Ano: 2010
Gravadora: Duck Down
Produtor: Marco Polo (todas as faixas)
Participações: DJ Revolution (faixas 1 e 2), Rock (4), Freddie Foxxx (4), Black Moon (6) e Sean Price (1o).
Inicialmente casa de toda a Boot Camp Click, a Duck Down Records completa neste ano 15 anos estabelecida como uma das gravadoras mais importantes do cenário independente dos EUA. Além das pratas da casa Buckshot, Sean Price e Rock, entre outros, os caras estenderam seus tentáculos e trouxeram para o time nomes sonantes como KRS-One, a dupla Kidz In The Hall, 9th Wonder e Skyzoo. Mas o selo também não deixou de apostar em novos talentos, na segunda geração de artistas garimpados nas ruas do Brooklyn direto para os estúdios. O emcee Ruste Juxx, protegido de Sean Price, é o maior exemplo, já tendo aparecido em diversos trabalhos lançados por rappers da label.
Mesmo antes de lançar seu primeiro álbum no ano passado sob a benção de Sean Price, Juxx já era conhecido pelos fãs da Duck Down pela energia e as rimas agressivas com que recheava cada participação. Para 2010, ele encontrou o parceiro perfeito para mais um disco: Marco Polo. O produtor canadense já havia lançado em meados de 2009 "Double Barrel", uma parceria com o rapper Torae destinada a trazer de volta aquele rap hardcore das ruas nova-iorquinas. Sendo assim, a união entre o beatmaker provedor de batidas fortes e o jovem emcee faminto por mostrar seu valor foi mais do que oportuna, e resultou em "The Exxecution".
A proposta do álbum é muito parecida com a de "Double Barrel": rap pesado, rimas de batalha e batidas hostis. Como diz o próprio release dos caras, Marco Polo está executando os produtores, enquanto Ruste Juxx faz o mesmo com os emcees. Já dá para termos uma ideia da atmosfera do trabalho, né? Pois bem, similaridades à parte com "Double Barrel", o fato é que Juxx é um rapper com características diferentes das de Torae. Enquanto este apostava em uma abordagem mais técnica, Juxx vai direto na jugular, demonstrando uma presença de microfone impressionante, metaforicamente domando as batidas de Marco Polo na força, na energia.
A verdade é que Ruste é aquele típico rapper no começo da carreira que conseguiu sua primeira chance de brilhar. Obviamente, ele não vai querer desperdiçar o momento e vai aproveitar suas maiores habilidades. Assim, os temas realmente ficam limitados aos battle raps e ao bragadoccio, se diferenciando apenas pelo ângulo que Juxx utiliza para provar seu ponto de vista de que ninguém nas ruas rima tão bem quanto ele e que uma execução em massa está para começar. "Nobody" é um bom exemplo do primeiro tópico, enquanto "Death Penalty" ilustra o segundo. Apenas na saideira "You Can't Stop Me" ele relaxa, com uma letra mais introspectiva, parando para refletir e quase que tentando justificar suas ações com reminiscências da infância e adolescência. De qualquer forma, é a levada agressiva e faminta do jovem rapper que cria todo o clima hostil pensado para o disco. Juxx rima ora como se passasse como um trator de sílabas pelos breaks de Marco Polo, ora como se os bumbos e caixas agissem como seus parceiros de crime.
Para ficar a par de tanta energia, Marco Polo precisou manter sua recente onda de batidas cada vez mais pesadas. A produção em "The Exxecution" segue pelas mesmas linhas de "Double Barrel", com beats acelerados e de caixas marcantes. São as particularidades de cada faixa que fazem elas se destacarem. Em "The Exxecution Intro", por exemplo, é impossível não se render aos metais bem anos 90 que surgem logo no começo do instrumental, guiando a apresentação de Ruste Juxx. "Death Penalty" é o maior batidão do álbum, com um beat frenético, tão acelerado quanto ameaçador. O conceito militar que sempre marcou a Boot Camp Clik também é incorporado por Polo, como nas faixas "Rearview" e "Lets Take a Sec", esta última marcante por contar com a participação de todo o Black Moon - Buckshot, 5ft e DJ Evil Dee.
Falando em participações, as poucas vezes em que forasteiros aparecem em "The Exxecution" são muito bem aproveitadas. Os amigos Rock e Sean Price aparecem em faixas diferentes, mas marcam a presença da Duck Down; o último, mentor de Juxx, dá mais uma aula de carisma e punchlines nas suas aparições. O veterano Freddie Foxxx surge em "Take Money" para dar a credibilidade necessária para quem quer fazer um álbum de hardcore nova-iorquino. Mas é o DJ Revolution o convidado que rouba o show. Ele simplesmente rouba a cena no final de "Death Penalty", com uma sequência de scratches tão espetacular que, a exemplo de Marco Polo e Ruste Juxx com seus competidores, deixará diversos DJs com medo de chegar nas pickups por um bom tempo.
