K'Naan é um emcee nascido na Somália e radicado no Canadá, bastante elogiado pela crítica e vencedor de alguns prêmios importantes no âmbito canadense. O cara começou fazendo spoken word, e logo encontrou seu caminho no rap. The Dusty Foot Philosopher, seu álbum de estréia, foi muito elogiado e lhe rendeu parcerias e shows com nomes como Mos Def, Dead Prez e Pharoahe Monch. Agora, em 2008, ele lança uma nova versão do álbum, com algumas faixas novas e outras mixadas novamente: é a Deluxe Edition.
O que chama a atenção sobre K'Naan são suas letras bem escritas, cujos temas giram em torno sempre da situação da Somália, seu país natal, além de questões políticas e mensagens de incentivo. Embora alguns achem o flow dele parecido com o do Eminem, eu discordo, acho que a voz fina pode até explica as comparações, mas o cara tem uma levada um pouco mais puxada para o canto, do que aquela rima seca. Em suma, é um flow diferente, bem trabalhado, suingado, típico de quem tem total controle do microfone e do beat.
Falando em beats, aqui reside outra característica marcante do trabalho desse emcee: a mistura do rap com ritmos africanos. Longe de ser caricata, a produção passeia por momentos mais eletrônicos até a típica percussão da África. São arranjos de muito bom gosto - não encontrei nada a respeito, mas soa como se tudo fosse tocado, e não sampleado - e originais. Apesar dessa mistura, ainda existe espaço para outros ritmos negros, como o reggae e o R&B.
Em um trabalho tão cheio de identidade, fica difícil listar alguns destaques, mas eu vou tentar: Soobax é a música mais conhecida e polêmica do disco, na qual K'Naan critica alguns poderosos da Somália, ligados à venda de armas. O instrumental é o exemplo perfeito do rap-África, com o refrão, inclusive, cantado em somali. My Old Home é uma faixa mais lenta, triste, na qual o emcee descreve sua infância no país natal. I Was Stabbed By Satan é puxada para o reggae, até mesmo na levada do cara. Em Smile, K'Naan troca o discurso ácido por uma mensagem positiva para seus companheiros de luta, pedindo a todos que "nunca deixem eles te verem mal, sorria até mesmo quando estiver sangrando".
Logo em seguida, vem If Rap Gets Jealous, um petardo sonoro, um pouco mais influenciado pelo R&B, com uma guitarra discreta e bateria mais presente. Para completar a seqüência, temos a faixa-título, com uma espécie de flauta no fundo bem legal e um refrão cativante e, por fim, Strugglin', a melhor faixa do disco, uma combinação perfeita de letra sobre os problemas cotidianos que todos nós enfrentamos e um beat tranqüilo, complexo e ao mesmo tempo de sonoridade simples e agradável. Por fim, K'Naan se junta aos Dead Prez e à cantora Stori James em Til We Get There, outra faixa positiva, com mensagem de esperança, com ótimo potencial radiofônico.
Enfim, este álbum talvez não seja muito conhecido, mas é MUITO bom. Traz propostas novas para o rap no campo dos instrumentais, como a mistura com ritmos africanos, coisa que, embora parecesse óbvia devido à ligação rap e negritude, nunca tinha sido tão explorada. Além disso, K'Naan é um ótimo emcee, com letras inteligentes e mensagens relevantes. Não deixe este disco passar.
O que chama a atenção sobre K'Naan são suas letras bem escritas, cujos temas giram em torno sempre da situação da Somália, seu país natal, além de questões políticas e mensagens de incentivo. Embora alguns achem o flow dele parecido com o do Eminem, eu discordo, acho que a voz fina pode até explica as comparações, mas o cara tem uma levada um pouco mais puxada para o canto, do que aquela rima seca. Em suma, é um flow diferente, bem trabalhado, suingado, típico de quem tem total controle do microfone e do beat.
Falando em beats, aqui reside outra característica marcante do trabalho desse emcee: a mistura do rap com ritmos africanos. Longe de ser caricata, a produção passeia por momentos mais eletrônicos até a típica percussão da África. São arranjos de muito bom gosto - não encontrei nada a respeito, mas soa como se tudo fosse tocado, e não sampleado - e originais. Apesar dessa mistura, ainda existe espaço para outros ritmos negros, como o reggae e o R&B.
Em um trabalho tão cheio de identidade, fica difícil listar alguns destaques, mas eu vou tentar: Soobax é a música mais conhecida e polêmica do disco, na qual K'Naan critica alguns poderosos da Somália, ligados à venda de armas. O instrumental é o exemplo perfeito do rap-África, com o refrão, inclusive, cantado em somali. My Old Home é uma faixa mais lenta, triste, na qual o emcee descreve sua infância no país natal. I Was Stabbed By Satan é puxada para o reggae, até mesmo na levada do cara. Em Smile, K'Naan troca o discurso ácido por uma mensagem positiva para seus companheiros de luta, pedindo a todos que "nunca deixem eles te verem mal, sorria até mesmo quando estiver sangrando".
Logo em seguida, vem If Rap Gets Jealous, um petardo sonoro, um pouco mais influenciado pelo R&B, com uma guitarra discreta e bateria mais presente. Para completar a seqüência, temos a faixa-título, com uma espécie de flauta no fundo bem legal e um refrão cativante e, por fim, Strugglin', a melhor faixa do disco, uma combinação perfeita de letra sobre os problemas cotidianos que todos nós enfrentamos e um beat tranqüilo, complexo e ao mesmo tempo de sonoridade simples e agradável. Por fim, K'Naan se junta aos Dead Prez e à cantora Stori James em Til We Get There, outra faixa positiva, com mensagem de esperança, com ótimo potencial radiofônico.
Enfim, este álbum talvez não seja muito conhecido, mas é MUITO bom. Traz propostas novas para o rap no campo dos instrumentais, como a mistura com ritmos africanos, coisa que, embora parecesse óbvia devido à ligação rap e negritude, nunca tinha sido tão explorada. Além disso, K'Naan é um ótimo emcee, com letras inteligentes e mensagens relevantes. Não deixe este disco passar.
K'Naan - The Dusty Foot Philosopher
- Wash It Down
- Soobax
- What’s Hardcore?
- My Old Home
- Moment (Interlude)
- I Was Stabbed by Satan
- My God (Interlude)
- Smile
- If Rap Gets Jealous
- Dusty Foot Philosopher
- Strugglin’
- In the Beginning
- Hoobaale
- African Way feat. Mwafrika
- Voices in My Head
- My Shadow
- For Mohamoud (Soviet) (Interlude)
- Until the Lion Learns to Speak
- Blues for the Horn
- Til We Get There feat. M-1
Vídeo da faixa Soobax:
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