13).

Os últimos anos do legado do maior grupo de rap da história foram difíceis. Brigas, álbuns solos pouco inspirados, um retorno fracassado, críticas em relação à direção da produção de RZA, tudo conspirou contra o Wu-Tang Clan. 2009, porém, parece ser um álbum promissor para a legião de fãs da crew nova-iorquina. O retorno de Method Man, o primeiro disco decente de U-God, a esperadíssima sequência do clássico de Raekwon. O que ninguém esperava era um novo álbum sob a marca do grupo em meados do ano. Pois os generais do Wu surpreenderam mais uma vez, com Chamber Music, um trabalho que junta a maioria dos integrantes do bonde a outros emcees de Nova Iorque, rimando sobre instrumentais da banda do Brooklyn The Revelations.

Mesmo pouco divulgado e com pinta de projeto alternativo - no pior sentido da palavra, Chamber tem alguns atrativos. Primeiro, é a proposta de fazer um som reminiscente dos primeiros anos da dinastia do Wu, algo muito reinvindicado pelos fãs da turma. Mesmo sem GZA, Masta Killah e Cappadonna, o grupo mostra-se em grande forma, inspirado e extremamente confortável sobre os beats minimalistas projetados por RZA e executados pelos The Revelations. A ideia de juntar os caras a rappers do calibre de AZ, Sean Price, Cormega, Kool G Rap, Masta Ace, M.O.P. e Sadat X ainda dá uma camada a mais de golden age à atmosfera do álbum.

Bom, a proposta é interessante, e os convidados, animadores. Mas como se deu a execução do projeto? Um ponto que decepciona é que, na verdade, são poucas músicas, apesar das 17 faixas listadas. O problema é que cada canção é seguida por um interlúdio de RZA, o que resulta em apenas oito músicas na verdade. Quem for comprar realmente o álbum sem saber desta informação vai ficar bastante contrariado ao descobrir que gastou uma grana para que metade do álbum seja RZA falando.

Mesmo com este pequeno obstáculo, as oito faixas são realmente recompensadoras. A proposta de recriar o som tradicional do Wu é levada a cabo, com um quê de instrumental adicionado pela The Revelations, mas ainda conservando o clima turvo dos beats de RZA. Desde os batidões bate-cabeça de "Harbor Masters" até os samples de kung fu de "Kill Too Hard", a sensação é de se estar em Staten Island no início da década de 90 - o groove lento e ameaçador de "Ill Figures" vai fazer você se certificar disso. Outro ponto interessante é o cuidado em adequar o estilo das batidas aos emcees. Assim, "Radiant Jewels" parece uma faixa perdida de Only Built 4 Cuban Linx, com as strings cinematográficas fornecendo o combustível necessário para Raekwon brilhar. Da mesma forma, a fixação por R&B de Ghostface é saciada na melosa "I Wish You Were Here".

Apesar da forma como o projeto saiu, meio corrido, meio desleixado, "Chamber Music" é certamente um presente do Wu para seus fãs. Uma volta às velhas origens era algo que todos gostariam de ver, e a solução encontrada pareceu satisfatória tanto para quem defendia a nova fase instrumental de RZA quanto aqueles clamando pelos pancadões dos anos 90. A banda de soul The Revelations acabou sendo o fio condutor de tudo, equilibrando as duas tensões e proporcionando que uma legião de saudosos tenha boas noites de sono nos próximos dias. Se alguém esqueceu disso, o Wu não está morto, o Wu é para sempre.

Wu-Tang Clan - Chamber Music
01. Redemption
02. Kill Too Hard (featuring Inspectah Deck, U-God & Masta Ace)
03. The Abbott
04. Harbor Masters (featuring Ghostface Killah, AZ & Inspectah Deck)
05. Sheep State
06. Radiant Jewels (featuring Raekwon, Cormega & Sean Price)
07. Supreme Architecture
08. Evil Deeds (featuring Ghostface Killah, RZA & Havoc)
09. Wise Men
10. I Wish You Were Here (featuring Ghostface Killah & Tre Williams)
11. Fatal Hesitation
12. Ill Figures (featuring Raekwon, M.O.P. & Kool G Rap)
13. Free Like ODB
14. Sound The Horns (featuring Inspectah Deck, Sadat X & U-God)
15. Enlightened Statues
16. NYC Crack (featuring RZA)
17. One Last Question

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terça-feira, 23 de junho de 2009

Thaione Davis: Still Hear

Gravadora: Jericho Lounge Music
Ano:
2009
Produtor:
Rashid Hadee (todas as faixas)
Participações: Ben Butter (faixa 3), Iomos Marad (3), King (3), J.Hewitt (3), Infinito 2017 (3), Longshot (3), Rashid Hadee (3,6,10 e 14), Melatone (6).

