Produtores: RZA(todas as faixas), Easy Mo Bee(co-produziu a faixa 2).
Participações: Dexter Wiggle, Erykah Badu, Gerald Alston, Dhani Harrison, John Frusciante, George Clinton, Sunny Valentino e Tashmahogany.
Alguns álbums têm a singular característica de crescerem aos poucos. Só depois de ouvi-los por algum tempo é que conseguimos perceber o quanto são bons. Este é o caso do novo álbum do lendário super grupo da costa leste, o Wu-Tang Clan. Embora muitos fãs se decepcionaram com a direção tomada pelo grupo, longe da obra prima Enter The Wu-Tang, é inegável o talento e a química que os emcees de Shaolin possuem juntos, apesar das brigas internas.
Embora não faça nenhuma grande inovação nem expanda os limites da música rap, RZA está bastante criativo aqui e inova em relação à sonoridade que o fez famoso no meio da década de 90. O ponto chave para entender(e apreciar) o novo álbum do Wu é se desvencilhar das expectativas acerca do antigo som do grupo, e encarar o novo estilo sem preconceitos. Feito isso, podemos reconhecer em 8 Diagrams um dos melhores álbuns do ano.
Liricamente, os emcees do grupo continuam tão bons e consistentes quanto sempre foram quando estão juntos. Method Man, porém, se destaca pela ferocidade com que ataca o microfone a cada vez que sua presença é requisitada.É dele o primeiro verso do disco, e ali percebemos que Tical está de volta:
"Acelerando pela auto-estrada, apenas me siga enquanto eu inovo
muitos tentam e imitam, medalhões do tamanho de um prato de comida
vacile e veja sua comida sumir, casaco de pele para o inverno, espere
eu estou tentando trazer a sensualidade de volta(Sexy Back) que nem Timbaland e Timberlake
rimando como uma metralhadora de uma vadia de Cali
diga praquela comediante para dar tiros naquele Denali(carro)
RZA você sabe como a gente faz, como que nós andamos
eu não como morangos, mas comeria um morango como a Halle(Halle Berry, atriz)
o criminoso do jogo, minhas damas têm o pé para dentro
mas eu continuo o mesmo maluco de antes
uh, a criança que cresceu sozinha, que ainda tem um flow cabuloso
eu sou tipo Barry Bonds em qualquer coisa que o RZA faça"
Os temas são os mesmos que consagraram o grupo: battle rap e auto-exaltação com metáforas baseadas em kung fu, xadrez e cultura popular ainda predominam, mas as coisas continuam interessantes quando os emcees contam histórias do gueto em "The Heart Gently Weeps", a trajetória do lixo ao luxo em "Stick Me For My Riches" e falam sobre relacionamentos(!) em "Starter", e religião em "Sunlight", faixa-solo de RZA. Mas é em "Life Changes" que eles brilham, ao homenagearem o falecido Ol Dirty Bastard, na melhor música do álbum.
Agora, a produção, o pivô de toda a confusão que envolveu o grupo nos últimos meses, com alguns integrantes discordando do novo som do grupo. É óbvio que todo fã do grupo espera sempre beats no estilo do álbum de estréia do grupo, mas é igualmente óbvio que as pessoas evoluem, e conseqüentemente, o som que elas fazem também. RZA é um claro exemplo disso.
Ainda assim, o produtor ainda traz aquele velho som do Wu em vários momentos do álbum, atualizando-o: "Campfire" tem inclusive os famosos samples de kung fu; "Take It Back" é um beat minimalista com um linha de baixo simples para Ghostface Killah quebrar tudo; "Rushing Elephants" tem um sample de metais reminiscente do álbum Wu-Forever; "Weak Spot" possui um break já famoso, com violinos e efeitos sonoros sensacionais; a própria "Life Changes" é bem minimalista, com um piano esparso dando o toque fúnebre à faixa.
RZA tem tempo ainda para aumentar seu leque de beats, e usa o sample dos Beatles muito bem em "The Heart Gently Weeps", o símbolo maior de como um som diferente tradicional não é necessariamente ruim. "Wolves", uma faixa bem no estilo de "Gravel Pit", funciona muito bem também e tem tudo para tocar em rádios, com o sample vocal genial do fundo e o beat acelerado. "Stick Me For My Riches" tem um minuto de cantoria, Inspectah Deck resfriado e com voz irreconhecível, e hi-hats aceleradas no melhor(ou pior) estilo Dirty South; mas ainda assim tem RZA e Method Man cuspindo fogo e a cantoria, quando você presta atenção, até que funciona no final das contas, principalmente quando se junta aos emcees nas linhas que antecedem o refrão.
Enfim, comparar 8 Diagrams com os dois primeiros álbuns do grupo soa até como uma covardia com o álbum. Assim como é uma covardia comparar o Wu com artistas como Soulja Boy, Lil'Jon, Jim Jones, Lil'Wayne etc. Este pode não ser o melhor álbum que o grupo pode criar, mas ainda assim está muito acima do nível atual do rap. Até porque não é qualquer grupo que põe samples de kung fu e mantras chineses em suas músicas...
Participações: Dexter Wiggle, Erykah Badu, Gerald Alston, Dhani Harrison, John Frusciante, George Clinton, Sunny Valentino e Tashmahogany.
