Finalmente vazou o álbum completo. Durante os últimos dias, vazaram várias faixas do álbum e eu estava até preparando um arquivo advance para postar, mas depois saiu a versão completa. Este é o nono álbum de Nas, que, depois de Hip Hop Is Dead, resolveu fazer mais um álbum com um conceito polêmico. A idéia inicial era falar sobre os negros, chamando o disco de Nigger. Com as várias manifestações contrárias e ameaças, ele resolveu mudar o título para Untitled - que significa sem título, em inglês -, mas não mudou o conceito do álbum.
Líricamente, Nas vem inspirado, e seguindo realmente o conceito do álbum, algo que faltou um pouco em Hip Hop is Dead. Com este álbum, o cara que fez Illmatic resolveu tomar para si, definitivamente, o papel que foi de 2Pac no começo da década de 90: a voz do gueto. Esse papel é ainda mais relevante no hip hop atual, onde poucos buscam esta responsabilidade. Em Hero, o single oficial, é bem marcante esta tomada de consciência por parte de Nas. Outro fator interessante no álbum é que Nas não torna o tema cansativo, pois cada faixa engloba o mesmo assunto a partir de um ângulo diferente. Assim, temos uma metáfora entre negros e baratas em Project Roach, a análise sobre a possibilidade de os EUA terem um presidente negro em Black President, mensagem de incentivo em We're Not Alone, e assim em diante.
Quanto aos beats, o grande problema dos últimos álbuns de Nas, esse problema parece ter sido amenizado, com o emcee escolhendo beats mais lentos, com um quê orgânico misturado a outros beats com mais apelo comercial. O resultado é interessante e rende algumas jóias, como Hero, de Polow Da Don, com bom potencial radiofônico sem deixar a mensagem de Nas de lado; Y'all My Niggas, com um sintetizador estiloso, e Fried Chicken, com metais discretos, representam o lado orgânico do disco, com uma levada setentista, enquanto Testify e We're Not Alone representam os beats mais lentos e complexos do álbum.
As falhas foram poucas. Chris Brown e The Game na pop Make The World Go Round, com o jovem cantor pedindo para as "meninas irem até o chão" soa um pouco fora de lugar em um disco que se propõe debater um tema tão sério e importante. You Can't Stop Us Now é outra faixa que desaponta, porque usa o mesmo sample - usado da mesma forma, também - do último single de RZA, You Can't Stop Me Now. Sample este que já foi usado várias vezes antes dos dois artistas. Totalmente desnecessário. Por fim, stic.man, do Dead Prez, saiu-se bem como produtor, mas, devido até mesmo ao seu estilo, poderia ter participado também no microfone. Seria um ingrediente interessante.
Enfim, Untitled é um álbum bastante consistente, e que deve melhorar a cada vez que você ouví-lo. Bons conceitos, letras inteligentes, beats - finalmente! - bem escolhidos, e um dos melhores emcees de todos os tempos no microfone. Como ele diz no final de Hero, "não importa o nome do álbum, eu sou invencível".
Nas - UntitledLíricamente, Nas vem inspirado, e seguindo realmente o conceito do álbum, algo que faltou um pouco em Hip Hop is Dead. Com este álbum, o cara que fez Illmatic resolveu tomar para si, definitivamente, o papel que foi de 2Pac no começo da década de 90: a voz do gueto. Esse papel é ainda mais relevante no hip hop atual, onde poucos buscam esta responsabilidade. Em Hero, o single oficial, é bem marcante esta tomada de consciência por parte de Nas. Outro fator interessante no álbum é que Nas não torna o tema cansativo, pois cada faixa engloba o mesmo assunto a partir de um ângulo diferente. Assim, temos uma metáfora entre negros e baratas em Project Roach, a análise sobre a possibilidade de os EUA terem um presidente negro em Black President, mensagem de incentivo em We're Not Alone, e assim em diante.
