O novo disco de GZA, membro do Wu-Tang Clan, acabou de vazar. ProTools é o sexto álbum solo do emcee, e conta com as participações de Masta Killa, RZA, True Master e o próprio filho do Genius, Kareem Justice. O álbum vem com a diss para 50 Cent, chamada Paper Plate, que inclusive já foi traduzida aqui no blog.
ProTools é uma relativa surpresa. Depois da onda de recentes decepções com os últimos discos lançados pelos "generais" do Wu. Este disco excede as expectativas porque foca nos pontos fortes de GZA: as rimas impecáveis e o bom gosto para escolher seus beats., embora seu flow oscile demais durante o disco - uma das maiores críticas a GZA é sua falta de energia na hora de "cuspir" as rimas. E é justamente este detalhe que define o disco: quando o Genius está "acordado", as faixas destacam-se naturalmente; quando ele parece desinteressado, até conceitos interessantes e bons beats perdem o brilho. Entretanto, num balanço final, GZA está acordado a maior parte do tempo, o que é um bom sinal.
Interessante também ver os produtores escolhidos para o álbum. True Master, Mathematics e RZA dispensam comentários e oferecem a GZA o clássico Wu-sound. Black Milk e Bronze Nazareth, dois dos mais talentosos beatmakers da nova geração, também contribuem com ótimos instrumentais. Em geral, a sonoridade é aquela que todo mundo quer ver/ouvir no álbum de um general do Wu: pesada, forte, minimalista. Para completar, todos esperam do cara que se auto-intitulou The Genius boas rimas. Bom, pode até ser que os 42 anos de idade estejam prejudicando a levada dele, mas só têm o ajudado a escrever.
Paper Plate, a diss para 50 Cent, é um bom exemplo. GZA é ainda melhor quando se concentra em um tópico, e simplesmente reduz o rapper mainstream mais odiado a...moedas de 50 centavos, tudo sobre um beat simples de RZA, com um loop de piano e alguns efeitos esporádicos. Alphabets, o primeiro single, é outra mostra da força lírica de Genius: embora o conceito não seja novo - Papoose e Gift of Gab já o exploraram - é impossível não ficar admirado com a habilidade que GZA mostra no refrão. Já em Pencil, ele se junta aos parceiros Masta Killa e RZA para dividir e ripar um beat pesado e com um sample vocal picotado - é bom ressaltar que Bobby Digital/Steels rouba a cena aqui.
Outra faixa na qual RZA rouba cena é em Life Is A Movie, produzida pelo próprio, onde os dois primos e mentores do Wu trocam versos sobre suas vidas, sobre um beat reminiscente da atual fase de produção do Abbot. 0% Finance é outra mostra da criatividade de GZA: assim como ele já fez com gravadoras, animais e pessoas famosas, agora ele cria uma história com base em nomes de carros, num instrumental triunfante e acelerado. Por fim, 7 Pounds, cortesia de Black Milk, tem as já tradicionais caixas pesadas e as várias camadas de sample, enquanto Groundbreaking, de Bronze Nazareth, tem um loop tão irresistível quanto a levada da bateria e GZA trocando versos com seu filho, que também aparece em Cinema, no beat mais uptempo do álbum, no qual GZA rima meio que sussurrando.
Bom, deu para notar pelo número alto de faixas citadas o quanto eu gostei do álbum. Talvez seja por ser um fã incondicional do Wu, mas a verdade é que o disco tem muita qualidade. Os beats são bem escolhidos e as letras, impecáveis. A levada às vezes falha, mas não se pode criticar muito GZA - poucos com sua idade ainda estão relevantes no jogo. Aliás, ele define bem como é o jogo do rap em 7 Pounds, do alto de sua experiência: "emcees são como espermatozóides, um monte de nós lutando para chegar ao ovo, mordendo e perdendo uma perna / as chances são de 1 em 10 milhões, uma irmandade / apenas um a cada cem fala com sua própria voz".
GZA - ProToolsProTools é uma relativa surpresa. Depois da onda de recentes decepções com os últimos discos lançados pelos "generais" do Wu. Este disco excede as expectativas porque foca nos pontos fortes de GZA: as rimas impecáveis e o bom gosto para escolher seus beats., embora seu flow oscile demais durante o disco - uma das maiores críticas a GZA é sua falta de energia na hora de "cuspir" as rimas. E é justamente este detalhe que define o disco: quando o Genius está "acordado", as faixas destacam-se naturalmente; quando ele parece desinteressado, até conceitos interessantes e bons beats perdem o brilho. Entretanto, num balanço final, GZA está acordado a maior parte do tempo, o que é um bom sinal.