Alguns álbums têm a singular característica de crescerem aos poucos. Só depois de ouvi-los por algum tempo é que conseguimos perceber o quanto são bons. Este é o caso do novo álbum do lendário super grupo da costa leste, o Wu-Tang Clan. Embora muitos fãs se decepcionaram com a direção tomada pelo grupo, longe da obra prima Enter The Wu-Tang, é inegável o talento e a química que os emcees de Shaolin possuem juntos, apesar das brigas internas.
Embora não faça nenhuma grande inovação nem expanda os limites da música rap, RZA está bastante criativo aqui e inova em relação à sonoridade que o fez famoso no meio da década de 90. O ponto chave para entender(e apreciar) o novo álbum do Wu é se desvencilhar das expectativas acerca do antigo som do grupo, e encarar o novo estilo sem preconceitos. Feito isso, podemos reconhecer em 8 Diagrams um dos melhores álbuns do ano.
Liricamente, os emcees do grupo continuam tão bons e consistentes quanto sempre foram quando estão juntos. Method Man, porém, se destaca pela ferocidade com que ataca o microfone a cada vez que sua presença é requisitada.É dele o primeiro verso do disco, e ali percebemos que Tical está de volta:
"Acelerando pela auto-estrada, apenas me siga enquanto eu inovo
muitos tentam e imitam, medalhões do tamanho de um prato de comida
vacile e veja sua comida sumir, casaco de pele para o inverno, espere
eu estou tentando trazer a sensualidade de volta(Sexy Back) que nem Timbaland e Timberlake
rimando como uma metralhadora de uma vadia de Cali
diga praquela comediante para dar tiros naquele Denali(carro)
RZA você sabe como a gente faz, como que nós andamos
eu não como morangos, mas comeria um morango como a Halle(Halle Berry, atriz)
o criminoso do jogo, minhas damas têm o pé para dentro
mas eu continuo o mesmo maluco de antes
uh, a criança que cresceu sozinha, que ainda tem um flow cabuloso
eu sou tipo Barry Bonds em qualquer coisa que o RZA faça"
Os temas são os mesmos que consagraram o grupo: battle rap e auto-exaltação com metáforas baseadas em kung fu, xadrez e cultura popular ainda predominam, mas as coisas continuam interessantes quando os emcees contam histórias do gueto em "The Heart Gently Weeps", a trajetória do lixo ao luxo em "Stick Me For My Riches" e falam sobre relacionamentos(!) em "Starter", e religião em "Sunlight", faixa-solo de RZA. Mas é em "Life Changes" que eles brilham, ao homenagearem o falecido Ol Dirty Bastard, na melhor música do álbum.
Agora, a produção, o pivô de toda a confusão que envolveu o grupo nos últimos meses, com alguns integrantes discordando do novo som do grupo. É óbvio que todo fã do grupo espera sempre beats no estilo do álbum de estréia do grupo, mas é igualmente óbvio que as pessoas evoluem, e conseqüentemente, o som que elas fazem também. RZA é um claro exemplo disso.
Ainda assim, o produtor ainda traz aquele velho som do Wu em vários momentos do álbum, atualizando-o: "Campfire" tem inclusive os famosos samples de kung fu; "Take It Back" é um beat minimalista com um linha de baixo simples para Ghostface Killah quebrar tudo; "Rushing Elephants" tem um sample de metais reminiscente do álbum Wu-Forever; "Weak Spot" possui um break já famoso, com violinos e efeitos sonoros sensacionais; a própria "Life Changes" é bem minimalista, com um piano esparso dando o toque fúnebre à faixa.
RZA tem tempo ainda para aumentar seu leque de beats, e usa o sample dos Beatles muito bem em "The Heart Gently Weeps", o símbolo maior de como um som diferente tradicional não é necessariamente ruim. "Wolves", uma faixa bem no estilo de "Gravel Pit", funciona muito bem também e tem tudo para tocar em rádios, com o sample vocal genial do fundo e o beat acelerado. "Stick Me For My Riches" tem um minuto de cantoria, Inspectah Deck resfriado e com voz irreconhecível, e hi-hats aceleradas no melhor(ou pior) estilo Dirty South; mas ainda assim tem RZA e Method Man cuspindo fogo e a cantoria, quando você presta atenção, até que funciona no final das contas, principalmente quando se junta aos emcees nas linhas que antecedem o refrão.
Enfim, comparar 8 Diagrams com os dois primeiros álbuns do grupo soa até como uma covardia com o álbum. Assim como é uma covardia comparar o Wu com artistas como Soulja Boy, Lil'Jon, Jim Jones, Lil'Wayne etc. Este pode não ser o melhor álbum que o grupo pode criar, mas ainda assim está muito acima do nível atual do rap. Até porque não é qualquer grupo que põe samples de kung fu e mantras chineses em suas músicas...
Wu-Tang Clan - 8 Diagrams
- Campfire
- Take It Back
- Get Them Out Ya Way Pa
- Rushing Elephants
- Unpredictable feat. Dexter Wiggle
- The Heart Gently Weeps feat. Erykah Badu, Dhani Harrison & John Frusciante
- Wolves feat. George Clinton
- Gun Will Go feat. Sunny Valentine
- Sunlight
- Stick Me For My Riches feat Gerald Alston
- Starter feat. Sunny Valentine & Tashmahogany
- Windmill
- Weak Spot
- Life Changes
- Tar Pit
- 16th Chamber [O.D.B Special]
Veja aqui a tradução da música "Life Changes"