Thaione Davis é um emcee da cena de Chicago que já está há um bom tempo fazendo barulho na cidade. Visto como uma das promessas de um lugar que já deu ao hip hop nomes como Common e Kanye West, Davis reuniu-se com outro aspirante chicagoan - o talentosíssimo emcee/produtor Rashid Hadee - para lançar seu novo álbum, chamado "Still Hear". O trabalho conta ainda com outros talentos locais, como Melatone, Iomos Marad, Ben Butter, Infinito 2017, Longshot etc.

A reunião com Hadee mostrou-se ideal. Além de rimar, Davis também é DJ, beatmaker, artista gráfico e b-boy. Com a produção toda a cargo do conterrâneo, ele pôde se concentrar em apenas uma faceta artística, e saiu-se muito bem. Thaione tem uma voz marcante, uma levada sem sobressaltos, que realmente flutua pelos instrumentais. Assim, a produção suave de Hadee combina de forma perfeita com o estilo do emcee.

Confiando basicamente no jazz e no soul para confeccionar o tecido de suas batidas, Hadee mostra uma consistência impressionante e até uma evolução em relação a seu último trabalho. Se antes ele soava um pouco como um 9th Wonder underground, agora seus beats têm uma personalidade mais bem definida, uma forma de posicionar os samples bem original. O interessante é que Rashid não se rende aos paradigmas dos gêneros que sampleia. A posse cut "Tradesmen" intercala pianos e saxofones no loop, mas não é o tradicional relax-rap, e sim uma faixa cheia de suíngue, embora longa demais.

Quanto à estrela do disco, o trabalho também é bastante coeso. Como dito acima, seu flow é muito bom, e casou perfeitamente com o estilo de produção de Hadee. Combinando rimas de batalha, storytelling e brados sociais com referências que vão desde o reggae até Marvin Gaye, ele traz diversidade suficiente para não depender dos convidados para tornar o álbum interessante. Tanta consistência resulta em momentos estelares como a relax "Inside Your Mind", com um piano jazzy transitando entre a bateria suja da faixa; a programação de bumbos de "Problems"; a carta-realidade de "Face of the Hood"; e a divisão de samples da ótima "Leaving Babylon", com o saxofone jazzy no canal esquerdo contrastando com os vocais soul do direito.

"Still Hear" chega ao fim com algumas certezas momentâneas. Primeiro, Thaione Davis é um artista para ser acompanhado com atenção nos próximos anos; segundo, Rashid Hadee está na linha de frente entre os novos produtores do jogo, com uma consistência e elegância nos beats invejáveis; terceiro, Chicago continua um celeiro de bons nomes para o rap. É provável que os dois caras do disco não atinjam o sucesso comercial de seus antecessores, mas têm todas as condições de se firmarem no primeiro escalão do underground americano.

Thaione Davis - Still Hear
01.Still Hear
02.Inside Your Mind
03.Tradesmen (feat. Ben Butter, Iomos Marad, King, J.Hewitt, Infinito 2017, Longshot, Rashid Hadee)
04.Bottomline
05.Observation Incomplete
06.Problems (feat. Melatone, Rashid Hadee)
07.The Gambit
08.Confessions of an Adolescent
09.Subliminal
10.Face of the Hood (Relax) (feat. Rashid Hadee)
11.Onetwo
12.Leaving Babylon
13.Deception
14.Highest Regards (feat. Rashid Hadee)
15.Purpose

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Vídeo da faixa "Leaving Babylon":