Interessante também ver os produtores escolhidos para o álbum. True Master, Mathematics e RZA dispensam comentários e oferecem a GZA o clássico Wu-sound. Black Milk e Bronze Nazareth, dois dos mais talentosos beatmakers da nova geração, também contribuem com ótimos instrumentais. Em geral, a sonoridade é aquela que todo mundo quer ver/ouvir no álbum de um general do Wu: pesada, forte, minimalista. Para completar, todos esperam do cara que se auto-intitulou The Genius boas rimas. Bom, pode até ser que os 42 anos de idade estejam prejudicando a levada dele, mas só têm o ajudado a escrever.
Paper Plate, a diss para 50 Cent, é um bom exemplo. GZA é ainda melhor quando se concentra em um tópico, e simplesmente reduz o rapper mainstream mais odiado a...moedas de 50 centavos, tudo sobre um beat simples de RZA, com um loop de piano e alguns efeitos esporádicos. Alphabets, o primeiro single, é outra mostra da força lírica de Genius: embora o conceito não seja novo - Papoose e Gift of Gab já o exploraram - é impossível não ficar admirado com a habilidade que GZA mostra no refrão. Já em Pencil, ele se junta aos parceiros Masta Killa e RZA para dividir e ripar um beat pesado e com um sample vocal picotado - é bom ressaltar que Bobby Digital/Steels rouba a cena aqui.
Outra faixa na qual RZA rouba cena é em Life Is A Movie, produzida pelo próprio, onde os dois primos e mentores do Wu trocam versos sobre suas vidas, sobre um beat reminiscente da atual fase de produção do Abbot. 0% Finance é outra mostra da criatividade de GZA: assim como ele já fez com gravadoras, animais e pessoas famosas, agora ele cria uma história com base em nomes de carros, num instrumental triunfante e acelerado. Por fim, 7 Pounds, cortesia de Black Milk, tem as já tradicionais caixas pesadas e as várias camadas de sample, enquanto Groundbreaking, de Bronze Nazareth, tem um loop tão irresistível quanto a levada da bateria e GZA trocando versos com seu filho, que também aparece em Cinema, no beat mais uptempo do álbum, no qual GZA rima meio que sussurrando.
Bom, deu para notar pelo número alto de faixas citadas o quanto eu gostei do álbum. Talvez seja por ser um fã incondicional do Wu, mas a verdade é que o disco tem muita qualidade. Os beats são bem escolhidos e as letras, impecáveis. A levada às vezes falha, mas não se pode criticar muito GZA - poucos com sua idade ainda estão relevantes no jogo. Aliás, ele define bem como é o jogo do rap em 7 Pounds, do alto de sua experiência: "emcees são como espermatozóides, um monte de nós lutando para chegar ao ovo, mordendo e perdendo uma perna / as chances são de 1 em 10 milhões, uma irmandade / apenas um a cada cem fala com sua própria voz".
01: Intromental
02: Pencil (feat. Masta Killa & RZA)
03: Alphabets
04: Groundbreaking (feat. Kareem Justice)
05: 7 Pounds
06: 0% Finance
07: Short Race (feat. Rock Marcy)
08: Interlude
09: Paper Plate
10: Columbian Ties (feat. True Master)
11: Firehouse (feat. Ka)
12: Path of Destruction
13: Cinema (feat. Kareem Justice)
14: Intermission (Drive in Movie)
15: Life is a Movie (feat. RZA & Irfane Khan-Acito)
16: Elastic Audio (feat. Dreddy Kruger & FYRE Department)
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5 comentários:
link com erro..
me animei p baixar isso (depois da desanimada q foi a porcaria do novo do Ice Cube q veio mt fraco), vamu ver esse do genius
a kestao da levada, acho q n é idade, ele sempre rimou meio q sonolento, é o estilo dele
ate pq se fosse por idade o Chuck D taria morto pro Rap, hahahah... e ao contrario tah representando ate hj
Cara eu andava meio preocupado com o Clan. Já que os últimos discos dos seus integrantes não foram tão bem. Mas com esse foi diferente, senti aquela mesma sensação de empolgação quando ouvia ODB, RZA, Method Man e a rapa toda. Muito loco esse disco.
E também acho q a idade não atrapalha em nada, essa é a levada dele mesmo.
Valeu, Ótimo post.
este album é fodido,
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