Quanto aos beats, o grande problema dos últimos álbuns de Nas, esse problema parece ter sido amenizado, com o emcee escolhendo beats mais lentos, com um quê orgânico misturado a outros beats com mais apelo comercial. O resultado é interessante e rende algumas jóias, como Hero, de Polow Da Don, com bom potencial radiofônico sem deixar a mensagem de Nas de lado; Y'all My Niggas, com um sintetizador estiloso, e Fried Chicken, com metais discretos, representam o lado orgânico do disco, com uma levada setentista, enquanto Testify e We're Not Alone representam os beats mais lentos e complexos do álbum.
As falhas foram poucas. Chris Brown e The Game na pop Make The World Go Round, com o jovem cantor pedindo para as "meninas irem até o chão" soa um pouco fora de lugar em um disco que se propõe debater um tema tão sério e importante. You Can't Stop Us Now é outra faixa que desaponta, porque usa o mesmo sample - usado da mesma forma, também - do último single de RZA, You Can't Stop Me Now. Sample este que já foi usado várias vezes antes dos dois artistas. Totalmente desnecessário. Por fim, stic.man, do Dead Prez, saiu-se bem como produtor, mas, devido até mesmo ao seu estilo, poderia ter participado também no microfone. Seria um ingrediente interessante.
Enfim, Untitled é um álbum bastante consistente, e que deve melhorar a cada vez que você ouví-lo. Bons conceitos, letras inteligentes, beats - finalmente! - bem escolhidos, e um dos melhores emcees de todos os tempos no microfone. Como ele diz no final de Hero, "não importa o nome do álbum, eu sou invencível".
01. Queens Get The Money (Produced by Jay Electronica)
02. You Can’t Stop Us Now (Featuring Eban Thomas of The Stylistics & The Last Poets) (Produced by Salaam Remi)
03. Breathe (Produced by J. Myers & Dustin Moore)
04. Make The World Go Round (Featuring Chris Brown & The Game) (Co-produced by Cool & Dre & The Game)
05. Hero (Featuring Keri Hilson) (Produced by Polow Da Don)
06. America (Produced by Stargate)
07. Sly Fox (Produced by stic.man of Dead Prez)
08. Testify (Produced by Mark Batson)
09. N.I.G.G.E.R. (The Slave And The Master) (Produced by DJ Toomp)
10. Untitled (Produced by stic.man of Dead Prez)
11. Fried Chicken (Featuring Busta Rhymes) (Produced by Mark Ronson)
12. Project Roach (Featuring The Last Poets) (Produced by Eric Hudson)
13. Ya’ll My Niggas (Produced by J. Myers)
14. We’re Not Alone (Featuring Mykel) (Produced by stic.man of Dead Prez)
15. Black President (Featuring Johnny Polygon) (Produced by DJ Green Lantern)
Download
Vídeo da faixa Hero:
8 comentários:
vixii, sai msm? esse é oficial msm, todos os son?
porra cara, vlw, baixar agora
e esse titulo Untitled se encaixou perfeito na ideia, já q n foi Nigger
flw
gostei do Album, valeu a pena ter esperado, Nas está realmente on fire
Esse é o Felipe o rei das resenhas rsrsrs...
Parabéns pelo seu trabalho, Ima numba 1 fan lol
tamojunto no que precisar
Big Boss!!
E a "Be A Nigger Too"?
Parece que ficou de fora, Campagnoli, eu cheguei a ler a notícia falando sobre isso, o Nas explicou, mas, se não me engano, tava em francês, então eu não entendi direito rs
é meu caro Felipe o album ta foda mesmo ... a resenha ta no conceito do album mesmo tu ta certo man... mais emfim é o rap sangue .. tudo nosso acabo de baixar e lançar no play ho walkman moderno e vo da umas remadas de skate kkkk salve.
pow, isso q vim ver agora tb, a "be a nigger too" n veio... :S
com o tempo escutando mais e mais a tendencia é ver q o album ficou mt foda, mas ainda acho q n ficou um clássico como o illmatic e o stillmatic, somente por causa das produções. Imagina um Dj Premier produzindo esse album, seria outra coisa
Nas é mt foda, na frente dele só o Makaveli msm
flw
gostei do album
nao é nenhum classico, mas é animador se compararmos com alguns albuns antecessores do Nas...
tem uma maior quantidade de beats a altura dele, mesmo nao sendo o desejado.
abraço
e parabens pelo blog
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