Vídeo da faixa "One Two":

sábado, 20 de junho de 2009

U-God: Dopium

Gravadora: Babygrande
Ano:
2009
Produtores:
Teddy Ted (faixas 1,2,3 e 9), 4th Pyramid (4)), Da Beathoven (5), Hakim (6), The Twilite Tone (7 e 10), Andre Clarke (8), Large Professor (11), Bloody Beetroots (12), Yuksek (13) e Felix Cartel (14).
Participações: Scotty Wotty (faixas 1, 3 e 12), Ghostface Killah (1), Cappadonna (2), Killah Priest (2), GZA (3 e 12), Mike Ladd (4), Raekwon (5), Slaine (5), Y-Not Da Beast (5), Jim Jones (6), Sheek Louch (6), Method Man (8), Lethafase (10), Large Professor (11)

No auge do Wu-Tang Clan, muitos emcees lançaram seus álbuns solos e conquistaram ainda mais reconhecimento. Ol' Dirty Bastard, Method Man, GZA, Raekwon e Ghostface, todos foram responsáveis por trabalhos que marcaram os fãs de rap. Os outros integrantes, porém, não tiveram a chance de ter um disco completamente produzido por um RZA na melhor fase da carreira. Caras como Inspectah Deck e Masta Killa teriam grandes chances de assegurarem um clássico para suas carreiras. U-God, por sua vez, foi o que mais sofreu: o membro menos festejado do Wu seria na teoria quem mais precisaria de uma produção brilhante. A falta de atenção de RZA gerou até brigas entre os dois, com Golden Arms ameaçando sair do Wu. Posteriormente, ele lançou por conta própria seus solos, todos bastante criticados. Eis que em 2009, U-God ataca novamente, com Dopium.

Sem qualquer ranço de produtores da chancela do Wu - nem RZA, nem 4th Disciple, nem True Master -, U-God confiou em beatmakers desconhecidos para emular o som tradicional do grupo e tão requisitado pelos fãs. Por outro lado, teve a ajuda de nomes da casa, como os generais GZA, Method Man e Raekwon, além de Cappadonna, Killah Priest, Large Professor, Jim Jones e Sheek Louch. A presença mais significativa, porém, é de Scotty Wotty. Para quem não sabe, era para Scotty ser um membro do Wu desde o início - fato que só não ocorreu por causa de seus inúmeros problemas com droga. Descrito como um GZA com um flow mais suave, Scotty só pôde debutar no rap em "Dopium".

Mas nem só de curiosidades vive o disco. O registro tem um início fulminante, com as três primeiras faixas bastante animadoras. Primeiro, "Train Trussle", com Ghostface e Scotty Wotty, um batidão soturno com samples esparsos e colagens de Mike Tyson feito sob medida para iniciar um álbum com a marca Wu. Em segunda, as coisas clareiam um pouco com a quase gospel "God is Love", que mantém a batida forte, mas incorpora um sample vocal no mix que dá um clima especial à música. Logo depois, U-God é completamente ofuscado por Scotty Wotty e GZA, em "Stomp Da Roach". Enquanto o primeiro exibe um flow imaculado, o segundo usa mais uma vez seu arsenal de metáforas para descrever seu bairro.

A partir daí, porém, o álbum perde um pouco sua direção. As pancadas que pareciam dominar o trabalho depois das três primeiras faixas começam a ficar menos efetivas. O hardcore ainda aparece em "Coke", enquanto a promissora "Wu-Tang" parece ter sido nomeada aleatoriamente, pois não trata de nada relativo ao grupo, apenas U-God sendo novamente ofuscado por Method Man em versos que tratam de assuntos randômicos. "New Classic" dá um sopro de esperança com o beat minimalista de Large Professor. Entre estas faixas, porém, músicas clichê como "Hips" e "Rims Pokin Out" mostram um lado mais radiofônico que culmina em três faixas remixadas para o dance no fim do disco, o que obscureceu ligeiramente a real intenção do registro.

Na verdade, U-God mostrou-se incapaz de carregar um álbum inteiro. Seu estilo é interessante, com frases curtas para valorizar as várias rimas multi-silábicas e internas que ele emprega, mas não há variação. A decisão de apostar em batidas à la Wu mostrou-se bastante acertada, afinal é onde ele se saiu melhor. Uma pena que a proposta não foi executada a 100%. Dopium, no final das contas, oferece algumas boas faixas para os fãs saudosos do Wu, sofre pela indefinição de direção ao longo do álbum, mas serve como bom aperitivo para os próximos lançamentos sobre a marca do grupo.

