Após uma sessão de jazz-rap aqui no blog, vamos voltar um pouco para o rap tradicional, mais hardcore, mais boom bap. Depois de se juntar a GZA e Sick Jacken, desta vez o produtor do lendário Cypress Hill, DJ Muggs, uniu forças com o emcee da Costa Oeste Planet Asia, para lançar mais um trabalho colaborativo. O resultado é Pain Language, um álbum com participações de caras como B-Real, GZA, Killah Priest e Sick Jacken.
Como nas outras colaborações, Muggs está mais uma vez bastante sólido nos seus beats. Autor de alguns clássicos da história do rap, ele oferece a Planet Asia uma coleção de beats pesados, sem firulas, para o emcee cuspir seus versos. A estética de Pain Language é bem definida: bateria reta, turva, com loops bastante proeminentes, e forte influência do trabalho inicial do Wu-Tang, o que é compreensível: além de Muggs com GZA, Planet Asia tem um estilo reminiscente da escola dos generais do Clan: rimas cheias de referências islâmicas e à seita dos 5%, além de temáticas espirituais misturadas a battle raps. Não à toa, Pain Language poderia soar, forçando um pouco a barra, como o disco solo de algum membro esquecido do Clan, lançado em meados dos anos 90 - até o alter-ego de Asia lembra o de um Wu-Gambino: King Medallions.
Sleeper Cell, a faixa de abertura, é uma das melhores músicas do ano e resume bem o espírito do disco: sobre metais triunfantes e bateria fortíssima, Planet Asia fala sobre Allah, palestinos, vingança contra queimas de mesquitas, África, diz "usar a matemática para formar minha consciência" (típica idéia dos 5%), se auto-proclama um terrorista nato e ainda tempo para filosofar: "o tempo é uma ilusão, a realidade um pensamento/vocês estão fora do curso/hora de voltar para a fonte".
Mas este não é o único destaque do disco: 9mm tem uma batida quebrada e um riff de guitarra pontual, além da participação de B-Real, que também aparece na uptempo Lions In The Forrest, guiada por uma bateria acelerada e um loop de metais dominante. Na parte mais sombria do álbum, a metade biografia, metade auto-exaltação All Hail The King tem caixas quebradas e um sample que parece saído de um filme sobre a época medieval, enquanto Black Angels conta com piano sinistro e um clima ainda mais turvo. Por fim, GZA aparece na última faixa do disco, Triple Threat, com um sample vocal como loop principal.
Eu confesso que demorei para ouvir este disco, já lançado a uns meses. A princípio, foi Sleeper Cell quem chamou a atenção, mas o álbum todo tem qualidade. Planet Asia é um emcee bem subestimado, tem técnica, um flow decente, embora meio irregular, e flexibilidade na estrutura dos versos. DJ Muggs, por sua vez, continua criando trabalhos sólidos. Esta série de colaborações tem mostrado que seu arsenal de clássicos ainda não acabou.
DJ Muggs & Planet Asia - Pain LanguageComo nas outras colaborações, Muggs está mais uma vez bastante sólido nos seus beats. Autor de alguns clássicos da história do rap, ele oferece a Planet Asia uma coleção de beats pesados, sem firulas, para o emcee cuspir seus versos. A estética de Pain Language é bem definida: bateria reta, turva, com loops bastante proeminentes, e forte influência do trabalho inicial do Wu-Tang, o que é compreensível: além de Muggs com GZA, Planet Asia tem um estilo reminiscente da escola dos generais do Clan: rimas cheias de referências islâmicas e à seita dos 5%, além de temáticas espirituais misturadas a battle raps. Não à toa, Pain Language poderia soar, forçando um pouco a barra, como o disco solo de algum membro esquecido do Clan, lançado em meados dos anos 90 - até o alter-ego de Asia lembra o de um Wu-Gambino: King Medallions.
Sleeper Cell, a faixa de abertura, é uma das melhores músicas do ano e resume bem o espírito do disco: sobre metais triunfantes e bateria fortíssima, Planet Asia fala sobre Allah, palestinos, vingança contra queimas de mesquitas, África, diz "usar a matemática para formar minha consciência" (típica idéia dos 5%), se auto-proclama um terrorista nato e ainda tempo para filosofar: "o tempo é uma ilusão, a realidade um pensamento/vocês estão fora do curso/hora de voltar para a fonte".
Mas este não é o único destaque do disco: 9mm tem uma batida quebrada e um riff de guitarra pontual, além da participação de B-Real, que também aparece na uptempo Lions In The Forrest, guiada por uma bateria acelerada e um loop de metais dominante. Na parte mais sombria do álbum, a metade biografia, metade auto-exaltação All Hail The King tem caixas quebradas e um sample que parece saído de um filme sobre a época medieval, enquanto Black Angels conta com piano sinistro e um clima ainda mais turvo. Por fim, GZA aparece na última faixa do disco, Triple Threat, com um sample vocal como loop principal.
Eu confesso que demorei para ouvir este disco, já lançado a uns meses. A princípio, foi Sleeper Cell quem chamou a atenção, mas o álbum todo tem qualidade. Planet Asia é um emcee bem subestimado, tem técnica, um flow decente, embora meio irregular, e flexibilidade na estrutura dos versos. DJ Muggs, por sua vez, continua criando trabalhos sólidos. Esta série de colaborações tem mostrado que seu arsenal de clássicos ainda não acabou.
1. Sleeper Cell
2. Pain Language
3. Smoke
4. 9mm (feat. B-Real)
5. That’s What It Is
6. Black Mask Men
7. Lions In The Forest (feat. B-Real)
8. Death Frees Every Soul (feat. Sick Jacken)
9. All Hail The King
10. Black Angels (feat. Killah Priest / Cynic / Scratch)
11. Drama
12. Language
13. Deadly Blades (feat. Prodigal Sunn / Tri State)
14. Hashashins (feat. Turban / Chace Infinite)
15. Shadows Of Hell
16. Triple Threat (feat. Gza / Chace Infinite)
Download
Vídeo da faixa 9mm:
Vídeo da faixa Pain Language:
Vídeo da faixa Lions in the Forest:
2 comentários:
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