Embora o conceito já tenha sido explorado no ano passado pelo próprio Marco Polo, "The Exxecution" consegue sobreviver às comparações e traçar seu próprio destino. Podemos considerar que, musicalmente, o álbum começa de onde parou "Double Barrel", com o produtor canadense provando sua consistência. Mas, como um todo, o projeto é ainda mais pesado que o anterior, graças à já mencionada "fome" de Ruste Juxx, que mostrou definitivamente que pode sem problemas dividir o microfone com os monstros sagrados de sua gravadora.
Gravadora: Duck Down
Produtor: Marco Polo (todas as faixas)
Participações: DJ Revolution (faixas 1 e 2), Rock (4), Freddie Foxxx (4), Black Moon (6) e Sean Price (1o).
Inicialmente casa de toda a Boot Camp Click, a Duck Down Records completa neste ano 15 anos estabelecida como uma das gravadoras mais importantes do cenário independente dos EUA. Além das pratas da casa Buckshot, Sean Price e Rock, entre outros, os caras estenderam seus tentáculos e trouxeram para o time nomes sonantes como KRS-One, a dupla Kidz In The Hall, 9th Wonder e Skyzoo. Mas o selo também não deixou de apostar em novos talentos, na segunda geração de artistas garimpados nas ruas do Brooklyn direto para os estúdios. O emcee Ruste Juxx, protegido de Sean Price, é o maior exemplo, já tendo aparecido em diversos trabalhos lançados por rappers da label.
Mesmo antes de lançar seu primeiro álbum no ano passado sob a benção de Sean Price, Juxx já era conhecido pelos fãs da Duck Down pela energia e as rimas agressivas com que recheava cada participação. Para 2010, ele encontrou o parceiro perfeito para mais um disco: Marco Polo. O produtor canadense já havia lançado em meados de 2009 "Double Barrel", uma parceria com o rapper Torae destinada a trazer de volta aquele rap hardcore das ruas nova-iorquinas. Sendo assim, a união entre o beatmaker provedor de batidas fortes e o jovem emcee faminto por mostrar seu valor foi mais do que oportuna, e resultou em "The Exxecution".
A proposta do álbum é muito parecida com a de "Double Barrel": rap pesado, rimas de batalha e batidas hostis. Como diz o próprio release dos caras, Marco Polo está executando os produtores, enquanto Ruste Juxx faz o mesmo com os emcees. Já dá para termos uma ideia da atmosfera do trabalho, né? Pois bem, similaridades à parte com "Double Barrel", o fato é que Juxx é um rapper com características diferentes das de Torae. Enquanto este apostava em uma abordagem mais técnica, Juxx vai direto na jugular, demonstrando uma presença de microfone impressionante, metaforicamente domando as batidas de Marco Polo na força, na energia.
A verdade é que Ruste é aquele típico rapper no começo da carreira que conseguiu sua primeira chance de brilhar. Obviamente, ele não vai querer desperdiçar o momento e vai aproveitar suas maiores habilidades. Assim, os temas realmente ficam limitados aos battle raps e ao bragadoccio, se diferenciando apenas pelo ângulo que Juxx utiliza para provar seu ponto de vista de que ninguém nas ruas rima tão bem quanto ele e que uma execução em massa está para começar. "Nobody" é um bom exemplo do primeiro tópico, enquanto "Death Penalty" ilustra o segundo. Apenas na saideira "You Can't Stop Me" ele relaxa, com uma letra mais introspectiva, parando para refletir e quase que tentando justificar suas ações com reminiscências da infância e adolescência. De qualquer forma, é a levada agressiva e faminta do jovem rapper que cria todo o clima hostil pensado para o disco. Juxx rima ora como se passasse como um trator de sílabas pelos breaks de Marco Polo, ora como se os bumbos e caixas agissem como seus parceiros de crime.
