terça-feira, 30 de março de 2010

Army of the Pharaohs: The Unholy Terror

* Por Eduardo Campagnoli
Ano:
2010
Gravadora: Enemy Soil / Babygrande
Produtores: Crown (1, 11), Aktone (2), Celph Titled (3), Undefined Beats (4), Grand Finale (5), Vanderslice (6, 10), DC the Midi Alien (7), MTK (8), JBL the Titan (9), DJ Kwestion (12, 16), Triple Z (13), Hypnotist Beats (14), Apathy (15).

Pela primeira vez no Boom Bap, outro escriba tem licença para publicar seu texto. O "felizardo" é o Eduardo Campagnoli, de Petrópolis, no Rio de Janeiro, fã de Jedi Mind Tricks, La Coka Nostra e Army of the Pharaohs, além de visitante assíduo do blog desde que ele era lido só pela minha namorada e a minha mãe. Portanto, o Campagnoli é habilitadíssimo para falar aqui sobre o novo álbum do AOTP. Deem uma moral para o garoto.

Na Filadélfia, numa noite fria e mais escura do que nunca, os militares faraônicos reúnem-se, depois de Torturarem com Papel e de formarem um Ritual de Batalha.

- Muito bem, antes de qualquer coisa, gostaria de apresentar-me aos senhores aqui presentes: sou o general principal Vinnie Paz. Preciso avisar a quem ainda não me conhece que estou sempre com muita raiva, sou bastante agressivo e sou eu quem dá as regras por aqui, E, meus amigos, este não é um exército comum. Aqui temos um estilo próprio; somos um exército, não de homens normais, mas de faraós, faraós munidos de microfones prontos para matar qualquer um. Bem, também gostaria de avisar que, a partir deste ano que começa, temos a incorporação de mais uma força no que diz respeito ao financiamento de nossos projetos; além da Babygrande, a Enemy Soil Records também está junto conosco. Hoje é uma noite sombria e tensa, um terror nada sagrado, e é por isso que peço que não se assustem, soldados, pois ainda temos muito a apresentar, como os novatos, as produções, o armamento que será utilizado, etc, etc, etc. Por ora, deixo com a palavra o tenente e braço direito, Celph Titled.

- Boa noite, seus imbecis. Como o general Vinnie já disse, o ódio e a hostilidade aqui são presentes e o Fogo de Agonia está prestes a queimar qualquer idiota que não seguir as regras. E ei-las: nada de pederastia, choramingo e fraqueza. Temos que ser fortes, e quando essa força não for suficiente, junte-se a mais faraós, para formarem um verdadeiro Godzilla de rimas destruidoras. Ah, mais uma coisa. Quero deixar-lhes a par do projeto Bust Em In, de produção minha, que contém colaboração dos também tenentes Reef The Lost Cauze e Apathy, no qual o principal objetivo é mostrar quem somos e como podemos estraçalhar cabeças, com punchlines, braggadocios e levadas perfeitas sobre o campo de batalha de uma batida explosiva muito bem produzida por mim, sem modéstia, mesmo. Recado dado, deixo a palavra de novo com o general Vinnie.

- Certo, sentiram como é o clima por aqui. E acho que é hora de ver do que nossos novatos são capazes. Vejamos... cabo Journalist... nada mal. Próximo... cabo Block Mccloud, o que sabe fazer?

Block levanta-se e começa cantarolar:
- This is the night I’m...
- Que porra é essa? Qual é seu problema? Nada de Auto-Tune, por favor. Isso é mais annoying, irritante, do que o oficial Demonz foi em 2007. Como o tenente Celph já avisou, nada de pederastia por aqui. Teremos que lhe queimar vivo, ou te jogar para a besta Jus Allah lhe engolir vivo, pra ver se aprende a lição. Mas continue conosco, você tem potencial.

E prossegue o general Vinnie.

- Que o que esse cabo acabou de fazer aqui sirva de lição para os outros, ok? As regras são claras. Tudo precisa ser cru, raw, como dizem por aí. Se não se acharem capazes de causar o efeito desejado, juntem-se a alguém ou planejem algum projeto próprio. Celph já falou de seu projeto; digo-lhes aqui outro que produziu algo: Apathy compôs um belo exemplo de como algo fora dos nossos padrões de agressividade pode funcionar; Suicide Girl é calmante para este inferno de guerra em que vivemos. Apathy se sai muito bem. Agora, se não é esse o seu caso, você pode fazer como faz Reef, que cospe coisas relevantíssimas ao jogo, em Cookin Keys, por cima da minuciosa batida de um de nossos produtores, DJ Kwestion. Outros que estão em evidência nas produções são JBL the Titan, em Spaz Out, e Undefined Beats, em Prisoner. Apesar deste útimo usar mesmos elementos de exércitos paralelos ao nosso, faz um belo trabalho.

