sexta-feira, 25 de julho de 2008

Almighty: Original S.I.N.

Este é o milésimo supergrupo formado por afiliados do Wu-Tang Clan. Desta vez, Killah Priest - sempre ele - e Bronze Nazareth se juntam a C-Rayz Walz e aos desconhecidos M-80 e Son One para formar o Almighty, com a proposta de trazer - também pela milésima vez - o velho e bom som da Nova Iorque dos anos 90, ou seja, o antigo som do Wu. O disco funciona realmente como um do Wu, com membros dividindo faixas, às vezes rimando todos, outras apenas em duplas, com alguns convidados, etc. A produção, em sua maioria, ficou por conta de Bronze Nazareth, com nomes como Canibus e Keith Murray participando no microfone.

Basicamente, a promessa de dar aos fãs aquele tradicional som pesado é cumprida, graças ao talento de Bronze Nazareth nos beats. O cara tem evoluído a cada dia mais e, hoje, é talvez o mais consistente e talentoso de todos os afiliados do Wu. Em Original S.I.N., seus beats são elegantes e ao mesmo tempo pesados, combinando uma variedade incrível de samples, notadamente strings e metais, que deixam o som com uma pitada de soul e, ainda assim, meio épico. Preste atenção em beats como Handle The Heights, com um violino sensacional e uma batida que te induz a balançar a cabeça ao ritmo dos emcees, ou Daylight, praticamente um som cinematográfico, com os emcees falando sobre os últimos minutos de vida de alguém. De qualquer forma, é Dead Flowers o maior destaque, um beat pesado com uma combinação de samples vocais com violinos refinadíssimos que entra, desde já, na lista de melhores músicas do ano.

A química entre os emcees pode não ser tão perfeita, mas ainda assim eles se entendem de forma aceitável, principalmente mantendo-se no mesmo tema durante as faixas, como em Keep Hustlin', uma mensagem de incentivo, ou Planet Peril, um exercício poético. Enquanto Killah Priest mantém-se consistente, são C-Rayz Walz e Bronze Nazareth os caras que mais surpreendem no disco, o primeiro pelo flow e pelo estilo de rima impecáveis, o segundo pelas letras, cheias de duplo sentido e metáforas. Há de se destacar ainda o trabalho do DJ JS-1, com scratches certeiros, em especial em Soul Position, preste atenção no sample de uma mulher gemendo sendo arranhado por ele.

Mesmo longe de ser um clássico, este álbum vai com certeza agradar todos os fãs fiéis do Wu. A produção de Bronze Nazareth e as performances sólidas dos emcees garantem bons momentos para o álbum e, de quebra, oferecem duas ou três músicas que estão entre as melhores do ano. Mais do que trazer de volta o rap dos anos 90, Original S.I.N. oferece, sim, beats pesados, rimas inteligentes e bons emcees, ou seja, bom rap, seja de qual época for.

Almighty - Original S.I.N.
01: Wise Words Roll (Intro)
02: The Saga Begins
03: Handle the Heights (feat. Canibus & Keith Murray)
04: Come to Life Faster
05: Obey (The Statesmen) (feat. Planet Asia)
06: Soul Position (feat. Phillie & Kevlaar 7)
07: Daylight (feat. Kevlaar 7)
08: Planet in Peril (feat. Holocaust)
09: Interlude #1
10: Killa Bee Swarm (feat. Timbo King)
11: Keep Hustlin' (feat. Doe Boy)
12: Think Piece
13: Top Hat Rap
14: Interlude #2
15: Rising Sunz (feat. Born Sun)
16: Dead Flowers (feat. 60 Second Assassin)
17: Now or Never (feat. Solomon Childs)
18: The Almighty

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Um comentário:

lnnn disse...
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