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Immortal Technique é um emcee que faz aquilo que a maioria dos sul-americanos gostariam de fazer: ataca impiedosamente os EUA e ainda é ouvido e elogiado. Nascido no Peru, Technique se mudou ainda jovem para a América, sendo criado no Harlem, bairro de Nova Iorque. Depois de grande sucesso com o Revolutionary Vol 1, principalmente a música "Dance With the Devil", Immortal lançou uma obra-prima.
Revolutionary Volume 2 é um dos melhores cds dos últimos anos, pois alia com maestria uma produção consistente, letras inteligentes e um flow envolvente. Apesar da maioria das letras ter um teor político, ainda assim há uma diversificação dos temas. Technique prova também ser versátil, com letras que variam desde a tradicional auto-exaltação em "Obnoxious" , recheada de punchlines e metáforas inteligentes, até o storytelling romântico em "You Never Know", uma parceira com Jean Grae, na qual o emcee conta como se apaixonou por uma menina que nunca teve, e explica por que não se envolve com mais ninguém.
O ponto alto do cd, entretanto, é "Peruvian Cocaine", onde Technique convidou emcees do calibre de Tonedeff, C-Rayz Walz, entre outros, para contar o trajeto da cocaína, desde os campos de plantações na América do Sul até os bairros pobres norte-americanos.
Em suas tradicionais letras políticas, Immortal Technique mantém a língua afiada: fala sobre o cotidiano de seu bairro, em "Harlem Streets", da Revolução Industrial em "Industrial Revolution", ataca o governo Bush e a guerra contra o Iraque em "The Cause of Death", fala sobre teorias da conspiração em "Point of No Return", além de classificar a imprensa como mais um braço do poder americano, em "The 4th Branch". E não pense que as letras de Technique não se aplicam à realidade brasileira. Veja esse trecho de "Harlem Streets":
" A inocência é devorada como se fosse um pedaço de frango
a cocaína do governo sendo preparada dentro das pedras de crack do gueto
policiais corruptos dão falso testemunho no seu julgamento
cheque por cheque, lutando constantemente para ganhar dinheiro
trabalhando a sua vida inteira se perguntando quando vai melhorar
as estações de metrô lotadas como se fosse um navio negreiro multicultural
é a hora do rush, duas horas e meia sem parar
e as pessoas voltam para casa depois de serem exploradas
e foda-se o esbanjamento, mães estão tentando alimentar seus filhos"
Musicalmente, o álbum também tem seus momentos brilhantes. O sample latino de "Peruvian Cocaine" dá bem o tom da faixa; o piano em "The 4th Branch" faz você entrar totalmente no clima; a orquestra em "Point of No Return" também merece destaque, mas é em "The Cause of Death", produzida por Omen, que está o maior destaque. Um beat com vários samples, com uma bateria programada rápida e incisiva casa bem com o igualmente incisivo Immortal Technique.
Chuck D, Tupac, Ice Cube. Todos os precursores do rap com mensagens políticas se orgulhariam desse álbum, que levou este tipo de rap a um novo nível. Bush ganhou mais um inimigo, muito mais ameaçador e revoltado que Eminem ou Kanye West. Immortal Technique não se limita a rimar, ele também faz você pensar, faz você se informar e, além de tudo, incute o sentimento de revolta em você. Clássico.
Immortal Technique é um emcee que faz aquilo que a maioria dos sul-americanos gostariam de fazer: ataca impiedosamente os EUA e ainda é ouvido e elogiado. Nascido no Peru, Technique se mudou ainda jovem para a América, sendo criado no Harlem, bairro de Nova Iorque. Depois de grande sucesso com o Revolutionary Vol 1, principalmente a música "Dance With the Devil", Immortal lançou uma obra-prima.
Revolutionary Volume 2 é um dos melhores cds dos últimos anos, pois alia com maestria uma produção consistente, letras inteligentes e um flow envolvente. Apesar da maioria das letras ter um teor político, ainda assim há uma diversificação dos temas. Technique prova também ser versátil, com letras que variam desde a tradicional auto-exaltação em "Obnoxious" , recheada de punchlines e metáforas inteligentes, até o storytelling romântico em "You Never Know", uma parceira com Jean Grae, na qual o emcee conta como se apaixonou por uma menina que nunca teve, e explica por que não se envolve com mais ninguém.
O ponto alto do cd, entretanto, é "Peruvian Cocaine", onde Technique convidou emcees do calibre de Tonedeff, C-Rayz Walz, entre outros, para contar o trajeto da cocaína, desde os campos de plantações na América do Sul até os bairros pobres norte-americanos.
Em suas tradicionais letras políticas, Immortal Technique mantém a língua afiada: fala sobre o cotidiano de seu bairro, em "Harlem Streets", da Revolução Industrial em "Industrial Revolution", ataca o governo Bush e a guerra contra o Iraque em "The Cause of Death", fala sobre teorias da conspiração em "Point of No Return", além de classificar a imprensa como mais um braço do poder americano, em "The 4th Branch". E não pense que as letras de Technique não se aplicam à realidade brasileira. Veja esse trecho de "Harlem Streets":
" A inocência é devorada como se fosse um pedaço de frango
a cocaína do governo sendo preparada dentro das pedras de crack do gueto
policiais corruptos dão falso testemunho no seu julgamento
cheque por cheque, lutando constantemente para ganhar dinheiro
trabalhando a sua vida inteira se perguntando quando vai melhorar
as estações de metrô lotadas como se fosse um navio negreiro multicultural
é a hora do rush, duas horas e meia sem parar
e as pessoas voltam para casa depois de serem exploradas
e foda-se o esbanjamento, mães estão tentando alimentar seus filhos"
Musicalmente, o álbum também tem seus momentos brilhantes. O sample latino de "Peruvian Cocaine" dá bem o tom da faixa; o piano em "The 4th Branch" faz você entrar totalmente no clima; a orquestra em "Point of No Return" também merece destaque, mas é em "The Cause of Death", produzida por Omen, que está o maior destaque. Um beat com vários samples, com uma bateria programada rápida e incisiva casa bem com o igualmente incisivo Immortal Technique.
Chuck D, Tupac, Ice Cube. Todos os precursores do rap com mensagens políticas se orgulhariam desse álbum, que levou este tipo de rap a um novo nível. Bush ganhou mais um inimigo, muito mais ameaçador e revoltado que Eminem ou Kanye West. Immortal Technique não se limita a rimar, ele também faz você pensar, faz você se informar e, além de tudo, incute o sentimento de revolta em você. Clássico.
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