E, encerrando o discurso, como um Ultimatum, o general Vinnie completa.

- Bem, senhores, temos aqui um grande exército, com pouco espaço para todos brilharem. Mas a cada aparição de um militar faraó, sinto que há uma mesma sintonia e que estamos prontos para desbancar muitos por aí, com toda nossa artilharia pesada. É uma pena não termos nesse ano um de nossos primeiros recrutas, Chief Kamachi, que faz muita falta, mas talvez justifique sua ausência por conta de seu “Clock of Detiny”. Acho que pra fechar a noite, uma metáfora do Celph Titled, em Spaz Out, resume bem como somos: “Quando estou cozinhando algo fresco, vocês todos estão reesquentando pizza”, ou seja, vamos sempre inovar, enquanto os outros estarão buscando jeitos antiquados de fazer batalhas de microfones. Vamos à guerra!

Army Of The Pharaohs - The Unholy Terror
01. Agony Fires
02. Ripped To Shreds
03. Bust Em In
04. Prisoner
05. Godzilla
06. Suplex
07. Contra Mantra
08. Drenched In Blood
09. Spaz Out
10. 44 Magum
11. Dead Shall Rise
12. Cookin Keys
13. Burn You Alive
14. Hollow Points
15. Suicide Girl
16. The Ultimatum

15 comentários:

Rec Livre disse...

Mal mesmo manu mas viajou na resenha!Pelo menos to a par do novo disco

P. Montanha disse...

Celph Titled aniquilou, destroçou, devorou e jogou o restos pro Planetary e Pazienza!
Sem dó!

Gusta disse...

forçou um pouquinho, mas ficou maneirinha, vai... =D
mas ainda falta a do Strong Arm Steady haha

abraçao

gio disse...

gostei!deu pra da uma viajada na resenha...gostei mais do album anterior deles ritual of battle.mas o importante q os caras tão quebrando tudo outra vez!!!!!!!

Unknown disse...

Achei a ideia da resenha muito bem pensada, mas poderia ir um pouco mais a 'fundo' no álbum!

Mais um grande disco que vazou: Guilty Simpson - O.J. Simpson (2010)
http://hiphopisdream.com/guilty-simpson-oj-simpson-320-kbps/

Paz!

Bruno vieira disse...

acho que por ser uma primeira resenha podia ser uma coisa mais tradicional, mas ficou bacana!

Anônimo disse...

Valeu, Felipe, por essa moral de abrir o blog! Álbum do capeta!

Brrrom-Brrrap-Brrrap!

FábioXX220 disse...

Viajou legal...

J.Malta disse...

HAHAHA Grande campagnoli, mandou ver na resenha

só quem realmente entende e acompanha a caminhada do 'Exército' desde os primeiros albúns e trampos paralelos vai entender as analogias e as ironias do seu texto...

Sem massagem, um dos melhores albúns de 2010 com certeza, agressividade sem perder a inteligência nas rimas...Ressalvas para a atuação de gala do Celph Titled, Planetary, Apathy e o General osama VIN laden que arregaçaram nas tracks!

Rap real, e pra quem gosta dessa papagaiada de hoje em dia onde qualquer merda faz sucesso no rap dos EUA, deixo uma rima do Reef the Lost Cause na Cookin Keys...

I’m from a hood where they rob cool kids, And I can’t wear skinny jeans cause my Glock’s too big...Yeah, I got the wildest style, death bears a childish smile!

Braaaaaaap, Braaaaaap!

Rodone Dimbas disse...

aff...
bem, num vou nem comentar esse review/conto, mas que baguio é esse de criticar o Block Mcloud? o maluco é melhor do q metade dessa banca junta...

saudoso tempo do AOTP da foramção original com Virtuoso...

Paulo7th disse...

Muito bom o review!

Mas esqueceu de comentar das 2 únicas apresentação do Eso, retalhou! E da Contra Mantra né... Sujíssima!!

J.Malta disse...

'o maluco é melhor do q metade dessa banca junta...'



kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Caraio só cantando refrão ele consegue ser melhor que quase todos? kkkkkkk

Anônimo disse...

pow, sinceridade sempre, achei esse album chato pracaralho ...

Rodone Dimbas disse...

ae mano, ja q vc manja tanto, joga no google e da um confere no Block Mcloud, dpois d ouvir os trampos vc posta outro comentário...


faloe.

Sagaz disse...

AOTP é legal, mas eu queria resenha do Wu-Massacre, muito mais pesado né, essência que sobrevive até hoje! hauahuahuahuahuahuahuahuahuahu

FUCK RAPPERS! A.O.T.P. are my favorite Mc's!

e quem pedir resenha de cd merda vai toma um tiro da glock do Reef! hauhauhaua