Acabou de vazar o novo álbum do (ex-MF) Doom, chamado Born Like This, um dos lançamentos mais esperados deste começo de ano. Depois de quatro anos sem lançar material novo sob a antiga alcunha de Metal Face, o emcee mascarado contará com participações de Ghostface Killah e Raekwon, além de beats de J-Dilla, Jake One e Madlib. Apesar disso, a maioria dos instrumentais são produzidos pelo próprio Doom.
Depois de algumas críticas por parte dos próprios fãs - ele supostamente estaria mandando outra pessoa, mascarada, para realizar os shows -, Doom ressurge revigorado. Apesar da mudança de nome do rapper, Born Like This é um testamento fiel do estilo do mascarado: beats tortos, com samples improváveis e excertos de desenhos animados, misturados ao flow intricado e complexo, cheio de trava-línguas ao longo dos versos. Falando nos samples, Doom varia tanto de um soul meloso modificado em Angelz até barulhos futuristas e minimalistas em Gazzillion Ear.
O mais interessante é notar como Doom brinca com os limites e a estrutura do rap, buscando sempre desconstruir alguns padrões. Com isso, caixas batem descompassadamente e samples se alternam de forma lisérgica. Sobra tempo até para ironias com a própria cena, como no uso de um autotune em Supervillainz. Há, entretanto, momentos mais sérios, combinando bastante com o caos digno de uma cidade de super-heróis que é o clima do disco. Cellz, que abre com Charles Bukowski declamando um poema, é o grande exemplo disso: "Nascido desta forma, dentro disto / em hospitais que são caros que é mais barato morrer / com advogados que cobram tão caro que é mais barato se declarar culpado".
Entre ironias e versos apocalípticos, Doom consegue surpreender e criar faixas marcantes ao misturar as duas características. Em That's That, um beat carregado por um violino loopado, ele finaliza a música...cantando: "Será que estive longe por tanto tempo? Você sentiu falta destas rimas quando eu fui embora?". Batty Boyz puxa mais para o lado fantástico do emcee, com um beat simples, de bateria quebrada e loop contínuo, abrindo espaço para rimas certeiras. Por fim, há Yessir!, com um Raekwon inspiradíssimo sobre o instrumental bate-cabeça, e Lightworks, cortesia do Donuts de J-Dilla, numa criação feita sob medida para Doom: base caótica, cheia de elementos - sirenes, teclados, caixas tortas, samples filtrados - interagindo e um sample vocal no final manipulado de forma magistral.
Os 40 minutos de Born Like This, depois de o disco ser todo apreciado, parecem muito mais. Talvez pela densidade de cada faixa, fica difícil perceber que a imensa maioria não passa de três minutos. Ainda assim, cada música flui perfeitamente, e oferece uma audição única, cheia de pormenores, uma verdadeira viagem à mente de um dos emcees mais autorais do jogo. Super-heróis, super vilões, caos, batidas e rimas. Foi em volta disto que nasceu DOOM.
Depois de algumas críticas por parte dos próprios fãs - ele supostamente estaria mandando outra pessoa, mascarada, para realizar os shows -, Doom ressurge revigorado. Apesar da mudança de nome do rapper, Born Like This é um testamento fiel do estilo do mascarado: beats tortos, com samples improváveis e excertos de desenhos animados, misturados ao flow intricado e complexo, cheio de trava-línguas ao longo dos versos. Falando nos samples, Doom varia tanto de um soul meloso modificado em Angelz até barulhos futuristas e minimalistas em Gazzillion Ear.
O mais interessante é notar como Doom brinca com os limites e a estrutura do rap, buscando sempre desconstruir alguns padrões. Com isso, caixas batem descompassadamente e samples se alternam de forma lisérgica. Sobra tempo até para ironias com a própria cena, como no uso de um autotune em Supervillainz. Há, entretanto, momentos mais sérios, combinando bastante com o caos digno de uma cidade de super-heróis que é o clima do disco. Cellz, que abre com Charles Bukowski declamando um poema, é o grande exemplo disso: "Nascido desta forma, dentro disto / em hospitais que são caros que é mais barato morrer / com advogados que cobram tão caro que é mais barato se declarar culpado".
Entre ironias e versos apocalípticos, Doom consegue surpreender e criar faixas marcantes ao misturar as duas características. Em That's That, um beat carregado por um violino loopado, ele finaliza a música...cantando: "Será que estive longe por tanto tempo? Você sentiu falta destas rimas quando eu fui embora?". Batty Boyz puxa mais para o lado fantástico do emcee, com um beat simples, de bateria quebrada e loop contínuo, abrindo espaço para rimas certeiras. Por fim, há Yessir!, com um Raekwon inspiradíssimo sobre o instrumental bate-cabeça, e Lightworks, cortesia do Donuts de J-Dilla, numa criação feita sob medida para Doom: base caótica, cheia de elementos - sirenes, teclados, caixas tortas, samples filtrados - interagindo e um sample vocal no final manipulado de forma magistral.
Os 40 minutos de Born Like This, depois de o disco ser todo apreciado, parecem muito mais. Talvez pela densidade de cada faixa, fica difícil perceber que a imensa maioria não passa de três minutos. Ainda assim, cada música flui perfeitamente, e oferece uma audição única, cheia de pormenores, uma verdadeira viagem à mente de um dos emcees mais autorais do jogo. Super-heróis, super vilões, caos, batidas e rimas. Foi em volta disto que nasceu DOOM.
1. Supervillain Intro
2. Gazzillion Ear
3. Ballskin
4. Yessir! feat Raekwon
5. Absolutely
6. Rap Ambush
7. Lightworks
8. Batty Boyz
9. Angelz feat Tony Starks (aka Ghostface)
10. Cellz
11. Still Dope feat Empress Sharhh
12. Microwave Mayo
13. More Rhymin' feat Kurious
14. That's That
15. Supervillainz
16. Bumpy's Message
17. Thank Yah
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3 comentários:
já era o link se puder colocar de volda agradeço...
e parabens pelo sue trampo tanto aqui como na bocada...pazzzz
gostei do album agora e esperar ele se juntar a uns produtores malucos tipo o flying lotus e samyan , tenhoo certeza que seria bombastico!!
Belíssima resenha! Parabéns pelo blog, fique de olho nos lançamentos! Paz.
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