Para ficar a par de tanta energia, Marco Polo precisou manter sua recente onda de batidas cada vez mais pesadas. A produção em "The Exxecution" segue pelas mesmas linhas de "Double Barrel", com beats acelerados e de caixas marcantes. São as particularidades de cada faixa que fazem elas se destacarem. Em "The Exxecution Intro", por exemplo, é impossível não se render aos metais bem anos 90 que surgem logo no começo do instrumental, guiando a apresentação de Ruste Juxx. "Death Penalty" é o maior batidão do álbum, com um beat frenético, tão acelerado quanto ameaçador. O conceito militar que sempre marcou a Boot Camp Clik também é incorporado por Polo, como nas faixas "Rearview" e "Lets Take a Sec", esta última marcante por contar com a participação de todo o Black Moon - Buckshot, 5ft e DJ Evil Dee.
Falando em participações, as poucas vezes em que forasteiros aparecem em "The Exxecution" são muito bem aproveitadas. Os amigos Rock e Sean Price aparecem em faixas diferentes, mas marcam a presença da Duck Down; o último, mentor de Juxx, dá mais uma aula de carisma e punchlines nas suas aparições. O veterano Freddie Foxxx surge em "Take Money" para dar a credibilidade necessária para quem quer fazer um álbum de hardcore nova-iorquino. Mas é o DJ Revolution o convidado que rouba o show. Ele simplesmente rouba a cena no final de "Death Penalty", com uma sequência de scratches tão espetacular que, a exemplo de Marco Polo e Ruste Juxx com seus competidores, deixará diversos DJs com medo de chegar nas pickups por um bom tempo.
Embora o conceito já tenha sido explorado no ano passado pelo próprio Marco Polo, "The Exxecution" consegue sobreviver às comparações e traçar seu próprio destino. Podemos considerar que, musicalmente, o álbum começa de onde parou "Double Barrel", com o produtor canadense provando sua consistência. Mas, como um todo, o projeto é ainda mais pesado que o anterior, graças à já mencionada "fome" de Ruste Juxx, que mostrou definitivamente que pode sem problemas dividir o microfone com os monstros sagrados de sua gravadora.
Marco Polo & Ruste Juxx - The Exxecution
01 The eXXecution Intro
02 Death Penalty
03 Rearview
04 Take Money
05 I’m On It
06 Let’s Take A Sec
07 Bread On Ya Head
08 Wings On Your Back
09 Nobody
10 Fuckin Wit A Gangster
11 Watch Yo Step
12 You Can’t Stop Me
11 comentários:
Òtima resenha, Agressividade marco a 'eXXecução' de forma respeitável!
como eles disseram, 'killing off wack MCs and murdering the producers'
Let's Take A Sec tá linda, linda.
Let's Take A Sec tá linda, linda.
foda marco polo ta cabuloso e esse doido nao faz feio no mic creio eu q o rust ja tenha lançado algo a um tempo atras bem decepcionante em termos de produçao se nao estou enganado,o wu massacre ja ta ai felipao da um check:http://rapidshare.com/files/368070566/Method_Man_Ghostface_And_Raekwon-Wu-Massacre_2010_.zip.
o que é bragadoccio?
vlwwww
Anônimo, bragadoccio é quando o cara fala sobre como ele é bom no microfone, basicamente. Vem do verbo "brag", que em inglês, numa tradução livre, significa se gabar. Uma espécie de autoexaltação.
vleu Felipe!!!
mtos rappers usam desse bragadoccio!!!
salve Felipe, como fa incondicional do BCC faco uma ressalva, ja que o Ruste nao e tao jovem assim, ele apareceu ja no Magnum Force do Heltah Skeltah de 98, mas aparentemente nos ultimos anos ele ta se dedicando mais ou tendo mais oportunidades de mostrar suas liryc skills
abs
F-zero : materialcorrosivo.com
Isso mesmo F-Zero, achar que o cara ta começando agora é um erro, tá sempre fazendo participações nos cds da Duckdown, lembrando que ele próprio já tem 2 mixtapes (Reign Of Destruction e a Slick Vic Da Ruler) e 1 albúm, o 'Indestructible' lançado ano passado!
e realmente, a Lets take a sec chega a ser uma obra prima, Blackmoon voltando a cantar junto é épico!
Talvez eu tenha me expressado mal, F-Zero e J.Malta. Guiei minhas impressões mais pelo número de trabalhos solo do cara do que propriamente por desde quando ele apareceu nas faixas da BCC.
Se vocês repararem, este é o primeiro disco a sério dele. O próprio "Indestructible" foi mais uma espécie de "street album" do que propriamente a primeira aventura do cara.
Mas confesso que achava que ele era mais novo, hehe.
Valeu pelas correções!
Marcopolo tá se superando a cada trabalho novo, gostei pra caralho do "Double Barrel", esse não fica pra trás. Vlw o post!!
Postar um comentário