U-God - Dopium
01: Train Trussle (feat. Ghostface Killah & Scotty Wotty)
02: God is Love (feat. Cappadonna & Killah Priest)
03: Stomp Da Roach (feat. GZA & Scotty Wotty)
04: Lipton (feat. Mike Ladd)
05: Coke (feat. Raekwon, Slaine & Y-Not Da Beast)
06: Magnum Force (feat. Jim Jones & Sheek Louch)
07: Hips
08: Wu-Tang (feat. Method Man)
09: Dopium
10: Rims Pokin' Out (feat. Leathaface)
11: New Classic
12: Stomp Da Roach (Remix) (feat. GZA & Scotty Wotty)
13: Dopium (Remix)
14: Hips (Remix)

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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Singles Nacionais: Versu2 e Bgame

Você consegue imaginar uma mistura de rap com axé? Pois bem, a dupla baiana Versu2, formada pelos emcees e beatmakers Blequimobiu e Coscarque, imaginou e colocou em prática. O duo misturou a batida do rap com guitarras e excertos do gênero baiano no single "Que som é este man?", do disco "A Arte da Cegueira vs A Crise do Silêncio ". O resultado é um som original e agitado, que provoca alguns dogmas entranhados no Hip Hop brasileiro e com certeza vai gerar polêmica. Apesar disso, a sensação é de que as guitarras tiveram muito mais proeminência no mix do que o axé em si - se a ordem fosse inversa, a discussão seria bem maior, com certeza. No mais, a iniciativa do grupo é louvável, uma forma de trazer coisas novas para a cena nacional, sem deixar de olhar para a cultura local.

Download de "Que som é este man?"


Saindo do nordeste em direção ao sudeste, o emcee fluminense Bgame lançou seu segundo single. A faixa chama-se "Bem Vindo a Barra Mansa" e é uma homenagem singela à cidade do sul do Rio de Janeiro, onde o jovem rapper nasceu e foi criado. O beat foi produzido por LTA, vencedor de uma edição da Battle Beats de São Paulo. As rimas de Bgame fazem uma bela descrição de sua cidade e do "estado mental" da sociedade local - no melhor estilo NY State of Mind, mas bem menos criminoso. Certamente aqueles que nunca foram a Barra Mansa, se ouvirem o som, sentirão um pouco de familiaridade com o município e até poderão se identificar em alguns pontos.

Download de "Bem Vindo a Barra Mansa"

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Concurso Boom Bap de Beats: O vencedor!

A peleja durou dois meses e 19 dias, mas chegou a seu final. Depois de 55 inscrições, expressivos 862 votos, discussões, críticas e elogios, o Ogi enfim vai poder pegar um beat para chamar de seu e rimar à vontade para uma faixa de seu disco de estreia. A participação dos beatmakers foi elogiável, com gente de todos os cantos do Brasil - embora São Paulo tenha sido predominante - e até de além-mar. O nível foi muito bom, uma maioria esmagadora de instrumentais caprichados e criativos. Este escriba do Boom Bap, contrariando sua tendência de escrever textos muito longos, vai resumir tudo em um muito obrigado e parabéns para todos os participantes, para o Ogi e o Diamantee, que toparam a ideia maluca, para todo mundo que divulgou, que comentou, que deu sua opinião de forma democrática, enfim, para todos que de uma forma ou outra participaram deste processo. Fico muito orgulhoso com o resultado e já adianto que novos concursos virão em breve.

Enfim, vamos à contagem dos votos:

Público: Tuchê Beats
Ogi (peso 2): DJ Zala
Felipe: Luciana Playmobile
Diamantee: DJ Zala

Assim, o DJ Zala é o grande vencedor do primeiro Concurso Boom Bap de Beats e terá sua produção utilizada no disco solo do Ogi.

Em breve, entrevista com o ganhador do concurso, e fiquem ligados nos próximos concursos e em algumas novidades aqui no blog.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Tiye Phoenix: Half Woman Half Amazin'

Gravadora: Babygrande
Ano:
2009
Produtores:
Da Beatminerz (faixa 1), DJ Spinna (2 e 13), Apathy (3,4,10), DJ Jazzy Jeff (5), Mr. Complex (6), Tiye Phoenix (6 e 7), Illastrate (8), DJ Scratch (9), Paze Infinite (11) e Deheb (12).
Participações: Dynas (faixa 4), Chip Fu of Fu-Schnickens (11) e Phonte (13).

