Blame One é mais um daqueles casos de perseverança dentro da música. O cara, nativo de San Diego, na California, rima desde os nove anos de idade e só agora, aos 34, conseguiu lançar seu primeiro álbum oficial. O registro, chamado Days Chasing Days, foi produzido executivamente por Exile, que também contribuiu com beats. Os produtores responsáveis pela sonoridade do disco são Black Milk, Oh No e Blu(sim, isso mesmo), entre outros menos conhecidos.
Da primeira à ultima faixa, fica claro que Blame não quer desperdiçar nem um segundo do seu disco. Para tal, fez uma escolha muito boa de beats, sem ferir a coesão do trabalho, e não se furtou de espremer a última gota de esmero ao escrever as letras. O resultado é um álbum com instrumentais bastante puxados para o soul e uma levada bastante complexa, rápida, encharcada de rimas internas, multissilábicas e punchlines. Entretanto, este excesso de técnica e a falta de variedade na levada acaba prejudicando um pouco no geral, já que, invariavelmente, você acaba perdendo a atenção nas palavras do emcee.
Outro fato que faz com que os holofotes mentais de cada ouvinte se desviem de Blame One é a produção - agora, num bom sentido. Os destaques vão desde a relaxante "Perseverance", na qual um surpreendente Black Milk puxa o loop para a frente do estéreo, faz da bateria apenas um fundo marcando o ritmo, e recorre a vários samples para completar o mosaico, até a irresístivel "Wonder Why", produzida pelo novato - e também surpreendente - Blu, com um sample vocal grudento, uma bateria suja e suingada e um - desculpem-me os manuais de redação, vou usar o mesmo adjetivo pela terceira vez - surpreendente Exile rimando muito bem, numa levada menos ortodoxa que oferece o contraponto ideal para a correria de Blame.
Exile, por sua vez, brilha com três das melhores faixas do álbum: primeiro, "Street Astrologist", um caldeirão acelerado que inclui um breakbeat funky e refrão com scratches certeiros. "Days Chasing Days", por sua vez, cai para um lado mais nostálgico, com excertos de piano pontuando o beat suave e um ótimo refrão cantado por Aloe Blacc. Por fim, a autobiográfica "Documentarian", com direito a interlúdio old school e tudo - será que o cara que ouvimos é um jovem Blame One cantando em fitinhas dentro do quarto? -, fecha a lista de jóias de Exile.
Em linhas gerais, o grande mérito de Days Chasing Days é dar voz a um artista talentoso, mas que acabou exagerando na dose em sua estreia oficial. Blame One é um emcee bastante capaz, com uma escrita tecnicamente impecável e um flow daqueles impossíveis de acompanhar. A produção executiva de Exile foi de grande valia para que os beats escolhidos tivessem algo em comum, e este lado é certamente um dos pontos fortes do álbum.
Da primeira à ultima faixa, fica claro que Blame não quer desperdiçar nem um segundo do seu disco. Para tal, fez uma escolha muito boa de beats, sem ferir a coesão do trabalho, e não se furtou de espremer a última gota de esmero ao escrever as letras. O resultado é um álbum com instrumentais bastante puxados para o soul e uma levada bastante complexa, rápida, encharcada de rimas internas, multissilábicas e punchlines. Entretanto, este excesso de técnica e a falta de variedade na levada acaba prejudicando um pouco no geral, já que, invariavelmente, você acaba perdendo a atenção nas palavras do emcee.
Outro fato que faz com que os holofotes mentais de cada ouvinte se desviem de Blame One é a produção - agora, num bom sentido. Os destaques vão desde a relaxante "Perseverance", na qual um surpreendente Black Milk puxa o loop para a frente do estéreo, faz da bateria apenas um fundo marcando o ritmo, e recorre a vários samples para completar o mosaico, até a irresístivel "Wonder Why", produzida pelo novato - e também surpreendente - Blu, com um sample vocal grudento, uma bateria suja e suingada e um - desculpem-me os manuais de redação, vou usar o mesmo adjetivo pela terceira vez - surpreendente Exile rimando muito bem, numa levada menos ortodoxa que oferece o contraponto ideal para a correria de Blame.
Exile, por sua vez, brilha com três das melhores faixas do álbum: primeiro, "Street Astrologist", um caldeirão acelerado que inclui um breakbeat funky e refrão com scratches certeiros. "Days Chasing Days", por sua vez, cai para um lado mais nostálgico, com excertos de piano pontuando o beat suave e um ótimo refrão cantado por Aloe Blacc. Por fim, a autobiográfica "Documentarian", com direito a interlúdio old school e tudo - será que o cara que ouvimos é um jovem Blame One cantando em fitinhas dentro do quarto? -, fecha a lista de jóias de Exile.
Em linhas gerais, o grande mérito de Days Chasing Days é dar voz a um artista talentoso, mas que acabou exagerando na dose em sua estreia oficial. Blame One é um emcee bastante capaz, com uma escrita tecnicamente impecável e um flow daqueles impossíveis de acompanhar. A produção executiva de Exile foi de grande valia para que os beats escolhidos tivessem algo em comum, e este lado é certamente um dos pontos fortes do álbum.
Blame One - Days Chasing Days
01. Supreme (Prod. By Black Sparx)
02. Perseverance (Prod. By Black Milk)
03. Street Astrologist (Prod. By Exile)
04. Bring It To You (Prod. By Kan Kick)
05. Wonder Why ft.Blu & Exile (Prod. By Blu)
06. Disturbed ft.Sean Price (Prod. By Exile)
07. Days Chasing Days ft.Aloe Blacc & Beleaf (Prod. By Exile)
08. Sat Night Special (Prod. By Exile)
09. The Word To Say ft.Johaz & Sha Dula (Prod. By Exile)
10. Official With It (Prod. By Black Sparx)
11. The Real Revolution (Prod. By Arkives)
12. Words (Prod. By Oh No)
13. More Fiyah Ft.Johaz & Coss (Prod. By G Rocka)
14. Blame Me (Prod. By Rath Khy)
15. Documentarian (Prod. By Exile)
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