Depois de Invincible e Amanda Diva em 2008, eis uma nova femcee pronta para deixar os marmanjos na sola do pé. Tiye Phoenix, porém, não é uma novata no jogo. Ela começou na cena ainda nos anos 90, trabalhou com nomes como Public Enemy e Reflection Eternal, fez parte do super grupo The Polyrhythmaddicts e agora lança seu primeiro disco, "Half Woman Half Amazin'". Neste trabalho, ela mostra sua versatilidade como emcee, cantora, produtora, musicista e compositora. Com todos estes atributos, já dá para ter uma noção de que a moça não está para brincadeira.

Embora seja também uma beatmaker, Tiye não mostra muito esta faceta no disco, produzindo apenas duas faixas e deixando o resto para um time de respeito, como Da Beatminerz, DJ Spinna, DJ Jazzy Jeff e DJ Scratch. No microfone, porém, não há concessões: são apenas três participações - Phonte, Dynas e Chip Fu - e uma exibição de talento que dá um charme especial ao álbum. Tiye é capaz de rimar tão pesado quanto qualquer outro emcee e cantar tão suave quanto qualquer musa do R&B contemporâneo. Essa versatilidade é a responsável pelo bom equilíbrio do registro.

A produção também segue este caminho equilibrado, meio a meio - um conceito implícito até no título do disco. Assim, os beats são ora pesados e agressivos, ora mais relaxados e melódicos. Na primeira categoria, o destaque absoluto é "TIYEtanium", uma pancada de dois minutos produzida pelos lendários Da Beatminerz, com uma linha de baixo ameaçadora e bumbo e caixa fortes e marcantes. Do outro lado, os samples esparsos de "Master Plan" dão o toque sutil ao álbum. Quando estes dois estilos se encontram, o resultado também é ótimo: "Killin' Everyboy", com colagem de MC Lyte e escolha de samples reminiscente de uma faixa do Jedi Mind Tricks, é forte candidata a melhor faixa do trabalho.

A performance de Tiye também é marcada por duas frentes. Suas faixas de battle rhyme e bragadoccio trazem metáforas e punchlines de ótimo gosto, que culminam no conceito esperto de "The Award", na qual a emcee entrega (ou melhor, recebe) os prêmios: "Bata palmas / é o que você quer fazer / porque todo mundo sabe para quem vai o prêmio / (...) melhor flow, sou eu / melhores letras e melhor show". À parte da auto-estima elevada, ainda há espaço para um lado mais R&B, com letras românticas, faixas e refrões cantados, e até um dueto com Phonte na saideira "Too Late for Us".

Assim como a fênix de seu nome, Tiye ressurge em grande estilo no cenário underground do rap, com um ótimo disco de estreia. Muito bem produzido e sem uma única faixa fraca, "Half Woman Half Amazin" traz em seu título um elogio que pode ser feito a tantas mulheres no mundo, e que encaixa perfeitamente na artista e no conceito do álbum. A mistura de R&B com pancadas noventistas são exatamente o que este álbum desde já candidato a melhor do ano diz: metade suave, metade incrível.

Tiye Phoenix - Half Woman Half Amazin'
1. TIYEtanium
2. The Award
3. Stop Right There
4. Just Go!
5. Master Plan
6. The Bored Room
7. Half Woman Half Amazin'
8. Bless Me
9. Revolving Door
10. Killin Everybody
11. Go Even Harder
12. Shinin Star
13. Too Late For Us

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Performance ao vivo de "Stop Right There":

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Letra Traduzida: Jay-Z - Death of Autotune

Ele pode ser pop, vendido, ter deixado de rimar bem desde Reasonable Doubt, ou qualquer coisa que as pessoas sempre acusam ele de ter feito, mas uma coisa Jay-Z não é: burro. O cara sempre soube explorar - no bom sentido - o rap e todas as tendências que o gênero produz. A nova jogada de mestre do Sr. Carter foi determinar a morte do Autotune, justo numa época em que o uso excessivo da ferramenta já causava náuseas a uma boa parte dos fãs. Ok, se alguém pudesse apostar, com certeza jogaria as fichas de que o marido da Beyoncé iria apelar para a voz eletrônica, e não matá-la. Essa é uma das razões que fazem de Jay um dos caras mais bem sucedidos do hip hop.

"Death of Autotune", o single de rua do novo disco de Jay, Blueprint 3, é uma demonstração de relevância do cara no jogo, como se ele falasse para todos os rappers de fraldas: "Tudo bem, meninos, vocês estão exagerando na caquinha. Vamos acabar com isso". Para ter sua mensagem bem entendida, Jay-Z recorre a um instrumental soberbo, cortesia de No I.D., uma mistura de bateria e metais jazzy com outros samples puxados por blues - a gaita de complemento é simplesmente arrebatadora. O beat é completíssimo, graças à gama de excertos disponíveis. A guitarra é onipresente, nos momentos críticos aparece a gaita, depois o saxofone dá as boas vindas ao refrão.

Claro, tudo pode ser marketing - a aparição com o ícone do autotune T-Pain dá provas disso -, mas Jay não sai perdendo de modo nenhum. Para os artistas e amigos usuários da ferramenta, é tudo business; para os fãs querendo matar o inventor do programa, um hino que ainda vai fazer muito barulho até o lançamento de Blueprint 3. Bom, sem mais delongas, fiquem com a tradução da letra:

Artista: Jay-Z
Album: Blueprint 3
Música: Death of Autotune - A Morte do Autotune

[ Intro / Refrão]
Na na na, hey, hey, hey, adeus
Segure-se
O único rapper a reescrever a história sem uma caneta
No ID na batida, deixe a história começar

[ Verso I ]
Isto é anti Autotune, a morte do ringtone
isto não é para o ITunes, isto não é para cantar junto
isto é Sinata na ópera, traga uma loura,
de preferencia com uma bunda grande, que possa cantar errado
isto não é politicamente correto, pode ofender minhas conexões políticas
meus raps não têm melodias, eles deveriam fazer os bandidos quererem sair e cometer assassinatos
tomar a sua corrente
eu posso fazer isso por mim mesmo
eu sou tão Brooklyn
eu sei que nós estamos encarando uma recessão
mas esta música que todos vocês estão fazendo
farão disso a grande depressão
toda a sua falta de agressividade
abaixem suas saias, representem seus bairros
yeah, isto é apenas violento
isto é a morte do Autotune
momento de silêncio

[ Refrão ]

[ Verso II ]
Esta não é uma faixa número um
isto é praticamente um assalto com uma arma letal
eu fiz apenas por Flex e Mr. Cee
eu quero que as pessoas sintam-se ameaçadas
pare com essa porra de choro
a criança, o cachorro, todo mundo morrendo
não é mentira
os jeans de vocês, garotos, apertados demais
suas cores, brilhantes demais, sua voz, leve demais
eu posso vestir preto por um ano inteiro
eu poderia trazer de volta as sombras de Versace
isto não é para Z100*
Kanye disse-me para matar todos vocês que mantém isso a 100
isto é para a Hot 97**, para Khaled, pelo "We The Best"
Yeah, isto é apenas violento
esta é a morte do autotune
momenot de silêncio

[ Refrão ]

[ Verso III ]
Isto poderia precisar de um verso do Jeezy
eu podia mandar isto para a mixtape do Weezy
arrumar alguem da BMF*** para falar aqui
dar isto a um blood, deixar um crip fazer um c-walk sobre isso
50 mil para mostrar seu estilo nisto
eu não preciso de ninguem sorrindo nisto
vocês, rappers, estão cantando demais
voltem para o rap, vocês estão dando uma de T-Pain demais
eu sou um múltiplo milionário, então como eu ainda sou o negro mais durão aqui?
eu não estou nos corredores dos conjuntos habitacionais
falando sobre como fico por lá o dia inteiro
isto soa estúpido para mim
se você é um gangster, isto é como você prova para mim
yeah, apenas seja violento
esta é a morte do Autotune
momento de silêncio

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Concurso Boom Bap: Os Finalistas!

Primeiramente, o Boom Bap queria agradecer a todos os 55 participantes do concurso, o nível dos beats enviados, no geral, foi muito bom. Mesmo alguns que não se classificaram para a final fizeram trabalhos de alta qualidade. Sem muitas delongas, eis a lista dos dez finalistas e seus respectivos beats para a audição dos visitantes, que poderão votar na batida predileta aqui no blog. As votações vão até o próximo domingo, dia 14, e representarão o voto do público. Os outros votos serão dados pelo Ogi, que tem peso 2, o Diamantee, e este digníssimo escriba. Quem somar mais votos ganha um abraço, uma bala Juquinha e a honra de ter sua base rimada pelo Ogi no seu disco solo, "Crônicas de uma Cidade Cinza". O resultado será anunciado no dia 15 de junho. Portanto, boa sorte a todos, e votem sem moderação!

Eis a lista dos classificados:

Luciana Playmobile:


DJ Zala:


Diego 157:


Coyote Beatz:


Tuchê Beats:


Macário:


Neto Beats:


Tiago Messias:


Denis Kodaira:


Efieli:

Mos Def: The Ecstatic

Gravadora: Downtown
Ano:
2009
Produtores:
Oh No (faixas 1 e 10), Chad Hugo (2), Madlib (3,4,11,13), Preservation (5,6,9,16), Mr. Flash (7,8,12), Georgia Anne Muldrow (14), J Dilla (15), Mos Def (16).
Participações: Slick Rick (faixa 3), Georgia Anne Muldrow (14), Talib Kweli (15).

Desde a época de Black Star, Mos Def é tratado como um dos grandes artistas do Rap, com presença garantida na linha de frente que traria de volta a verdadeira essência do gênero para o mainstream. Seu primeiro álbum, "Black On Both Sides", encheu de esperanças todos os fãs e garantiu rapidamente o status de clássico. Porém, após um início animador, vieram dois discos razoáveis, brigas com a gravadora, boas atuações em alguns filmes e ótimas colaborações com outros emcees. Mas, quando o rapper de Ms. Fat Booty lançaria novamente um registro fonográfico compatível com seu talento? A nova tentativa chama-se "The Ecstatic", lançado em junho deste ano.

Com Mos sendo um emcee/ator/cantor/produtor, a expectativa sempre é de um álbum pouco ortodoxo, cheio de experiências e versatilidade. Neste ponto, "The Ecstatic" é extremamente verdadeiro. As batidas são variadas, indo desde os samples indianos de Madlib até o post-hip-hop de Georgia Anne Muldrow, passando pelo soul brasileiro da Banda Black Rio. Como se não bastasse, Mos Def arruma tempo para rimar em espanhol e árabe, cantar, recordar sua vida e dar uma ponta de esperança aos fãs com um dueto como antigo parceiro Talib Kweli. Como dá para perceber, o disco tem um monte de referências, nem sempre convergentes, que o transformam em um grande mosaico musical.

Dentro deste caldeirão de influências, o lado oriental atinge uma certa proeminência. Além dos samples indianos e das eventuais falas árabes, Mos Def vai fundo na questão do Oriente Médio em "Wahid", comparando a vida no local àquela levada na cidade - atenção especial no início trava-língua do flow de Mos. "Supermagic", a faixa inicial, combina guitarras roqueiras a samples vocais da Turquia a um contundente discurso social, que inclui novamente alguns aspectos da região.

Além de afiar um discurso mais político, Mos tambémi nveste na introspecção. O primeiro single do disco, "Life In Marvelous Times", é uma narrativa do emcee sobre sua vida que depois encontra divagações sobre os tempos atuais para terminar numa conclusão à la carpe diem: "É assustador pra caramba, mas não há dúvida / você não pode estar vivo em outro momento, além de agora". Ironicamente, a letra mais séria contrasta com o beat radiofônico, com sintetizadores e um sample meio épico para dar a noção da batalha que foi a vida de Mos. A espanhola "No Hay Nada Mas" segue pelo mesmo caminho, mas funciona mais como o ponto de encontro entre o pessoal e o social no discurso do emcee.

Musicalmente, "The Ecstatic", como dito acima, é um grande caldeirão com ingredientes do mundo inteiro. "Auditorium", com Slick Rick, usa trilhas sonoras de Bollywood para trazer à tona o melhor beat do disco, que já havia aparecido num volume do Beat Konducta de Madlib. "Roses", com Georgia Anne Muldrow, é uma mistura de R&B com jazz muito bem executada, com Muldrow emprestando seus talentos vocais para a faixa. "Casa Bey" vem beber em fontes tupiniquins, absorvendo todo o suíngue do soul brasileiro dos anos 70. Depois de viajar o mundo através da música, Mos volta aos EUA em "Priority", com uma bateria reta à la RZA dividindo espaço com um soul ao estilo Kanye West (no começo da carreira, claro). Já "History" é um instrumental de J Dilla, compartilhado com Talib Kweli, armado comsamples vocais, pequenos excertos de guitarras e strings.

Por um lado, Mos Def não ofereceu outro clássico a seus fãs ávidos. Mas, sefor feita uma análise mais realista, discos com este status são exceção, e não regra. "The Ecstatic" é um álbum com qualidades, cheio de influências, que vai agradar aos apreciadores com uma mente maisaberta. Poderia ser mais consistente, sem tantos altos e baixos, claro, mas ainda assim merece ser ouvido com bastante atenção, sobretudo pela busca por novas direções dentro do Rap.

Mos Def - The Ecstatic
01. Supermagic
02. Twilite Speedball
03. Auditiorium (feat. Slick Rick)
04. Wahid
05. Priority
06. Quiet Dog Bite Hard
07. Life In Marvelous Times
08. The Embassy
09. No Hay Nada Mas
10. Pistola
11. Pretty Danger
12. Workers Comp.
13. Revelations
14. Roses (feat. Georgia Anne Muldrow)
15. History (feat. J Dilla)
16. Casa Bey

Vídeo da faixa "Casa Bey":

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Single: 4ª Estrofe - Ritmo e Poesia

Novo integrante do selo 360 Graus Records, do DJ Caíque, o grupo Ritmo e Poesia acaba de lançar o single do seu álbum de estreia, intitulado Ritmo e Poesia. Formado pelo emcee Renan Samam e o DJ Mutley, o duo teve seu disco produzido, majoritariamente, pelo próprio Caíque, e ainda contará com participações de nomes como Doncesão, Dr. Caligari, Jeffe, Fernandinho Beat Box e Nego Gil. O lançamento do registro está previsto para julho.

Este single contém três faixas, que já dão uma prévia excelente do que está por vir no álbum. A primeira, "Hip Hop", é um exercício metalinguístico, com Renan Samam dissertando sobre a cultura e sua situação aqui no Brasil, numa belíssima homenagem sobre um beat igualmente sensacional, cheio de strings e pianos, dando um clima de otimismo à faixa. "Linha do Tempo" vem a seguir, trazendo versos autobiográficos de Samam e uma sessão de scratches elogiável no refrão. Para finalizar, "Kimbo" chega com um instrumental meio viajante e uma levada bastante puxada pro reggae, num storytelling bem criativo.

Com base nestas três primeiras faixas, o que se pode esperar do disco completo é um trabalho bastante diverso, com várias influências. Das três músicas do single, cada uma tem sua particularidade, sua sonoridade, sem perder uma identidade. O jeito é aguardar até julho para saber se o álbum inteiro terá tanta consistência e variedade. Para já, é possível ter esperanças em mais um grande lançamento proveniente da 360 Graus.

E os visitantes do Boom Bap ainda ganham um presente. O DJ Caíque liberou, de forma exclusiva, mais uma faixa do disco para download. Trata-se da ótima "Eu Escolhi", que tem um clima totalmente jazzy, com pianos e saxofones diluídos numa bateria lenta e marcante. Com esta atmosfera relax, a ideia de diversidade dita acima fica ainda mais forte e verdadeira.

Single: 4ª Estrofe - Ritmo e Poesia
01. Hip Hop
02. Linha do Tempo
03. Kimbo

Download

Baixe aqui a faixa exclusiva "Eu Escolhi"

Boom Bap no Twitter

Amigos, venho rapidamente informar que o Boom Bap não resistiu às novas tendências da internet e agora tem uma conta no Twitter. A ideia por lá e postar bastante coisa relacionada ao Hip Hop em geral, comentários, links interessantes e, claro, atualizações do blog. Fiquem de olho por lá.

O endereço é www.twitter.com/boombaprap.

Concurso Boom Bap de Beats: Inscrições encerradas

Amigos, o último domingo foi o dia derradeiro para enviarem seus beats. Todos aqueles que enviaram tiveram suas produções recebidas sem problemas. Na próxima segunda, dia 08/06, haverá o anúncio dos cinco finalistas, com as batidas disponíveis para audição. Assim, os visitantes poderão votar na que acharem melhor.

Boa sorte a todos os concorrentes!